Agnelo aposta em rádio e TV para subir nas pesquisas

Governador do Distrito Federal afirma ter enfrentado "grave problema de comunicação" em seu governo, agora sanado com a mudança do comando especialmente da publicidade, em outubro passado, e garante que os eleitores irão se surpreender com o que tem a apresentar no horário eleitoral. Candidato à reeleição pelo PT, Agnelo Queiroz tem 19% das intenções de voto, segundo a última pesquisa do Datafolha, atrás de José Roberto Arruda (PR), com 35%, e à frente de Rodrigo Rollemberg (PSB), com 13% 

Governador do Distrito Federal afirma ter enfrentado "grave problema de comunicação" em seu governo, agora sanado com a mudança do comando especialmente da publicidade, em outubro passado, e garante que os eleitores irão se surpreender com o que tem a apresentar no horário eleitoral. Candidato à reeleição pelo PT, Agnelo Queiroz tem 19% das intenções de voto, segundo a última pesquisa do Datafolha, atrás de José Roberto Arruda (PR), com 35%, e à frente de Rodrigo Rollemberg (PSB), com 13% 
Governador do Distrito Federal afirma ter enfrentado "grave problema de comunicação" em seu governo, agora sanado com a mudança do comando especialmente da publicidade, em outubro passado, e garante que os eleitores irão se surpreender com o que tem a apresentar no horário eleitoral. Candidato à reeleição pelo PT, Agnelo Queiroz tem 19% das intenções de voto, segundo a última pesquisa do Datafolha, atrás de José Roberto Arruda (PR), com 35%, e à frente de Rodrigo Rollemberg (PSB), com 13%  (Foto: Leonardo Araújo)


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Carta Maior - O início do horário eleitoral gratuito, esta semana, é a grande aposta do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), para chegar ao eleitor, mostrar os resultados já obtidos pela sua administração e reconquistar apoio para melhorar seu posicionamento na disputa eleitoral. A dois meses do pleito, pesquisa Datafolha divulgada na última sexta (15) mostra que é o ex-governador "ficha suja" José Roberto Arruda (PR), inimigo histórico do bloco mais progressista, quem ainda lidera a corrida pelo Palácio do Buriti com 35% das intenções de voto, apesar de sua candidatura ter sido cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Agnelo aparece em segundo lugar com 19%, tecnicamente empatado com o candidato da terceira via, Rodrigo Rollemberg (PSB), que tem 13% e, pela postura mais à direita, tende a aglutinar a maior parte dos votos dos eleitores conservadores que ainda apostam em Arruda. E para agravar a situação do atual governador, 48% dos eleitores ouvidos pelo instituto disseram que não votam nele de jeito nenhum e 46% classificaram seu governo como ruim ou péssimo. Mesmo assim, ele está confiante e com o discurso afiado: acredita que o descompasso entre a avaliação que ele próprio e os eleitores fazem da sua administração se deve a um grave erro na comunicação do seu governo, sanado com a mudança do comando especialmente da publicidade, em outubro passado.

“Nós tivemos um grave problema de comunicação. Não conseguimos divulgar o que estamos fazendo e não conseguimos passar as dificuldades todas que estávamos enfrentando, até para que a população fosse solidária conosco. Isso não foi feito, eu reconheço. Mas agora, com o horário eleitoral, muita gente vai se surpreender”, aposta. Segundo ele, são mais de 550 obras já concluídas ou em curso e R$ 2,3 bilhões em investimentos executados só no ano passado. “Não são obras que estão lá programadas, mas já executadas. E para você executar hoje nesta dimensão, é preciso muita competência e dedicação. Ainda mais dentro da legalidade, com todas as etapas cumpridas, licenciamento ambiental e prestação de contas clara”, argumenta.

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O governador atesta que o efeito surpresa que suas realizações causam no eleitor desinformado já pode ser detectado. “Tenho feito muitas reuniões e já percebo a surpresa das pessoas com tudo o que foi feito e elas não ficaram sabendo. Porque eu sei e entendo que muitas pessoas reclamam da minha ausência, mas eu estava justamente trabalhando. Nessa situação de caos, eu tive que me dedicar muito, precisava estar pessoalmente à frente de cada política implantada”, justifica.

