Fundação do PT ataca política econômica de Dilma

Boletim da Fundação Perseu Abramo aponta que a recessão é em parte causada “pela estratégia de ajuste fiscal e monetário do governo, que contribui também para o aumento do lucro das instituições financeiras”; também critica a taxa de juros: “A reversão deste quadro crescentemente ‘rentista’ da economia brasileira passará necessariamente por uma revisão da atual taxa de juros, o que desembocará em um debate sobre o regime de metas de inflação, como hoje o conhecemos”

Boletim da Fundação Perseu Abramo aponta que a recessão é em parte causada “pela estratégia de ajuste fiscal e monetário do governo, que contribui também para o aumento do lucro das instituições financeiras”; também critica a taxa de juros: “A reversão deste quadro crescentemente ‘rentista’ da economia brasileira passará necessariamente por uma revisão da atual taxa de juros, o que desembocará em um debate sobre o regime de metas de inflação, como hoje o conhecemos”
Boletim da Fundação Perseu Abramo aponta que a recessão é em parte causada “pela estratégia de ajuste fiscal e monetário do governo, que contribui também para o aumento do lucro das instituições financeiras”; também critica a taxa de juros: “A reversão deste quadro crescentemente ‘rentista’ da economia brasileira passará necessariamente por uma revisão da atual taxa de juros, o que desembocará em um debate sobre o regime de metas de inflação, como hoje o conhecemos” (Foto: Roberta Namour)


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247 – Em análise sobre o cenário econômico, a Fundação Perseu Abramo, do PT, divulga um boletim que critica a política econômica da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Economista Guilherme Mello aponta que a recessão é em parte causada “pela estratégia de ajuste fiscal e monetário do governo, que contribui também para o aumento do lucro das instituições financeiras”. Também critica a taxa de juros: “A reversão deste quadro crescentemente ‘rentista’ da economia brasileira passará necessariamente por uma revisão da atual taxa de juros, o que desembocará em um debate sobre o regime de metas de inflação, como hoje o conhecemos”.

Leia a íntegra abaixo:

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Produção industrial recua e lucro dos bancos cresce no Brasil:

A produção industrial voltou a registrar queda na comparação mensal, tendo recuado 0,3% no mês de junho após ter avançado 0,5% no mês de maio. Este resultado foi melhor do que o esperado pela média dos analistas de mercado, que previam queda de 0,8%, mas aprofundou a queda da indústria no ano, que já soma retração de 6,3%. O principal setor a influenciar a queda mensal da indústria foi o de bens de consumo duráveis, que apresentou queda de 10,7%, com destaque para o recuo de 12,7% na produção de bens de informática e equipamentos eletrônicos e 2,8% na produção de automóveis e autopeças. Além deste setor, foi registrada queda em bens de capital (-3,3%), com destaque para a retração na produção de máquinas e equipamentos (-7,2%), enquanto o setor de bens de consumo semi e não duráveis apresentou expansão de 1,7%. Desde o início de 2015, a indústria já acumula queda de 6,3%, sendo 5% se considerarmos o acumulado de doze meses. O maior destaque vai para a retração do setor de bens de capital, que já recuou 17,2% na comparação com junho de 2014, seguida pelo setor de bens de consumo durável, com queda de 2,4%. Na contramão deste movimento, o lucro das instituições bancárias que operam no Brasil tem mostrado elevação no segundo trimestre do ano, com o Itaú tendo divulgado crescimento de 22,1% em seu lucro (totalizando R$ 5,984 bilhões), enquanto o Bradesco apresentou alta de 18,4% (totalizando R$ 4,5 bilhões). Mesmo o Santander apresentou lucro expressivo, registrando lucro contábil de R$ 3,88 bilhões (R$ 1,67 bilhões se retirarmos os efeitos da reversão de provisões fiscais).

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Comentário: A queda na produção industrial decorre do momento de profunda incerteza e recessão que o país atravessa, onde a confiança do empresário e do consumidor se encontram em patamares historicamente baixos, dificultando qualquer decisão de ampliação da produção por parte dos industriais. Parte deste cenário é causado pela estratégia de ajuste fiscal e monetário do governo, que contribui também para o aumento do lucro das instituições financeiras, dado que estas se assentam na compra de títulos da dívida pública, investimento de elevada remuneração e baixíssimo risco. Certamente uma recuperação da indústria dependerá da reversão do atual cenário de incertezas políticas e econômicas, além de poder se beneficiar futuramente de um câmbio mais desvalorizado. No entanto, não é possível se vislumbrar uma possibilidade real de recuperação da atividade produtiva com a taxa básica de juros nos patamares atuais, que encarecem o crédito (tanto para consumidores, quanto para industriais) e limitam as possibilidades de investimento, ao estabelecer um patamar mínimo de rentabilidade fora de qualquer comparação internacional. A reversão deste quadro crescentemente “rentista” da economia brasileira passará necessariamente por uma revisão da atual taxa de juros, o que desembocará em um debate sobre o regime de metas de inflação, como hoje o conhecemos. Se o Brasil quiser se tornar competitivo em importantes setores industriais, e voltar a gerar empregos e renda, terá que repensar sua forma de lidar com os juros e com a taxa câmbio no futuro, para não recair em erros que nos levaram a situação atual.

 

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