Bienal do Livro aproxima autores do público com bate papos

Neste último dia da Bienal do Livro, no Pavilhão do Anhembi, há o lançamento do livro Mônica e Menino Maluquinho na Montanha Mágica, a partir das 17h, no estande da editora Melhoramentos; as senhas podem ser retiradas pelo público a partir das 16h

Bienal do Livro aproxima autores do público com bate papos
Bienal do Livro aproxima autores do público com bate papos (Foto: Reuters)


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Agência Brasil - A 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acaba neste domingo (12), é a oportunidade também de participar de conversas com escritores, atores e intelectuais. Ziraldo, Mauricio de Sousa e Manuel Filho são os destaques neste domingo com o lançamento do livro Mônica e Menino Maluquinho na Montanha Mágica.

Ontem (11), as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres foram um dos destaques da programação. Elas falaram sobre o livro Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico, que traz a trajetória pessoal e profissional da atriz, e emocionaram o público ao contar histórias marcantes, entre elas, alguns episódios ocorridos na ditadura militar.

Para Fernanda Torres, a troca de correspondências entre a mãe e o ator Paulo Autran, já no fim da vida dele, é um dos momentos mais emocionantes. “São duas cartas impressionantes de dois companheiros. Eles não fizeram tanto teatro juntos, mas são companheiros de estrada e uma hora se encontraram em uma novela chamada Guerra dos Sexos, em que uma cena antológica foi feita.”

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Fernanda Montenegro relembrou a famosa cena “do bolo na cara”. “A gente não sabe como saiu tão bem porque não se ensaiou. Eles puseram a mesa com todos doces, pudins, leites, chocolates, não tínhamos uma dupla roupa. Caso não funcionasse, a gente tinha que parar tudo, botar outra roupa, lavar a cara, fazer cabelo.” Para a atriz, aquele foi “um momento de comunhão de atores e de intenção cênica”.

Ditadura

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Fernanda Montenegro lembrou os tempos da ditadura militar no Brasil, o início com o golpe de 1964, os períodos de luta armada, de censura e do Ato Institucional número 5 – quando os mandatos parlamentares foram cassados, instituída a ingerência direta nos estados e municípios e a suspensão das garantias dos direitos constitucionais.

A atriz contou sobre a perseguição à liberdade de expressão e que havia diversos grupos de contestação política contra os militares, que se reuniam em assembleias gerais.

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“Nessas assembleias, houve uma hora que quem dirigia a mesa chegou e disse 'acabo de receber um telefonema dizendo que há uma bomba dentro deste teatro'. Fernando [Torres, marido] e eu nos olhamos e dissemos 'vamos para casa'. Lélia Abramo, maravilhosa, corajosa, trotskista, levanta-se e grita 'não vamos sair daqui, vamos morrer pela nossa causa'. Hoje vocês devem perceber de que crise nós saímos”, disse Fernanda Montenegro.

Fernanda Torres acrescentou que boa parte dos relatos da mãe estão documentados. “Tem muitas cartas, documentos, a ligação com o [Gianfrancesco] Guarnieri que escreveu Eles não Usam Black-Tie. E uma das histórias maravilhosas e que falam muito sobre esse período é da Lélia Abramo. Tem uma fotografia nesse livro que é um encontro no teatro Ruth Escobar, onde a classe se reuniu pós AI-5.”

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Otimista, Fernanda Montenegro afirmou que apesar do momento delicado em que o país vive, está confiante em dias melhores. “Agora eu digo o seguinte: vamos sair dessa crise [atual]. Mas eu não tenho dúvida. Estou a caminho de 90 anos, eu já vi tanta crise, tanto buraco sem fundo, mas é aquilo que o poeta diz 'acorda e canta'”.

A atriz recomendou ao público: “Então, minha gente, vamos acordar e cantar. Temos que ter esperança. Esperança às vezes é uma palavra meio esquisita porque parece que a gente senta e espera. Eu estou falando de uma esperança ativa, muito ativa. Basta a gente perseverar que a gente muda esse país”. A atriz foi muito aplaudida pelo público.

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Serviço

Neste último dia da Bienal do Livro, no Pavilhão do Anhembi, há o lançamento do livro Mônica e Menino Maluquinho na Montanha Mágica, a partir das 17h, no estande da editora Melhoramentos. As senhas podem ser retiradas pelo público a partir das 16h.

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Os ingressos para a Bienal do Livro custam R$ 25 (inteira) e R$ 12 (meia).

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