Nova Petrobras vai manter rota nacionalista

Petroleiro eleito para Conselho de Administração da estatal nega apoio a revisão do modelo de partilha do pré-sal e fim da política de conteúdo nacional; "Como tem o governo federal como acionista majoritário, a Petrobras tem um grande papel social a cumprir", diz Deyvid Bacelar; "Aqui não é só uma questão de obter lucros"; presidente Aldemir Bendine igualmente não quer inversão radicalmente de rumo; prioridades de balanço verdadeiro, plano de investimentos factível e governança forte não incluem desnacionalização; ações subiram 1,9% com alta internacional do petróleo; indicação de Bendine foi assimilada

Petroleiro eleito para Conselho de Administração da estatal nega apoio a revisão do modelo de partilha do pré-sal e fim da política de conteúdo nacional; "Como tem o governo federal como acionista majoritário, a Petrobras tem um grande papel social a cumprir", diz Deyvid Bacelar; "Aqui não é só uma questão de obter lucros"; presidente Aldemir Bendine igualmente não quer inversão radicalmente de rumo; prioridades de balanço verdadeiro, plano de investimentos factível e governança forte não incluem desnacionalização; ações subiram 1,9% com alta internacional do petróleo; indicação de Bendine foi assimilada
Petroleiro eleito para Conselho de Administração da estatal nega apoio a revisão do modelo de partilha do pré-sal e fim da política de conteúdo nacional; "Como tem o governo federal como acionista majoritário, a Petrobras tem um grande papel social a cumprir", diz Deyvid Bacelar; "Aqui não é só uma questão de obter lucros"; presidente Aldemir Bendine igualmente não quer inversão radicalmente de rumo; prioridades de balanço verdadeiro, plano de investimentos factível e governança forte não incluem desnacionalização; ações subiram 1,9% com alta internacional do petróleo; indicação de Bendine foi assimilada (Foto: Aline Lima)


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247 – Na correção de rota que começa a ser empreendida pela Petrobras, uma inversão de 180 graus na atual estratégia está descartada no setor mais sensível da companhia: o dos empregados.

Eleito para representar os trabalhadores da estatal no Conselho de Administração da companhia, o petroleiro Deyvid Bacelar descartou, de antemão, a aceitação de alternativas que visem mexer no modelo de partilha do pré-sal, enxugar o plano de investimentos e, ainda, realizar mudanças na política de conteúdo nacional de encomendas de serviços e equipamentos. Os empregados da estatal, dessa maneira, terão em um representante que defenderá novas contratações de empreiteiras brasileiras como fornecedoras da Petrobras, com o sentido de manter a geração de empregos que essa determinação proporciona.

- A Petrobras tem como sócio majoritário o governo federal, então ela tem um grande papel social a ser cumprido, disse Bacelar à agência Reuters. Ele é um sindicalista da base da Bahia e ligado à Federação Única dos Petroleiros e ao PT. Foi eleito para o Conselho de Administração com 60% dos votos em jogo na eleição interna.

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- A Petrobras não tem como objetivo único ter lucro, é isso que os demais conselheiros e a sociedade precisam compreender.

Não é, exatamente, uma declaração que o novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, possa fazer. Eleito para o cargo na sexta-feira 6, ele estabeleceu como sua primeira missão incluir os prejuízos com o escândalo de corrupção na empresa no balanço contábil da empresa. Mas Bendine não foi escolhido para mudar os pilares do modelo de exploração do pré-sal. Foi, sim, como já declarou a presidente Dilma Rousseff, para ajustar, sem enterrar, o plano de investimentos da companhia e criar um modelo de governança forte e confiável.

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Na Bolsa, mesmo sem promessas de inverter por completo a rota da empresa, as ações da companhia experimentaram leve recuperação nesta segunda-feira 9. Com a subida para US$ 53 no preço do barril, os papeis da estatal subiram 1,9%, o que indicou que a nomeação de Bendine já foi assimilada pelos investidores.

