Brasil tem déficit primário recorde para junho

Setor público brasileiro registrou déficit primário de R$ 9,323 bilhões em junho, pior marca histórica para o mês, acumulando em 12 meses rombo recorde equivalente a 0,80% do PIB

Setor público brasileiro registrou déficit primário de R$ 9,323 bilhões em junho, pior marca histórica para o mês, acumulando em 12 meses rombo recorde equivalente a 0,80% do PIB
Setor público brasileiro registrou déficit primário de R$ 9,323 bilhões em junho, pior marca histórica para o mês, acumulando em 12 meses rombo recorde equivalente a 0,80% do PIB (Foto: Paulo Emílio)


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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O setor público brasileiro registrou déficit primário de 9,323 bilhões de reais em junho, pior marca histórica para o mês, acumulando em 12 meses rombo recorde equivalente a 0,80 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), números que ressaltam as dificuldades do governo em equilibrar as contas públicas.

O resultado negativo veio sobretudo do governo central (governo federal, Banco Central e Previdência), com saldo negativo de 8,566 bilhões de reais no mês, informou o BC nesta sexta-feira, em meio à fraca arrecadação por conta da cambaleante economia.

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Empresas estatais tiveram contribuição negativa de 813 milhões de reais, enquanto governos regionais (Estados e municípios) conseguiram ligeiro superávit de 56 milhões de reais no mês.

O déficit primário de junho veio muito abaixo das projeções de analistas, cuja mediana apontava para saldo negativo de 2,0 bilhões de reais em pesquisa da Reuters.

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"A despeito das medidas adotadas tanto no âmbito da recuperação de receitas como contenção de despesas desde o início do ano, há impacto significativo da atividade econômica sobre a arrecadação", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Na última semana, o governo reduziu a meta de economia para pagamento de juros da dívida deste ano a 8,747 bilhões de reais, equivalente a 0,15 por cento do PIB, contra 1,1 por cento do PIB previsto até então. Também anunciou corte adicional de gastos de 8,6 bilhões de reais.

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Na mesma ocasião, a equipe econômica também deixou em aberto a possibilidade de fechar o ano com déficit primário de mais de 17 bilhões de reais caso não consiga obter algumas receitas com as quais conta e que basicamente dependem da aprovação do Congresso Nacional, em meio à intensa batalha política entre o Executivo e o Legislativo.

O BC informou ainda que, no acumulado do primeiro semestre, o resultado primário ficou positivo em 16,224 bilhões de reais, também pior resultado para o período na série iniciada em dezembro de 2001. O número foi fundamentalmente impulsionado pelo desempenho de Estados e municípios, mas bem inferior ao patamar de 29,380 bilhões de reais de igual etapa de 2014.

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A fraca economia, que deve encolher pouco menos de 2 por cento neste ano, tem abalado a arrecadação que, em junho, recuou quase 2,5 por cento. Nos primeiros seis meses do ano, esse recolhimento caiu 2,87 por cento.

DÍVIDA

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Em junho, a dívida bruta alcançou 63,0 por cento do PIB, acima da projeção do BC de que ficaria em 62,4 por cento e mantendo trajetória de alta. A relação era de 58,9 por cento em dezembro de 2014.

Ao reduzir as metas fiscais, o governo também traçou uma trajetória para a dívida pública do país que não convenceu o mercado e especialistas de modo geral. Passou a prever que a relação dívida bruta/PIB --importante indicador monitorado pelas agências de classificação de risco-- fechará este ano a 64,7 por cento, indo a 66,4 por cento em 2016 e 66,3 por cento em 2017. Para 2018, a vê em 65,6 por cento.

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Nesta semana, a agência de classificação de risco Standard & Poor's sinalizou que pode tirar o selo de bom pagador do Brasil, em meio ao cenário fiscal ruim e político conturbado, abalado pelas denúncias de corrupção dentro da operação Lava Jato.

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