Eleição deve correr sob signo da recessão

Boletim Focus, do BC, registra nesta segunda-feira 18 a 12ª queda consecutiva na previsão de crescimento da economia para 2014, agora de apenas 0.79%; forte elemento econômico se instala no campo político; após dois recúos do PIB, em maio e junho, Brasil pode estar cumprindo agora terceiro mês de ausência de crescimento; tecnicamente, está caracterizada a recessão; discurso dos candidatos de oposição Aécio Neves e, perto de ser indicada pelo PSB, Marina Silva, ganha nova sustentação; presidente Dilma Rousseff, mesmo vencendo a batalha contra a inflação e com folga na criação de empregos desde o início de seu mandato, vê novo flanco para ataques; na eleição mais surpreendente e dramática desde a redemocratização, economia volta a ser determinante

Boletim Focus, do BC, registra nesta segunda-feira 18 a 12ª queda consecutiva na previsão de crescimento da economia para 2014, agora de apenas 0.79%; forte elemento econômico se instala no campo político; após dois recúos do PIB, em maio e junho, Brasil pode estar cumprindo agora terceiro mês de ausência de crescimento; tecnicamente, está caracterizada a recessão; discurso dos candidatos de oposição Aécio Neves e, perto de ser indicada pelo PSB, Marina Silva, ganha nova sustentação; presidente Dilma Rousseff, mesmo vencendo a batalha contra a inflação e com folga na criação de empregos desde o início de seu mandato, vê novo flanco para ataques; na eleição mais surpreendente e dramática desde a redemocratização, economia volta a ser determinante
Boletim Focus, do BC, registra nesta segunda-feira 18 a 12ª queda consecutiva na previsão de crescimento da economia para 2014, agora de apenas 0.79%; forte elemento econômico se instala no campo político; após dois recúos do PIB, em maio e junho, Brasil pode estar cumprindo agora terceiro mês de ausência de crescimento; tecnicamente, está caracterizada a recessão; discurso dos candidatos de oposição Aécio Neves e, perto de ser indicada pelo PSB, Marina Silva, ganha nova sustentação; presidente Dilma Rousseff, mesmo vencendo a batalha contra a inflação e com folga na criação de empregos desde o início de seu mandato, vê novo flanco para ataques; na eleição mais surpreendente e dramática desde a redemocratização, economia volta a ser determinante (Foto: Aline Lima)


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247 – Uma palavra forte, capaz de esquentar o discurso da oposição e dominar manchetes econômicas vai entrando para ficar na eleição presidencial: recessão. Nesta segunda-feira 18, o Boletim Focus, do BC, apresentou queda, pela 12ª semana consetiva, na expecativa de crescimento da economia, do ponto de vista dos agentes do mercado financeiro. Desta vez, a mediana das projeções passou de 0,81%, apurada na semana passada, para 0,79%. 

Segundo dados divulgados na sexta-feira 15, pelo Banco Central, a atividade recuou 0,8% em maio sobre abril. Em junho, o resultado foi 1,48% abaixo do apurado em maio. Agora, em julho, caso haja nova redução, o Brasil estará, tecnicamente, em recessão. Na comparação entre junho deste ano e junho do ano passado, o recuo da economia foi ainda maior, de 2,68%. No acumulado do ano até agora há leve alta de 0,08%. 

Os reflexos da nova situação, caso não haja uma recuperação em julho, o que não é esperado pelos analistas, serão diretos na sucessão presidencial. Crítico de primeira hora da política econômica, Aécio Neves terá mais munição, pelo PSDB, para ressaltar a importância da troca de governo como única forma de devolver a confiança aos investidores. Perto de ser confirmada pelo PSB, Marina Silva poderá dizer, com renovada autoridade, que ela e Eduardo Campos sempre estiveram certos em romper com um projeto que estaria esgotado. Em diferentes setores da sociedade, quem apostou no fracasso poderá se sentir vitorioso. 

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O momento também deve ser criticado duramente pelo presidenciável Aécio Neves, do PSDB. O partido carrega de primeira hora a bandeira da mudança na economia. Seu principal porta-voz neste campo, o ex-presidente do BC Armínio Fraga tem batido na tecla de que os investimentos só voltarão com força em caso de troca de governo. Agora, com a ultrapassagem ensaiada por Marina nas pesquisas de opinião, o discurso tucano tende a ser ainda mais agressivo durante o horário eleitoral gratuito.