Não se espere, no entanto, que o novo presidente seja mais um a trabalhar pela quebra dos paradigmas nacionalistas que nortearam a ação da Petrobras nos últimos anos. Acertar o balanço, combater a corrupção e balancear investimentos não significam uma negação da direção escolhida.

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Abaixo, notícia da agência Reuters sobre a posição do representante dos empregados no conselho da estatal:

Novo representante dos funcionários defende papel social da Petrobras

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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O funcionário da Petrobras eleito para representar os trabalhadores no Conselho de Administração da companhia, Deyvid Bacelar, defendeu nesta segunda-feira o papel social da petroleira, disse ser contra a redução de investimentos com demissões e a favor da contratação de empreiteiras brasileiras pela estatal.

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Eleito com quase 60 por cento dos votos, Bacelar é coordenador-geral do Sindipetro Bahia, e tem o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), historicamente ligada ao PT.

Apesar disso, o sindicalista reforçou em entrevista à Reuters seu compromisso de "independência e autonomia diante do governo e do patrão".

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Bacelar venceu em segundo turno, cuja apuração terminou nesta segunda-feira, o atual conselheiro representante dos trabalhadores, Silvio Sinedino.

O novo conselheiro da Petrobras será empossado após a próxima Assembleia Geral de Acionistas, quando também serão definidos outros conselheiros.

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A nomeação acontece em um dos momentos mais delicados já enfrentados pela petroleira estatal, quando executivos e ex-executivos são acusados de participar de um esquema de corrupção que teria desviado recursos da empresa para subornar pessoas e favorecer partidos políticos.

Antes da renúncia da então presidente Maria das Graças Foster e de cinco dos sete diretores da companhia, executivos da empresa já haviam informado que os investimentos da empresa serão reduzidos, diante da dificuldade para obter financiamentos devido à crise de confiança gerada no mercado.

Bacelar se posicionou contra a retirada de investimentos em campos maduros, como no Nordeste, sua região de atuação.

"Os conselheiros e a sociedade precisam compreender que a Petrobras não tem o objetivo exclusivo de obter lucro, apenas lucro pelo lucro. É uma empresa que tem como acionista majoritário o governo federal, então ela tem um grande papel social a ser cumprido", afirmou o sindicalista.

Bacelar defende ainda ser "um absurdo" a declaração da Petrobras de que pode aumentar o número de companhias estrangeiras com quem trabalha, depois de suspender negócios com 23 empresas fornecedoras citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Para ele, a medida gera desemprego e prejudica o país.

"Os que devem ser punidos são as pessoas, os corruptos e os corruptores nesse escândalo da Operação Lava Jato. As empresas que estão sendo investigadas têm que fazer com que seus gestores sejam punidos, mas as empresas têm que continuar desenvolvendo os trabalhos que faziam antes, gerando emprego e renda no país."

IMAGEM DESGASTADA

Bacelar tem ainda como uma de suas principais bandeiras o resgate da imagem da Petrobras e a maior participação dos funcionários nas decisões do Conselho.

"Tem um processo de desgaste da empresa criado principalmente pela mídia hegemônica, onde você pontua, destaca e amplifica problemas que ninguém está discutindo aqui se existem, mas deixa de falar também daquilo que a empresa é e representa para o Brasil e para os brasileiros", afirmou.

Por meio de redes sociais, emails, sites e de visitas pessoais às principais bases da Petrobras, Bacelar prometeu que terá um diálogo contínuo com trabalhadores, aproximando-os de decisões importantes.

Ele acredita que o aumento da transparência pode contribuir com o combate à corrupção, por exemplo, com funcionários perdendo receio de fazer denúncias dentro da companhia.

É a quarta vez que um empregado é eleito para o conselho com a função de representar funcionários.

O Conselho da Petrobras é formado por dez membros, sendo sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações ordinárias, um pelos acionistas de preferenciais e um pelos empregados.

Nas eleições deste ano, segundo a Petrobras, 138 candidatos concorreram à vaga para representar os funcionários.

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