Djamila: racismo só choca quando acontece com a filha do Bruno Gagliasso

"Infelizmente o Brasil naturaliza muito a violência. Muitas vezes, quando a gente fala da nossa rotina, as pessoas acham que é exagero. Só vão se chocar quando acontece algo com a filha, por exemplo, do Bruno Gagliasso. Mas falta o entendimento de que, quando a gente fala de racismo, é sobretudo do racismo estrutural", diz Djamila Ribeiro tem se destacado como uma das vozes mais atuantes em debates sobre questões de gênero e racismo no Brasil

Djamila: racismo só choca quando acontece com a filha do Bruno Gagliasso
Djamila: racismo só choca quando acontece com a filha do Bruno Gagliasso (Foto: Reprodução)


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247 - Feminista negra, mestre em filosofia política e ex-secretária-adjunta de Direitos Humanos de São Paulo – na gestão de Fernando Haddad –, a autora Djamila Ribeiro tem se destacado como uma das vozes mais atuantes em debates sobre questões de gênero e racismo.

Em entrevista à repórter Paula Reverbel, ela aborda o tema de seu livro: quem tem direito a voz em uma sociedade ainda racista e machista?

"Infelizmente o Brasil naturaliza muito a violência. Muitas vezes, quando a gente fala da nossa rotina, as pessoas acham que é exagero. Só vão se chocar quando acontece algo com a filha, por exemplo, do Bruno Gagliasso. Mas falta o entendimento de que, quando a gente fala de racismo, é sobretudo do racismo estrutural. Ligar a televisão e não enxergar pessoas negras… Por que na USP a maioria dos professores são brancos e as mulheres que limpam os banheiros são negras? Por que não tem pessoas negras, enfim, nos espaços de poder?

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Se eu vou pegar um voo internacional, as pessoas olham com cara estranha, ou vêm falar em inglês comigo, porque acham que eu sou estrangeira. E eu tiro onda porque, se eu for também todo dia me estressar com isso, eu não vivo. Tenho uma filha pra criar, precisar estar bem. Se estou no exterior e encontro brasileiros, eles começam a perguntar: “Veio fazer o que aqui nos EUA, você veio sambar? Você veio fazer show?” Então, se eu encontro brasileiro sem noção fora do Brasil, eu geralmente falo “no portuguese”, pra evitar o estresse. Passei uma semana de outubro na Noruega e andava muito mais tranquilamente num país nórdico do que no meu próprio país."

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