A presidente Dilma Rousseff, porém, que naturalmente é quem tem mais a perder eleitoralmente com a maré vazante da economia, tem argumentos para assegurar que a situação é transitória. A economia esfriou, mas a inflação foi controlada. Essa era a pauta anterior da oposição, que, em meio a manobras ousadas do Banco Central no câmbio e nos juros, foi, a rigor, resolvida. O índice de preços está dentro da meta pactuada com o Congresso, e mesmo é declinante nas projeções para até o final do ano.

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Dilma pode dizer que o Brasil teve uma “soft landing”, a aterrissagem suave, mas, na prática, situações como recuo, no primeiro semestre, de 7,6% nas vendas de veículos, levou a crise para a indústria automobilística. Uma série de artifícios como férias coletivas e interrupção por tempo determinado das linhas de produção está em curso para evitar demissões mais amplas. No setor de construção civil, por outro lado, o saldo de criação de empregos até é maio é positivo em 1,13% sobre o ano passado. Nada muito espetacular.

O Japão experimentou, no mês passado, um recuo de 6% em sua atividade econômica. Um verdadeiro crash. No Brasil, mesmo que se entre  vagarosamente na recessão, isso será o de menor importância. Nesta campanha presidencial mais marcante e surpreendente dos últimos 25 anos, desde Collor X Lula, em 1989, será um fator decisivo.

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Abaixo, notícia da agência Reuters: 

Por Camila Moreira

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SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira recuou 1,20 por cento no segundo trimestre sobre o primeiro, ao cair 1,48 por cento em junho sobre maio, indicando que a economia brasileira pode ter entrado em recessão no primeiro semestre do ano e sem perspectivas de recuperação com vigor em breve.

No primeiro trimestre, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,02 por cento em relação aos três meses anteriores, número revisado nesta sexta-feira, de alta de 0,03 por cento informada antes.

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Ao mostrar dois trimestres seguidos de contração, a economia entra em recessão técnica. O resultado de junho veio pior do que o esperado em pesquisa Reuters, cujas projeções indicavam recuo mensal de 1,30 por cento.

A queda de junho do indicador --considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)-- foi a quinta seguida na comparação mensal, com contrações de 0,8 e 0,01 por cento em maio e em abril, respectivamente. Foi também o pior resultado mensal desde maio do ano passado.

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Logo após a divulgação, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton de Araújo, buscou evitar conexão direta entre o IBC-Br e o PIB, afirmando que "não é correto afirmar, nem informar, com base no IBC-Br, que a variação do PIB foi negativa no segundo trimestre".

Participando de evento em São Paulo, ele destacou que a projeção do BC para o PIB é a que consta do Relatório de Inflação, de expansão de 1,6 por cento para 2014. O mesmo vale para as contas sobre a inflação.

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INDÚSTRIA E VAREJO

O IBC-Br é mais uma indicação de perda de força da economia brasileira no segundo trimestre, já reforçada pelos resultados do varejo e da indústria que, respectivamente, recuaram 2 e 0,6 por cento sobre o primeiro trimestre.

Em junho destacadamente notaram-se os efeitos negativos da Copa do Mundo sobre ambos os setores, devido à redução de dias úteis e fechamento do comércio.

"O fato é que a economia já vinha em processo acentuado de enfraquecimento nos últimos meses e, sobre esses fatores, somaram-se as paralisações e feriados por conta da Copa", disse o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira. "A Copa foi o tiro de misericórdia".

As expectativas dos especialistas, ouvidos em pesquisa Focus do BC, são de que o PIB crescerá apenas 0,81 por cento em 2014, bem aquém dos 2,5 por cento vistos em 2013. O cenário deste ano, em que a presidente Dilma Rousseff busca a reeleição, também envolve inflação e juros elevados, além de baixa confiança dos agentes econômicos.

Os dados oficiais do IBGE são de que o PIB cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre sobre os últimos três meses de 2013. Mas boa parte dos analistas não descarta a possibilidade de que esse número seja revisado para mostrar contração com a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre, marcada para o próximo dia 29.

"Temos uma situação que mostra estrangulamento da capacidade produtiva, e não conseguimos ver à frente melhora muito rápida porque precisaria haver mais investimentos", disse o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano.

Para ele, o segundo trimestre deve ter queda de 0,1 por cento sobre os três meses anteriores e o dado do primeiro trimestre seria revisado para zero, embora não descarte números piores.

O IBC-Br de junho teve queda de 2,68 por cento na comparação com igual período de 2013 e acumula alta de 1,41 por cento em 12 meses, ainda segundo dados dessazonalizados.

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