Mercado encerra luto pós Campos e volta a precificar vitória de Dilma

Se até o começo do mês Marina Silva despontava como favorita, agora as chances de reeleição de Dilma voltam a ganhar terreno; Ibovespa voltou aos níveis pré-entrada de Marina na disputa

São Paulo 20/09/2014 Ex-Ministro da Saúde Alexandre Padilha , candidato do PT ao Governo do Estado durante carreata com a Presidenta Dilma no Largo 13 de Maio na Zona Sul  . Foto Paulo PInto/Analítica
São Paulo 20/09/2014 Ex-Ministro da Saúde Alexandre Padilha , candidato do PT ao Governo do Estado durante carreata com a Presidenta Dilma no Largo 13 de Maio na Zona Sul . Foto Paulo PInto/Analítica (Foto: Gisele Federicce)


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Por Thiago Salomão • Paula Barra

SÃO PAULO - Se até semana passada as quedas da Bovespa estavam sendo vistas como um movimento de correção, a derrocada de quase 3% nesta segunda-feira (22) já deixa evidente uma mudança de cenário político: as chances de reeleição de Dilma Rousseff estão cada vez maiores.

Em meio a isso, o Ibovespa devolve praticamente todo o ganho acumulado desde que Marina Silva entrou na disputa. Nesta sessão, o principal índice da bolsa brasileira caiu até 3,0% e chegou a operar abaixo dos 56 mil pontos - menor patamar desde a morte trágica de Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto.

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"O mercado já está precificando uma possível reeleição de Dilma, inclusive vemos esse movimento há alguns dias, com a Bolsa antecipando os dados do Datafolha divulgados na última sexta-feira", disse Inácio Crespo, economista da Guide Investimentos.

"A Dilma tem conseguido diminuir a rejeição e reprovação de seu governo e à medida que faz isso aumenta sua força nas pesquisas, mas hoje a única certeza que temos é que Dilma vai para segundo turno. Se será Marina ou Aécio isso ainda é difícil prever", disse Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor de ciência política e de políticas públicas da FGV (Fundação Getulio Vargas). A pesquisa Vox Populi, que será divulgada hoje, e o Ibope, que deve sair amanhã, podem trazer indícios de para onde vai a eleição. Hoje, o adversário mais pesado para Dilma seria Marina, que consegue agregar tanto pessoas pró como contra governo, complementou o professor.

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Com as pesquisas de opinião no Brasil mostrando um acirramento maior, a probabilidade de uma vitória da candidato à reeleição, a presidente Dilma Rousseff, aumentou, de acordo com a Nomura. A corretora destacou continuar acreditando que a presidente só poderá ser considerada favorita se abrir uma diferença entre 5 e 10 pontos percentuais de vantagem sobre Marina no segundo turno, mas agora as chances aumentaram.

Apesar de ainda serem esperados novos dados de pesquisas eleitorais e ainda ver como cenário base uma vitória de Marina em uma margem muito apertada, o diretor dos mercados emergentes do Nomura, Tony Volpon, destacou o que pode-se esperar de um eventual segundo governo Dilma.

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"Onda Marineira" acabou?

No dia da morte da Campos, o Ibovespa caiu 1,53%, fechando 55.581 pontos. Dali até o final do mês, o índice de ações subiu 12% em meio à entrada de Marina Silva na corrida presidencial e sua disparada meteórica nas pesquisas. A reação positiva na Bovespa explica-se pelo desejo dos investidores por mudança no comando do País, tendo em vista que a gestão petista tem deixado o mercado financeiro receoso com as diversas intervenções em importantes setores da economia.

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Contudo, setembro começou a mostrar um enfraquecimento de Marina nas pesquisas, fazendo o Ibovespa mergulhar 5 mil pontos nas duas primeiras semanas do mês. Passada uma breve recuperação na semana passada, o Ibovespa volta a cair forte nesta segunda-feira e chegou a operar abaixo dos 56 mil - menor patamar desde a morte de Eduardo Campos. Nesta sessão, ganham força os rumores de que a pesquisa Vox Populi, que sairá nesta noite, apontem uma queda da ambientalista, juntamente com uma recuperação de Aécio Neves (PSDB) e a manutenção de Dilma na dianteira.

Vale lembrar que a semana ainda reserva mais cinco pesquisas: Ibope, Sensus, MDA, Datafolha e mais um Vox Populi.

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Kit eleições no vermelho

Diante disso, as ações do "kit eleições", que foram as mais sensíveis às novidades sobre eleições, lideram as perdas do pregão desta segunda. Destaque para as estatais Petrobras (PETR3, R$ 18,82, -5,19%; PETR4, R$ 19,85, -5,07%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,00, -6,45%) e Eletrobras (ELET3, R$ 7,12, -5,94%, ELET6, R$ 10,42, -5,26%), os bancos privados Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,99, -2,01%) e Bradesco (BBDC3, R$ 37,05, -1,59%; BBDC4, R$ 37,36, -1,68%) e a sucroalcooleira Cosan (CSAN3, R$ 39,75, -3,38%).

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