'Não adiantar tirar da prateleira'
Jornalista Aquiles Lins, editor do 247, critica decisão da Justiça do Rio de Janeiro que determinou o recolhimento do livro "Minha Luta (Mein Kampf)", de Adolf Hitler, das livrarias do estado; "Não dá mais para impedir a difusão da informação desta maneira, mandando recolher livros de prateleiras. Tem efeito contrário. Existe a internet", diz o jornalista, que adquiriu um exemplar da editora Centauro; "a Lei continua existindo para quem ousar por em prática a doutrina explicitada pelo então futuro Führer em sua "Luta". Mas quem quiser, tem o direito de ler a obra", defende
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Por Aquiles Lins, 247 - Nessa quarta-feira, 3, a Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou o recolhimento do livro "Minha Luta (Mein Kampf)", de Adolf Hitler, das livrarias do estado.
No mesmo dia, o correio entregou-me o exemplar do livro que eu havia comprado poucos dias antes, pela internet. Edição não comentada, apenas a tradução, publicada já neste ano pela editora Centauro.
Há pelo menos 15 anos eu tinha interesse em ler o livro. Me interesso pela cultura alemã, aprendi o idioma, etc. Trato o livro, obviamente, com curiosidade histórica.
O fato é que não dá mais para impedir a difusão da informação desta maneira, mandando recolher livros de prateleiras. Tem efeito contrário. Existe a internet.
Na Alemanha, a ministra da Educação, Johanna Wanke, defendeu recentemente que Mein Kampf seja estudado como livro obrigatório em escolas públicas alemãs (leia aqui), claramente como fonte para melhor entendimento da política genocida imaginada e executada por Hitler.
Enfim, a Lei continua existindo para quem ousar por em prática a doutrina explicitada pelo então futuro Führer em sua "Luta" . Mas quem quiser, tem o direito de ler a obra. Para desmistificar.
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