Arruda protagoniza debate com ironia e polêmicas

O primeiro encontro dos candidatos ao governo do Distrito Federal, realizado ontem (30/7), foi apimentado por polêmicas em torno de José Roberto Arruda (PR), que atacou o atual governador Agnelo Queiroz e seu partido, o PT, e foi atacado por outros candidatos. Ao ser questionado por Toninho do Psol, Arruda referiu-se à Ficha Limpa como "leizinha" e disse que, se eleito, botaria "os médicos cubanos pra correr", em alusão ao programa Mais Médicos, do Governo Federal. Lado a lado, atual e ex-governador trocaram críticas e Agnelo acabou deixando a bancada antes do término do debate, após direito de resposta de Arruda 

O primeiro encontro dos candidatos ao governo do Distrito Federal, realizado ontem (30/7), foi apimentado por polêmicas em torno de José Roberto Arruda (PR), que atacou o atual governador Agnelo Queiroz e seu partido, o PT, e foi atacado por outros candidatos. Ao ser questionado por Toninho do Psol, Arruda referiu-se à Ficha Limpa como "leizinha" e disse que, se eleito, botaria "os médicos cubanos pra correr", em alusão ao programa Mais Médicos, do Governo Federal. Lado a lado, atual e ex-governador trocaram críticas e Agnelo acabou deixando a bancada antes do término do debate, após direito de resposta de Arruda 
O primeiro encontro dos candidatos ao governo do Distrito Federal, realizado ontem (30/7), foi apimentado por polêmicas em torno de José Roberto Arruda (PR), que atacou o atual governador Agnelo Queiroz e seu partido, o PT, e foi atacado por outros candidatos. Ao ser questionado por Toninho do Psol, Arruda referiu-se à Ficha Limpa como "leizinha" e disse que, se eleito, botaria "os médicos cubanos pra correr", em alusão ao programa Mais Médicos, do Governo Federal. Lado a lado, atual e ex-governador trocaram críticas e Agnelo acabou deixando a bancada antes do término do debate, após direito de resposta de Arruda  (Foto: Leonardo Araújo)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Brasília 247 - O primeiro debate entre os candidatos ao governo do Distrito Federal, nesta quarta-feira (30/7), foi apimentado por polêmicas protagonizadas por José Roberto Arruda (PR), que atacou o atual governador Agnelo Queiroz (PT) e foi atacado com críticas relativas à Ficha Limpa. Sentados lado a lado, atual e ex-governador trocaram críticas e Agnelo acabou deixando a bancada antes do término do debate, depois que Arruda recebeu direito de resposta durante as considerações finais.

Sentaram-se à bancada, a partir da esquerda, Agnelo, Arruda, Toninho do Psol (PSOL), Rollemberg (PSB) e Luiz Pitiman (PSDB). Apenas a candidata Perci Marrara (PCO) não compareceu.

Na primeira etapa, o tema foi desenvolvimento. Agnelo foi criticado por todos os oponentes com relação à emissão de alvarás. "Brasília parou Não sei se isso vem pela má economia recessiva que o PT colocou no modelo nacional ou por um excesso de burocracia do governo local", provocou Arruda aproveitando para alfinetar a cúpula petista. Pitiman evocou a necessidade de desburocratização da máquina pública. Ao final do debate, o candidato do PSDB fez questão de lembrar que, em 2014, cerca de 10% dos administradores regionais do DF foram presos. Rollemberg propôs e simplificar o processo, empregar pessoal concursado e qualificado nas administrações regionais. "Nenhum empresário no meu governo terá que desembolsar um centavo para pagar alguém para emitir alvarás", ironizou Toninho do Psol. Agnelo se defendeu dizendo que a burocracia não vem de agora, mas sim de governos anteriores que não teriam tomado as devidas providências."Brasília tem hoje a maior taxa de sobrevivência do país, um dos melhores lugares para se investir", concluiu o governador.

continua após o anúncio

Na etapa seguinte, os candidatos falaram sobre educação e todos concordaram em priorizar as escolas de tempo integral. Os adversários de Agnelo criticaram o atual governo. Pitiman aproveitou para citar seu candidato a presidente, Aécio Neves. Rollemberg também falou sobre as realizações do presidenciável Eduardo Campos. Novamente, Agnelo se defendeu com números e relatos das condições anteriores ao seu mandato. "Todos sabem como eu peguei as escolas no DF, na lama, desmoralizadas. Tive que reformar trezentas logo de entrada, uma realidade dramática", disse.

Ao falar de esporte, novamente todos concordaram com a necessidade de investimentos no setor. As vilas olímpicas foram consideradas como foco. Os adversários de Agnelo criticaram os investimentos no Estádio Nacional Mané Garrincha, mas o governador disse que a arena se destacou também pela transparência durante sua construção.

continua após o anúncio

Para mobilidade urbana, os candidatos defenderam investimentos em transporte coletivo, metrô, ferrovias e ciclovias. Rollemberg sugeriu parcerias público-privadas (PPP) para a construção de estacionamentos públicos, entre outras propostas. Toninho do Psol disse ter um plano ousado de investir pesado no transporte ferroviário e no metrô. O governo atual novamente foi criticado pelos adversários, principalmente Arruda, e defendido por Agnelo, que destacou suas realizações. "Peguei o transporte público em tremendo caos. Enfrentamos o cartel, fui o primeiro governador a fazer licitação para o transporte público", afirmou o petista. Pitiman não perdeu a oportunidade de criticar as frotas de ônibus do DF.

