Criador do imposto único apoia cobrança da CPMF no débito e crédito

Professor Marcos Cintra afirma que proposta original do imposto sobre movimentação financeira contempla a incidência nas duas operações para que a alíquota possa ser mais baixa

Professor Marcos Cintra afirma que proposta original do imposto sobre movimentação financeira contempla a incidência nas duas operações para que a alíquota possa ser mais baixa
Professor Marcos Cintra afirma que proposta original do imposto sobre movimentação financeira contempla a incidência nas duas operações para que a alíquota possa ser mais baixa (Foto: Leonardo Attuch)


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Da Rede Brasil Atual – O professor titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcos Cintra, autor da proposta do imposto único no Brasil, apoia a ideia do novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), que hoje defendeu a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em operações de débito e crédito, e não apenas no débito como existia anteriormente no país, até 2007.

“Na proposta do imposto único original, eu sempre propus cobrar dos dois lados, no débito e no crédito. Inclusive há dez anos, quando eu era deputado, a Argentina começou a criar um imposto sobre movimentação financeira, eles me consultaram e eu propus que a alíquota incidisse metade no crédito e metade no débito”, afirmou Cintra à RBA. “De fato, na Argentina, é 0,6% no débito e 0,6% no crédito. Eu acho que isso é saudável porque dilui um pouco o impacto do tributo e quanto mais baixa a alíquota menor o estímulo à sonegação. Se em cada ato de arrecadação a alíquota puder ser mais baixa é melhor, dividindo o impacto em várias ações. Eu defendo essa divisão em duas partes.”

Pela proposta do governo, enviada ao Congresso Nacional, a arrecadação da contribuição seria de 0,2% e cobrada apenas uma vez em cada operação financeira. Os recursos arrecadados serão destinados a cobrir gastos com a Previdência.

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“Vou dar um exemplo da minha proposta: João dá um cheque a Pedro de R$ 1 mil. Neste caso, 0,20% corresponde a R$ 2. Quanto sai da conta de João? R$ 1.002 (R$ 1.000 para Pedro e R$ 2 para a CPMF). Então, o governo arrecada R$ 2. Proponho que os R$ 1.000 não entrem totalmente na conta de Pedro, mas R$ 998. Sendo que R$ 2 vão para os governos dos estados e para as prefeituras”, disse Castro.

Segundo Castro, a proposta dessa forma tem aceitação tanto do PMDB, do qual é filiado, e de todos os outros partidos que querem “salvar a saúde do Brasil”. O novo ministro considera a proposta “engenhosa, simples e que permitirá a divisão dos recursos com a União, estados e municípios".

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Marcelo Castro disse que já apresentou a proposta a Joaquim Levy, ministro da Fazenda; Ricardo Berzoini, das Comunicações, e que agora vai assumir a Secretaria de Governo; e Aloizio Mercadante, que deixa a Casa Civil e vai para o Ministério da Educação.

Castro afirmou que também conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre o assunto. “Todos gostaram porque nós não vamos aumentar a alíquota. Vamos arrecadar dobrado e levar esses recursos para os estados municípios que estão vivendo hoje um grande problema de falta de recurso”.

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Reforma ministerial

Dilma anunciou hoje mudanças no comando de alguns ministérios, entre eles o da Saúde. O deputado Marcelo Castro assumirá a pasta no lugar de Arthur Chioro (PT).

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Castro é formado em medicina pela Universidade Federal do Piauí e doutor em psiquiatria. Filiado ao PMDB, construiu carreira política no Piauí e está no quinto mandato de deputado federal. É o atual presidente da executiva estadual do PMDB. Foi eleito deputado estadual em 1982, 1986 e 1990. Ocupou a presidência do Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí e foi secretário de Agricultura do estado. Neste ano, foi relator da Comissão Especial para a Reforma Política, na Câmara dos Deputados, que ouviu parlamentares e especialistas para elaborar um relatório com a proposta de reforma política.

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