Pochmann: Elites negam-se a contribuir para resolver crise

Economista Marcio Pochmann afirma que frente ao esgotamento das políticas anticíclicas país precisa pensar em reformas estruturais, mas que essas esbarram nos ricos e no Congresso dominado pelo capital; “Os que mandam no país não aceitam pagar mais impostos”, afirmou

Economista Marcio Pochmann afirma que frente ao esgotamento das políticas anticíclicas país precisa pensar em reformas estruturais, mas que essas esbarram nos ricos e no Congresso dominado pelo capital; “Os que mandam no país não aceitam pagar mais impostos”, afirmou
Economista Marcio Pochmann afirma que frente ao esgotamento das políticas anticíclicas país precisa pensar em reformas estruturais, mas que essas esbarram nos ricos e no Congresso dominado pelo capital; “Os que mandam no país não aceitam pagar mais impostos”, afirmou (Foto: Roberta Namour)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Rede Brasil Atual 

São Paulo – As elites brasileiras não aceitam fazer sua contribuição para resolver a situação de crise do país, criticou ontem (29) o economista, professor e escritor Marcio Pochmann em entrevista à Rádio Brasil Atual. “Os que mandam no país não aceitam pagar mais impostos”, afirmou, destacando que o esgotamento de políticas anticíclicas, como as desonerações da indústria para motivar o consumo, exige que o país adote reformas mais profundas para continuar combatendo a pobreza.

“A economia mundial continua extremamente frágil e o Brasil foi resistindo por mais tempo possível nessa tentativa das políticas anticíclicas. Só que isso acabou levando a uma incapacidade de o país continuar nesse rumo sem que fizesse reformas mais profundas, como é o caso de angariar recursos para o Estado através de uma reforma tributária que onerasse mais os ricos, os poderosos. E isso se tornou difícil e um problema político porque os que mandam no país não aceitam pagar mais impostos”, afirmou.

continua após o anúncio

Pochmann também disse que o país vive “uma luta política em que o Estado tenta se reorganizar, mas há de certa maneira um bloqueio que vem dos ricos, que não aceitam fazer sua contribuição, e isso acaba sendo feito pelos mais pobres e pela parte produtiva e não financeira”, disse. Ele destacou que o setor financeiro hoje opera com taxas de juros extremamente elevadas, com ganhos "extraordinários" . "Esse é o problema político do Brasil, é como enfrentar aqueles que se protegem e que mandam no país, em um momento difícil em que a política tem ajudado muito pouco nesse enfrentamento."

Com seu perfil conservador e dominado pelos ditames do capital, o Congresso Nacional também pouco tem feito pouco para que o problema possa ser enfrentado. “O sofrimento da Nação hoje, principalmente os mais pobres, deve-se à ausência de uma maioria política que possa enxergar no país um outro caminho. Vamos lembrar, por exemplo, que o Brasil é um país em que 86% de sua população vivem nas cidades. Os problemas do país são urbanos, é o transporte, saúde, educação, no entanto, entre os eleitos em 2014, a maior bancada parlamentar é formada por ruralistas. Quer dizer, os que estão no Congresso representam interesses do campo e não das cidades. E os interesses das cidades não reverberam ou se transformam em iniciativas que possam ter encaminhamento pelo Legislativo”.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247