‘Que Horas Ela Volta’ é um pedaço do Brasil que quer mais

Com bela atuação de Regina Casé, drama vai da afetividade na relação patrão-empregada ao conflituoso ambiente de inclusão social dos últimos anos, visto do interior de uma família de classe média alta

01/2014 - Still longa metragem ' Que Horas Ela Volta' - De Anna Muylaert foto: Aline Arruda
01/2014 - Still longa metragem ' Que Horas Ela Volta' - De Anna Muylaert foto: Aline Arruda (Foto: Gisele Federicce)


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Por Rede Brasil Atual - Lançado no dia 27 de agosto nos cinemas, o longa-metragem Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert, será o representante brasileiro no Oscar 2016, anunciou ontem (10) Lula Oliveira, coordenador-geral de Articulação, Formulação e Difusão da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC). O filme concorre a uma vaga na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira.

Escolhido pela Comissão Especial de Seleção do MinC, Que Horas Ela Volta? disputou com os longas A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante; Alguém Qualquer, de Tristan Aronovich; Campo de Jogo, de Eryc Rocha; Casa Grande, de Fellipe Barbosa; Entrando Numa Roubada, de André Moraes; Estranhos, de Paulo Alcântara; e Estrada 47, de Vicente Ferraz.

Caso seja uma das nove produções estrangeiras escolhidas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (entidade americana que organiza a premiação), o filme de Anna Muylaert pode vir a ser um dos cinco finalistas que disputarão o prêmio cujo vencedor será anunciado na tradicional festa em Hollywood, nos Estados Unidos, em fevereiro do próximo ano.

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Que Horas Ela Volta? já ganhou prêmios nos festivais de Sundance, nos Estados Unidos, e de Berlim, na Alemanha, e teve os direitos de distribuição vendidos para mais de 20 países. Além de Regina Casé primorosa no papel principal, o elenco traz Michel Joelsas (de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias), Camila Márdila, Karine Teles e o escritor, autor de histórias em quadrinhos, dramaturgo e ator Lourenço Mutarelli.

A trama conta a história de Val (Regina Casé), que deixa a filha Jéssica (Camila Márdila) no interior de Pernambuco para trabalhar em São Paulo e garantir à menina melhores condições de vida. Por isso, virou babá de Fabinho (Michel Joelsas) e passou a morar integralmente com a família abastada no bairro paulistano do Morumbi.

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O problema começa quando o adolescente vai prestar o vestibular mais concorrido do país, a Fuvest. E Jéssica também. Quando a menina pobre que cresceu no Nordeste informa que pretende disputar uma vaga da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, pedindo ajuda para ir a São Paulo, a patroa de Val comenta, irônica: "Esta país está mudando mesmo, hein?".

Inicialmente, os patrões de Val acolhem a filha da empregada, mas as coisas começam a mudar de figura quando Jéssica passa a questionar a hierarquia ali estabelecida. Val "é de casa". Mesmo estando longe da sua, sabe quem pode entrar na sala, que mesa deve usar para comer, que piscina na casa dos outros é proibido e que não pode tomar o sorvete preferido dos donos da casa. Mesmo assim, os patrões insistem em dizer que ela é praticamente da família.

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Jéssica, por sua vez, reivindica papel de hóspede, e não de serviçal. E expõe uma das faces da juventude incluída socialmente nos últimos anos, que não aceita como paradigma o Brasil pior de outrora. O Brasil melhor de hoje ainda é pouco para ela.

Entre os filmes cotados para disputar uma vaga na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira estão o francês Dheepan, de Jacques Audiard; o mexicano Güeros, de Alonso Ruiz Palacios; o húngaro Son of Saul, de László Nemes; e o turco Mustang, de Deniz Gamze Ergüven.

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