"FHC privatizaria Caixa, BB e também a Petrobras"

Autor do best-seller "O Príncipe da Privataria", jornalista Palmério Doria diz, em entrevista a Renato Dias, que plano de desestatização era bem mais ousado; "Imagino que,  com os tucanos no poder, não teríamos, hoje, nem a Petrobrax...Era apenas uma etapa para a venda até do mastro da bandeira nacional", afirma; responsável pela publicação de reportagens sobre um filho de FHC fora do casamento, ele também fala sobre o comportamento da imprensa; "para a mídia, esconder um caso extraconjugal era um detalhe"

"FHC privatizaria Caixa, BB e também a Petrobras"
"FHC privatizaria Caixa, BB e também a Petrobras"


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Renato Dias, do Diário da Manhã (especial para o 247) 

Aos 64 anos de idade, com passagens pelas redações de Ex, Coojornal, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, o jornalista e escritor Palmério Dória define o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB), não como sociólogo, mas como “príncipe da privataria”. Mais: acusa o tucanato de tentar vender, à época de sua hegemonia [1995-1998 e 1999-2002], Petrobras, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF). Ele afirma que as operações privatizantes eram blindadas pelos grandes conglomerados de comunicação no Brasil. “Esconder um caso extraconjugal ou um suposto filho fora do casamento com Ruth Cardoso [Com a jornalista Mírian Dutra] era apenas um detalhe”, diz.

Segundo ele, o ex-ministro da Justiça Iris Rezende Machado (PMDB-GO) teria enviado uma tropa de choque violenta à Brasília, capital da República, para desmontar a convenção nacional do PMDB que poderia homologar a candidatura de Itamar Franco, a quem classifica como o verdadeiro “Pai do Plano Real”. Itamar Franco poderia impedir que FHC fosse reeleito, acredita. O príncipe da privataria teria traído também, nas eleições de 1998, ao Governo do Estado de Goiás, o jovem tucano Marconi Perillo, que acabaria derrotando o golias evangélico do PMDB, queridinho então do Palácio do Planalto.  O autor observa que o Plano Real não garantiu a estabilidade econômica do Brasil. “Tanto é que o País quebrou três vezes com FHC”, dispara.

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Era Sarney

Cáustico, ele, que é autor de Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney, Geração Editorial, frisa que o atual senador José Sarney (PMDB) é uma “piada de mau gosto”.  “Um presidente acidental. Uma obra do Hospital de Base de Brasília...”, ironiza. Palmério Dória prepara, hoje, um livro sobre a ditadura civil e militar (1964-1985) e o seu impacto nas áreas de Educação & Cultura e o papel de personagens como Paulo Freire, Josué de Castro e Darcy Ribeiro. Para ele, o jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, ex-Opinião e ex-Movimento, está correto. O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva é inocente, fuzila. Ele se refere à Ação Penal 470 [Mensalão].  O show do Supremo Tribunal Federal está sendo desmontado, destaca.  

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Leia a íntegra da entrevista

“Para a mídia, esconder um caso extraconjugal era um detalhe”

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 FHC & Marconi Perillo

Por Iris Rezende, em 1998, Fernando Henrique Cardoso traiu o jovem tucano Marconi Perillo.  Iris mandou uma tropa e choque para desmontar a convenção nacional do PMDB, que poderia homologar a candidatura do [ex-presidente da República e pai do Plano Real] Itamar Franco. Se ele,  Itamar Franco, fosse candidato FHC poderia não ser reeleito. Ele é o verdadeiro pai do Plano real e podia mudar o jogo. O que houve foi um atentado com a convenção, a democracia.

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Brasil  pós-FHC

Hoje em dia temos a exata noção de que o Brasil saiu pior dos anos Fernando Henrique Cardoso [1995-1998 e 1999 -2002]. Se ainda vivêssemos sob a hegemonia tucana, por exemplo,  não existiriam os Brics. Existiriam apenas os Rics... De 2003 a 2013, o Brasil ganhou projeção mundial, subiu no ranking mundial das economias  e virou protagonista.

