Após quatro altas seguidas, dólar fecha estável

Moeda norte-americana teve uma sessão volátil e encerrou estável, a R$ 3,7598 na venda, nesta quinta-feira, influenciado por ruídos sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras; o Ibovespa fechou em alta de quase 2%, também com Levy em foco

Moeda norte-americana teve uma sessão volátil e encerrou estável, a R$ 3,7598 na venda, nesta quinta-feira, influenciado por ruídos sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras; o Ibovespa fechou em alta de quase 2%, também com Levy em foco
Moeda norte-americana teve uma sessão volátil e encerrou estável, a R$ 3,7598 na venda, nesta quinta-feira, influenciado por ruídos sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras; o Ibovespa fechou em alta de quase 2%, também com Levy em foco (Foto: Gisele Federicce)


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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve uma sessão volátil e encerrou estável frente ao real nesta quinta-feira, influenciado por ruídos sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras, mas com preocupações locais mantendo a moeda norte-americana perto das máximas em quase treze anos.

O dólar ficou estável, a 3,7598 reais na venda. Na máxima do dia, a divisa subiu 1,53 por cento, a 3,8175 reais, maior nível intradia desde 11 de dezembro de 2002 (3,8200 reais). Na mínima, recuou 0,69 por cento, a 3,7338 reais.

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"Os boatos de que o Levy poderia sair do governo incomodam muito o mercado. Por isso, quando você ouve algo no sentido contrário, a reação é bastante positiva também", explicou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

O ministro cancelou nesta quinta-feira sua viagem para a reunião do G20, na Turquia, para se reunir com a presidente Dilma Rousseff, informou a assessoria de imprensa do Ministério. Duas autoridades do governo disseram à Reuters que Levy não tem planos de renunciar e que a reunião foi convocada para discutir o Orçamento.

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Em entrevista ao El País concedida na quarta-feira, Levy afirmou que não tem intenção de deixar o Ministério. Especulações sobre a possível saída do ministro pressionam os ativos brasileiros, por receios de que o governo abra mão da ortodoxia defendida por ele.

No início da semana, o governo enviou ao Congresso Nacional proposta para o Orçamento de 2016 prevendo inédito déficit primário. A notícia deu força às apostas em perda do selo de bom pagador do país, levando o dólar a disparar 5,83 por cento nas últimas quatro sessões.

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O dólar também foi puxado para baixo nesta quinta-feira pelo aumento da CSLL sobre instituições financeiras, aprovado pela Câmara. Segundo a proposta, que segue ao Senado, a contribuição subirá para 20 por cento até 1º de janeiro de 2019, ante os atuais 15 por cento, o que pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no exterior a vender dólares para manter sua proteção cambial.

"(A queda do dólar) aconteceu justo quando a Câmara dos Deputados iniciou a votação da medida provisória que aumenta a alíquota da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro", escreveu o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa, em nota a clientes.

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No fim da manhã, essas expectativas se somaram, segundo operadores, a entradas de divisas relacionadas ao cálculo da Ptax, taxa formulada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais.

Agentes financeiros continuaram ainda atentos à possibilidade de o Banco Central ampliar a atuação no câmbio, uma vez que a alta do dólar sobre o real tende a pressionar a inflação. "O mercado está desconfiado. O BC está quieto demais", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional.

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Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou 1,369 bilhão de dólares, ou cerca de 14 por cento do total de 9,458 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.

Bovespa fecha em alta de quase 2% com Levy em foco, apesar de NY

Por Paula Arend Laier - A Bovespa fechou com o seu principal índice em alta pelo segundo pregão consecutivo nesta quinta-feira, resistindo ao enfraquecimento em Wall Street, com a parte da tarde marcada por ruídos envolvendo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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O relativo alívio na cena externa nesta sessão, com a ajuda de feriado na China, endossou nova correção local dado o nível técnico de várias ações, apesar das perspectivas deterioradas para a economia e o quadro político instável no Brasil.

O Ibovespa subiu 1,94 por cento, a 47.365 pontos.

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O giro financeiro totalizou 7,7 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, ao S&P 500 subiu apenas 0,12 por cento, em meio à cautela antes de dados do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira, que podem dar pistas sobre a decisão do Federal Reserve sobre juros este mês.

O quadro externo também encontrou certo suporte na sinalização do Banco Central Europeu (BCE) de que está pronto a atuar diante de qualquer sinal adicional de deterioração das condições econômicas e financeiras na região.

No Brasil, o cancelamento de viagem do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para a Turquia, onde participaria de reunião do G20, adicionou volatilidade aos negócios no início da tarde, levando o Ibovespa à mínima do dia, com queda de 0,4 por cento.

Operadores afirmaram que houve algum "estresse" com a notícia do cancelamento da viagem, seguida de uma melhora de percepção após notícias sobre reunião de Levy com a presidente Dilma Rousseff e os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em meio a rumores de que o titular da Fazenda voltará a dar as cartas na economia.

De acordo esses profissionais, também ajudou na retomada do fôlego a confirmação da presença de Levy em eventos em Paris e Madri no início da próxima semana.

Depois do fechamento dos mercados, o ministro da secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, disse que as diretrizes econômicas do governo são dadas por Levy e que o titular da Fazenda permanece no cargo.

Na véspera, a presidente saiu em defesa do ministro da Fazenda ao afirmar que ele não está "isolado" ou "desgastado" dentro do governo federal, em uma tentativa de dissipar especulações de que Levy estaria perdendo espaço.

Em entrevista ao jornal espanhol El País, Levy disse que não tem intenção de deixar o cargo.

A quinta-feira ainda contou com o anúncio do rebalanceamento semianual de séries do índice global de ações FTSE para América Latina, que passa a vigorar após o fechamento do próximo dia 18.

=VALE fechou com as preferenciais de classe A em alta de 4,25 por cento e com as ações ordinárias com avanço de 3,42 por cento, em linha com o movimento de mineradoras nas bolsas no exterior, com agentes do mercado repercutindo previsões sobre demanda de minério de ferro pela mineradora australiana Rio Tinto.

=ITAÚ UNIBANCO avançou 3,81 por cento e BRADESCO subiu 2,5 por cento, após a Câmara dos Deputados aprovar, conforme o esperado, a medida provisória 675, que eleva de 15 para 20 por cento a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras.

=PETROBRAS encerrou com as preferenciais em baixa de 0,68 por cento e as ordinárias em alta de 0,39 por cento, em sessão sem tendência clara dos preços do petróleo, que terminaram o dia no azul.

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