Sumido, Eike não é citado em processos
Uma oficial de Justiça foi encarregada de intimar Eike Batista, mas ainda não conseguiu localizar o empresário. Foram duas tentativas frustradas no início do mês
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SÃO PAULO - Uma oficial de Justiça foi encarregada de intimar Eike Batista, mas ainda não conseguiu localizar o empresário. Foram duas tentativas frustradas no início do mês.
A oficial afirma que foi no endereço conhecido de Eike, uma casa na Rua Caio de Melo Franco, no bairro de Jardim Botânico, localizado zona sul do Rio de Janeiro. Com a casa fechada, a oficial foi informada por um vigia que o empresário havia se mudado.
Com o novo endereço em mãos - localizado na mesma rua - a oficial descobriu que Eike viajou, sem previsão para retorno. Após a segunda tentativa, a oficial devolveu o mandado à Justiça Federal no dia 4 de fevereiro.
O documento é referente ao primeiro de três processos que acionistas minoritários da OGX Petróleo (OGXP3) ajuizaram no final do ano passado contra Eike Batista. O empresário é fortemente criticado por ter "defendido" seu patrimônio no ano passado em meio à crise do grupo EBX, que teria, inclusive, contado com medidas anti-éticas e até mesmo criminosas.
Minoritário pede delistagem de Novo Mercado
Os acionistas minoritários da OGX empresa de Eike Batista, entraram com um pedido à BM&FBovespa, na quinta passada, solicitando que a empresa saia do Novo Mercado, segmento que tem padrões e regras mais rígidos. O pedido foi encaminhado pelo economista Aurélio Valporto, que lidera o grupo de minoritários, e se for aceito pode fazer com que acione uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para que Eike recompre a empresa.
Aurélio Valporto acredita que faltou transparência da petroleira e que a empresa já sábia dos graves problemas um ano antes deles serem divulgados. E ficou quieta, enquanto o próprio dono da empresa, vendia ações. "Como a OGX não atende a nenhuma das condições de governança corporativa, entendemos que o único motivo de continuar listada no novo mercado é proteger o Eike", afirmou Valporto.
Em resposta, a BM&FBovespa disse que seu ombudsman tem um prazo de até 45 dias para responder os minoritários e por enquanto não há nenhum processo instaurado para tirar a empresa de Eike Batista do Novo Mercado. "Para fazer parte dessa listagem, a Bovespa exige a assinatura de um contrato entre as partes e a elaboração de diversos documentos por parte da empresa, em que são exigidas a mais absoluta transparência e probidade de controladores, membros do conselho, diretores, administradores e gerentes, tanto na transmissão de informações quanto na negociação", destaca o acionista.
Porém, se o pedido for aceito e a empresa sair do Novo Mercado, Eike poderia ser obrigado a fazer uma OPA (oferta pública de ações) e comprar todos os papéis da OGX, já que quando eles adquiriram as ações da empresa elas faziam parte de regras rígidas de governança. "Isto é fator preponderante para que o investidor decida pela compra de ações da empresa, e a própria Bovespa chama a atenção para a apresentação desse mercado: A melhoria da qualidade das informações prestadas pela companhia e a ampliação dos direitos societários reduzem as incertezas no processo de avaliação e de investimento e, consequentemente, o risco, o que dá mais segurança ao investidor", afirma Aurélio.
O economista ainda destaca que o próprio Eike usava a presença da OGX no Novo Mercado a todo instante para vender a empresa a investidores. "Na verdade, em quase todas as entrevistas, o Sr. Eike Batista não perdia a oportunidade de dizer que as empresas pertenciam ao novo mercado e, por conta disso, tinham aderido ao mais alto grau de governança corporativa e eram auditadas, o que não ocorreu", afirmou ele.
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