O tema seguinte foi segurança pública. Rollemberg disse que não deixará deputados distritais indicarem nomes para o comando das polícias. Toninho do Psol falou em direitos humanos e disse que, se for eleito, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) terá outras função a não ser a de reprimir movimentos sociais.

continua após o anúncio

Quase que a saúde fica de fora
Devido a uma alteração nas regras do debate, proposta e aprovada por todos os participantes, acordou-se que um dos temas predefinidos ficaria de fora, devido ao limite de tempo. Esse tema foi justamente a saúde, relevante por si só, e palpitante no cenário da disputa eleitoral em voga. Rapidamente, Pitiman levantou a voz e apelou para que o tema não fosse deixado de lado. Prontamente, os outros candidatos apoiaram, visando um maciço ataque a Agnelo.

Rollemberg entrou de sola. "Não vou cometer a irresponsabilidade de dizer que serei secretário de saúde e que vou resolver os problemas em 6 meses", em alusão à promessa assumida por Agnelo por ocasião de sua campanha em 2010. Pitiman criticou o programa de governo Carreta da Mulher, de atendimento itinerante. "Mulher não precisa de carreta. Precisa de hospital", disse. Toninho pediu auditoria na secretaria de Saúde.

continua após o anúncio

"Botar os cubanos pra correr"
Arruda lançou mão de seu vice, o médico e ex-secretário de Saúde Jofran Frejat, a quem o candidato do PR diz que atribuirá a responsabilidade de condução da área da saúde. No entanto, ao falar no resgate da dignidade dos profissionais de saúde, Arruda criou nova polêmica ao afirmar que, se eleito, vai "botar os médicos cubanos pra correr de Brasília", em nítida crítica ao programa Mais Médicos, do Governo Federal. Alguns minutos depois, Toninho do Psol retomou o assunto e acusou Arruda de xenofobia e racismo contra os médicos cubanos.

Aproveitando o embalo, o socialista questionou o ex-governador sobre a contratação da empresa Alston à época de seu mandato no GDF e na secretaria de Obras quando foi construído o metrô.

continua após o anúncio

Provocações sobre Ficha Limpa
Os candidatos esperaram a última etapa de perguntas livres para fuzilar Arruda em relação à polêmica da Ficha Limpa e a condenação em segunda instância no julgamento do mensalão do DEM. Rollemberg foi o primeiro a tocar no assunto, dirigindo a Toninho do Psol uma pergunta sobre a aplicação da lei de iniciativa popular nas eleições de 2014. Toninho e seu partido foram os responsáveis pela apresentação ao Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) do pedido de impugnação da candidatura de Arruda com base na Lei da Ficha Limpa. "Sinceramente, acho que só deveriam participar do processo politico eleitoral os candidatos que não estivessem em curso na Lei da Ficha Limpa", disse Toninho, dirigindo-se explicitamente a Arruda. O ex-governador afirmou que quer ser julgado pelas urnas e atacou a lei. "Sou do tempo em que se ganhava no voto, sem leizinhas feitas pra pegar esse ou aquele", disse com pouco caso.

Arruda, então, resolveu atacar Toninho. "Agradeço sua elegância de sempre, mas eu penso diferente de você. Sou a favor da Maninha "ficha suja" participar das eleições", provocou referindo-se à candidata a deputada distrital que teve sua candidatura contestada pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-DF) por rejeição das contas relativas a recebimento de verba pública em 2005 pelo Tribunal de Contas do Paraná. Mais uma vez, Toninho dirigiu-se a Arruda com a resposta em primeira mão. "Por unanimidade, hoje todos os desembargadores aprovaram a candidatura de Maninha. Quero informar ao Arruda que lugar de corrupto é na cadeia e não fora dela".

continua após o anúncio

Agnelo não perdeu a oportunidade de desferir alguns golpes em seu principal adversário. Citando o caso da operação Caixa de Pandora, deflagrada em 2009 e que culminou na descoberta do mensalão do DEM, perguntou a Rollemberg como se sentiu diante daquele escândalo que culminou na prisão do então governador Arruda. O candidato do PSB fez coro e discorreu sobre o constrangimento que se instaurou sobre Brasília.

Antes do término, Agnelo deixa o auditório
Durante as considerações finais, Rollemberg disse que chegou a hora de a geração Brasilia governar o DF. Em seguida, Arruda atacou Agnelo, afirmando que o atual governador tem ligação com Carlinhos Cachoeira. Toninho prometeu um governo sério e afirmou que lugar de corrupto é na cadeia. Agnelo agradeceu a presidente Dilma Rousseff por ter investido em Brasília. Disse que pegou a cidade na lama e fez muito, mas quer fazer muito mais.

continua após o anúncio

Antes de concluir, o petista virou-se para Arruda e afirmou que o adversário não deveria faltar com a verdade. Arruda pediu direito de resposta e a coordenação do debate consentiu, justificando que o olhar inclinado diretamente sobre Arruda constituía um ataque direto. Irritado, Agnelo deixou a bancada e se retirou do auditório. "Direito de resposta porque olhei pra ele. Absurdo", disse o atual governador. Instantes depois da saída de petista, o presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) pediu o microfone à mestre de cerimônia e fez um apelo a Arruda para que o candidato abrisse mão de sua resposta, uma vez que a entidade não tem partido e visa exclusivamente um debate legítimo entre os candidatos. O apelo foi atendido e o evento, encerrado.

 

 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247