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Pior das privatizações

O que poderia ter sido mais escandaloso e que não ocorreu, porque eles não conseguiram fazer, seriam as privatizações da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Imagino que,  com os tucanos no poder, não teríamos, hoje, nem a Petrobrax...Era apenas uma etapa para a venda até do mastro da bandeira nacional (Risos).

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Mírian Dutra

A mídia nacional, os grandes conglomerados de comunicação esconderam o caso extraconjugal de Fernando Henrique Cardoso  porque ela tinha a clara noção de que ele [FHC] era o Fernando II, a continuação do Fernando I, Fernando Collor, que havia renunciado após a aprovação do impeachment, em 1992. FHC conseguiu realizar  toda a agenda que Fernando I não havia conseguido fazer. Esconder  um caso extraconjugal, um suposto filho fora do casamento [Com a jornalista Mírian Dutra], que não era, na verdade, nem dele, assim como o Plano Real, cuja paternidade é de Itamar Franco, eram detalhes.

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Plano Real

Não é verdade que o Plano Real garantiu a estabilidade econômica.  Com Fernando Henrique Cardoso, o Brasil quebrou três vezes, ficou nas mãos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Tesouro Americano. O presidente do Brasil, de fato, era Robert Rubin, homem forte do Tesouro dos Estados Unidos.

Desestatizações

O estupro de Fernando II [FHC] ocorreu em seu primeiro mandato [1995-1998]. O segundo mandato ficou por conta e risco do Fundo Monetário Internacional. Hoje em dia, eles [FMI] tentam se meter mas soa como piada.

José Sarney

Fernando Henrique Cardoso é uma espécie de José Sarney barroco. Numa feliz definição de Millôr Fernandes. Sarney é apenas barroco. É uma piada de mau gosto. Um presidente acidental. Uma obra do Hospital de Base de Brasília...

Leilões e concessões

Leilões e concessões [adotados sob a era Dilma Rousseff] não podem ser comparados com a privataria tucana. Não. Não dá para confundir com a privataria [mistura de privatização com pirataria, termo criado pelo jornalista Elio Gaspari], que grassou no governo de Fernando Henrique Cardoso, o príncipe dos sociólogos. FHC “privatiou”  o céu, o subsolo e os seus piratas iriam, se estivessem no poder, deitar e rolar com o mar. [Referência ao Pré-Sal]. É diferente de partilha e concessão.

AP 470

Não há provas contra o ex-ministro José Dirceu. Ele é inocente. Concordo com o jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, que deveria ganhar o Prêmio Esso por sua série de reportagens sobre o caso [Escândalo do suposto Mensalão].  A fantasia, o show do Supremo tribunal Federal (STF) está sendo desmontado. Mas, as comparações são inevitáveis... O jornalista Elio Gaspari diz que o mensalão do PT  perto do escândalo do ‘propinoduto’ tucano em São Paulo é bobagem...

Manifestações de rua

O que sobrou delas, hoje, é apenas os Black Blocks. À época [Maio, junho e julho], fiquei apavorado. Vi a glória do ‘Movimento  Cansei’. Ele conseguiu massa de manobra. Nunca tinha visto multidões à direita (Risos)

Projeto de novo livro

Escrevo, hoje, um livro sobre a ditadura civil e militar no Brasil [1964-1985]. O seu impacto nas áreas de Cultura e Educação e personagens como Paulo Freire, Josué de Castro  e Darcy Ribeiro. 

O que anda lendo

Leio, hoje, Stanislaw Ponte Preta, as suas obras reunidas em um só volume. Uma maravilha.

Onde trabalhou

Ex,  Coojornal, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Jornald o Brasil, Placar, Revista Sexy, Carlos Amigos...

Hoje

Faço carreira solo.

Idade

64 anos.


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