Terra arrasada
O atual governador assumiu o comando do DF em 2010, após o ex-governador Arruda ser preso por envolvimento no esquema de corrupção que ficou conhecido como “mensalão do DEM”. A crise institucional em que o DF mergulhou fez com que, antes de sua chegada, o Buriti passasse pelas mãos de quatro governadores diferentes em apenas um ano, o que impediu que qualquer política pública fosse levada à frente. O envolvimento da Câmara Legislativa e do Ministério Público no escândalo só agravou o quadro. “Encontrei uma terra arrasada, literalmente. Era uma situação gravíssima, de descrédito absoluto”, lembra Agnelo. Segundo ele, todas as 157 obras em curso estavam paradas devido a irregularidades e todos os CNPJs do DF estavam inscritos em cadastros de inadimplência, em mais 180 dívidas ativas. “Nós precisamos fazer um mutirão e, mesmo assim, levou um ano e meio só para colocar ordem na casa. Acabei com pouco tempo para governar, mas ainda assim fizemos uma revolução no DF”, garante, acrescentando que é isso o que irá mostrar ao eleitor na propaganda de rádio e televisão.

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Enfrentamento das máfias
Agnelo também atribui a demora do seu governo em deslanchar ao enfrentamento sistemático às máfias que historicamente atuavam no DF. Ele lembra que, já no primeiro ano de mandato, foi acusado de corrupção por não dar espaço em sua gestão para a máfia do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso posteriormente. “Esses grupos criminosos que se apropriavam dos governos anteriores, quando perceberam que não fariam o mesmo no meu governo, partiram para me derrubar. Tentaram me envolver na CPI do Cachoeira, mas acabei ganhando um espaço para mostrar que o que ocorria era o contrário: aqueles que estavam me atacando é que tentavam continuar se apropriar no Estado”, afirma. Segundo o governador, as investigações que vinham sendo conduzidas pela Polícia Federal (PF) comprovaram que esses grupos não conseguiam mais viabilizar seus negócios escusos no DF e, por isso, o atacavam. “Há gravações desses criminosos reclamando que, no DF, não conseguiram indicar sequer um gari, enquanto no estado vizinho [Goiás, administrado por Marconi Perillo, do PSDB] todo mundo sabe o que aconteceu. Então, nenhum governador brasileiro foi tão investigado como eu fui, a ponto de abrir meus sigilos bancários, fiscal e telefônico por dez anos, bem mais do que o período necessário. Fui atacado pelo crime, mas não conseguiram me derrubar e saí mais forte ainda desse episódio”, avalia. Na sequência, veio a peleja com a Máfia dos Transportes, o que obrigou seu governo a derrubar 190 ações, entre judiciais e administrativas, para dar continuidade ao processo de licitação que renovou as empresas de ônibus que atuam no DF. No decurso do processo, ele chegou a intervir em uma empresa privada para garantir a continuidade da prestação de serviços aos usuários. “Foi uma verdadeira guerra. Mas nós ganhamos todas as ações e conseguimos fazer um modelo de licitação inédito no Brasil, porque é aberta para empresas de fora. E hoje já renovei 90% da frota, com ônibus novos, sustentáveis”, comemora.

Ele acrescenta também que a licitação foi só uma ação prevista no Plano de Transporte Urbano aprovado e que há outras mudanças em curso, já concretizadas total ou parcialmente, como a construção dos corredores de ônibus, a implantação da integração com bilhete único, a expansão do metrô, a construção de 600 Km de ciclovias que transformou o DF na maior malha no país. “Estamos implantando um novo modelo de transporte público. Eu fiz o planejamento, fiz o enfrentamento com o cartel, comecei a mudança e já entreguei até aqui mais do que qualquer outro governo do passado em transporte público no DF. E já estou engatilhado para fazer três vezes mais do que fiz neste período até agora. Com a casa arrumada, é só dar prosseguimento”.

