TRE considera verídicas críticas de Magela a Reguffe
Acusado de nepotismo pelo petista, o candidato do PDT tem direito de resposta negado pelo TRE-DF; no entendimento do relator, declarações não são inverídicas nem ofensivas; enquanto Reguffe lidera, segundo Datafolha, com 42% das intenções de voto, Magela, que tem 20%, corre contra o tempo para desconstruir a imagem de bom moço do adversário; em terceiro, Gim Argello (PTB) permanece com 10%
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Brasília 247 - A disputa pela vaga do Distrito Federal no Senado está fervendo. Enquanto Jose Antõnio Reguffe (PDT) lidera nas pesquisas, Geraldo Magela (PT) ataca o adversário em vários flancos na tentativa de descontruir sua imagem de bom moço. Desta vez, ao contrário de episódios anteriores, a Justiça Eleitoral não considerou ofensivos ou caluniosos os ataques feitos por Magela em programa de tv veiculado no dia 17, quando acusou Reguffe de beneficiar-se de nepotismo. Com o aval, Magela segue firme nas críticas.
Recentemente, o petista contratou panfleteiros para distribuir santinhos nas regiões onde Reguffe costuma panfletar, na tentativa de associá-lo diretamente ao ex-governador Joaquim Roriz (PRTB-DF). Em outra situação, o Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) chegou a dar um minuto de direito de resposta a Reguffe no horário eleitoral por ataques do petista que o associavam também ao ex-governador José Roberto Arruda (PR).
Como informa o Correio Braziliense, no programa de tv veiculado no dia 17, Magela afirmou que Reguffe nasceu em uma família de políticos e que foi nomeado sem concurso para o gabinete do tio e senador Sérgio Machado, configurando “um caso claro de nepotismo”. Porém, no entendimento do relator do processo no TRE-DF, o desembargador eleitoral César Loyola, as afirmações, embora incisivas ou sarcásticas, configuram informações importantes a respeito da vida pessoal e profissional do candidato, incluindo-se no direito à liberdade de expressão.
O desembargador acrescentou que a expressão “um caso claro de nepotismo” usada por Magela também não caracteriza ofensa a honra nem informação falsa, já que a conduta de favorecer parentes ou amigos próximos em razão do cargo, “prática usual na época em que Reguffe trabalhou com o tio”, afirmou o magistrado, é definida por nepotismo. Em seu posicionamento, Loyola informou ainda, que, esse processo é diferente de outros em que Reguffe ganhou o direito de resposta.
Em nota, Magela aproveitou a decisão judicial para fazer um novo ataque, afirmando que não há mentira, injúria, calúnia ou difamação, somente fatos “que não podem ser escondidos do eleitor. Em vez de responder, Reguffe foge do debate e esconde a verdade”, atacou.
Reguffe lamentou a decisão. “A campanha do Magela está sendo feita de má-fé. A própria Justiça me deu vários ganhos de causa, apontando que a campanha dele mentiu e distorceu fatos”, afirmou. Desde o início da campanha para o Senado, as acusações, processos e liminares tornaram-se comuns na disputa. Como informa o Correio Braziliense, somente Reguffe impetrou mais de 10 pedidos de direito de resposta, que resultaram em 23 minutos concedidos pela Justiça. Segundo dados do TRE-DF, desde o início do período eleitoral, foram impetrados 72 pedidos de direito de resposta entre cargos majoritários e proporcionais.
Debate na Record
No último sábado, a TV Record promoveu um debate entre os principais candidatos ao Senado no DF. Reguffe exigiu que uma das regras do debate fosse alterada, algo com que a emissora e os outros candidatos concordaram. No entanto, mesmo com as alterações, Reguffe não compareceu.
Os outros dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas, Magela e Gim Argello, aproveitaram a ausência do adversário para desferir ataques. Como conclui o portal de notícias da Record, R7, não houve nenhum embate entre os dois e foram poucos os momentos em que Magela e Gim apresentaram propostas ou ideias. "Durante praticamente todo o debate, os dois desafiavam Reguffe e criticavam a desistência do candidato", diz o portal.
Gim não poupou críticas nem acusações. Em vários momentos afirmou que Reguffe perderia as eleições justamente por ter “fugido” do debate. "Ele perdeu a eleição hoje aqui porque ninguém quer alguém que não tem coragem de se colocar. Que dia que ele teve de enfrentar o plenário? E que dia que ele teve de enfrentar o Congresso de frente? Você [Reguffe] cometeu um erro mortal. Você perdeu a eleição hoje, você não vem, porque você é falso moralista, você é um blefe na política".
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (26), Reguffe tem 42% das intenções de voto. Magela vem em segundo, com 20%, e Gim Argello, que tenta a reeleição, tem 10%.
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