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Os impasses na Saúde
Médico cirurgião, Agnelo avalia que é justamente na área em que mais prometeu mudanças que enfrentou e ainda enfrenta as maiores dificuldades. “Quando assumi o DF, a rede estava destruída. O centro cirúrgico do Hospital da Ceilândia estava fechado por contaminação de piolho de pombos. No do Gama, chovia dentro. Isso para dar dois exemplos. E, mesmo com todo esse caos, 21 dias após eu assumir, ainda veio uma decisão judicial para fecharmos o Hospital de Santa Maria, com 500 leitos, por cona de contratos descumpridos pela gestão anterior. Eu tive que brigar na Justiça para não fechar o hospital”, relembra.

O governador garante que, nesses quase quatro anos, avançou em tudo o que foi possível. “Uma pesquisa divulgada há um mês pelo IBGE mostra que o DF já é a unidade da federação que mais investe em saúde pública no Brasil. Nós fizemos um super enfrentamento. Contratamos 15 mil servidores com concurso público. Já entreguei 30 centros de saúde, hospitais, fiz seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), nove clínicas da família e o Hospital da Criança, que já comemorou um milhão de atendimento e é um orgulho para essa cidade, com grau de satisfação do usuário de 98%”, lista. Agnelo garante que o atendimento em alta complexidade já atende a padrões nunca imaginados no DF. “Nós não éramos nem cadastrados pelo Ministério da Saúde em transplantes e hoje já somos campeões do país em coração e córnea. Somos o segundo em rim e inauguramos um centro de transplante de medula óssea com 27 leitos que já é referência”, continua.

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Ele garante que, hoje, tem um diagnóstico preciso do quadro e não precisa de muito mais do que um ano para sanar os problemas que persistem. “Nós sabemos o que precisa melhorar, que é o tempo de atendimento dos casos de baixa e média complexidade. E sofremos com a demora, mas entendemos que o correto era, primeiro, resolver o problema do atendimento dos casos mais graves, o que já foi feito. Agora, vamos continuar ampliando as UPAs. Já temos cinco em funcionamento, entregaremos mais uma esta semana, temos outras duas sendo construídas e já consegui recursos com o Ministério da Saúde para mais quatro. Com isso, provaremos que o serviço público pode ser melhor do que a rede privada”, promete.

Do descrédito ao reconhecimento Apesar da percepção contrária do eleitor, o governador garante que Brasília usufrui hoje do efeito inverso ao descrédito generalizado que amargava, atuando ele entrou: passou a ser reconhecido internacionalmente como exemplo em várias áreas de atuação, principalmente devido à exposição favorável que conseguiu durante a Copa do Mundo”, afirma. Como exemplo desse resgate da autoestima centrada nas realizações do seu governo, cita o fato do DF ter conquistado o feito de ser a primeira unidade da federação livre do analfabetismo e ter se transformado em referência na erradicação da miséria, ao reduzir de 10% para 3% os índices de pobreza extrema, ambas ações reconhecidas como modelo pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Este projeto precisa continuar. Eu só comecei a grande mudança. Estamos com o menor índice de desemprego da história, nosso aeroporto já é o segundo do Brasil em movimento, Brasília foi escolhida a cidade da Copa, teve uma divulgação internacional fantástica, diversos órgãos internacionais reconhecem as vitórias da cidade no plano social”, defende.

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Segundo ele, Brasília tem hoje um projeto de desenvolvimento estruturado para os próximos 50 anos que precisa ter continuidade. “Estou mais preparado, mais experiente, mais conhecedor dessa realidade toda. O que não é o caso do Rollemberg, que nunca administrou absolutamente nada. É claro que um dia ele vai administrar, vai começar, isso é normal, mas ele não pode querer começar como governador e sem base nenhuma de apoio. Eu acho que a cidade, neste momento, não merece isso”, conclui.

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