Boato faz ação da Telebras subir 136% na Bolsa

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Por Paula Barra - O Ibovespa zera ganhos na tarde desta segunda-feira (11), pressionado pelos papéis da Petrobras, que caíam mais forte com os preços do petróleo intensificando queda lá fora, enquanto Vale voltava a operar no negativo depois de buscar alta mais cedo.

Das ações que operavam em alta, destaque para MRV Engenharia, que tinha como pano de fundo expectativa de estímulo do governo ao setor de construção civil, seguida pelas ações da Cemig e Estácio. O papel da educadora subia após forte derrocada na sexta-feira, diante de dados alarmantes sobre o Fies.

Fora do índice, o destaque ficava com a estatal Telebras, que operava entre leilões em meio à euforia do mercado com a notícia de que a empresa pode se fundir com outras duas estatais. A notícia levava a ação para alta de 136% e impressionante giro financeiro de R$ 1,170 milhão nesta tarde, contra média diária de R$ 10,6 mil dos últimos 21 pregões - isto é, cerca de 100 vezes superior à media.

Commodities

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 7,78, -1,02%; PETR4, R$ 6,24, -0,48%) intensificam a queda nesta tarde, enquanto a Vale (VALE3, R$ 10,63, +0,85%; VALE5, R$ 8,27, +0,85%), que tentava se firmar no campo positivo, perdeu força e virou para queda novamente.

Lá fora, o petróleo Brent intensificava movimento negativo, marcando queda de 2,65%, a US$ 32,66 o barril, enquanto o minério de ferro caiu 1,4% no mercado à vista chinês, atingindo US$ 40,90 a tonelada no porto de Tianjin, na China.

Hoje, o Société Générale cortou sua projeção para o petróleo Brent, enquanto o Morgan Stanley disse que vê a commodity a US$ 20,00 o barril, diante de uma rápida depreciação do yuan. Uma alta de 3,2% no dólar implicou em uma desvalorização de 15% no iuan, que poderia pressionar o petróleo para uma baixa de entre 6% e 15%, ou entre US$ 2 e US$ 5 o barril, disse o banco em nota.

Descolavam o movimento negativo as ações das siderúrgicas, que subiram forte na última sexta-feira, em meio à alta de preços do produto de uma gigante chinesa de aço, o que alimentou expectativas de retomada da demanda.

Nesta sessão, os papéis da CSN (CSNA3, R$ 3,43, +0,29%), Usiminas (USIM5, R$ 1,19, +0,85%), Gerdau (GGBR4, R$ 3,93, 0,0%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,26, +0,80%) operavam em leves altas.

Educacionais

As ações das educacionais caem seguindo derrocada da sexta, quando levantamento da CGU (Controladoria Geral da União) mostrou que mais de 47% dos contratos do Fies estão com atrasos no pagamento. Nesta sessão, Ser Educacional (SEER3, R$ 7,66, +0,13%), Kroton (KROT3, R$ 8,58, -1,94%) e Anima (ANIM3, R$ 10,09, -2,51%) caíam. A única alta era da ação da Estácio (ESTC3, R$ 12,85, +1,58%), que figurava como uma das maiores do Ibovespa.

Hoje, uma matéria do Valor apontou que o relatório da CGU mostrou que o fundo garantidor do Fies tem saldo de R$ 3,3 bilhões provenientes de aportes do governo e das instituições de ensino - um montante que não será suficiente para cobrir o rombo por muito tempo, dado que a inadimplência será maior do que o esperado.

A dúvida pode recair sobre as ações do setor, dado que o mercado segue em dúvida sobre as companhias farão para cobrir uma maior inadimplência no programa.

Bancos

Os papéis dos bancos do Banco do Brasil (BBSA3, R$ 13,85, -0,72%) descolam dos bancos privados nessa sessão, com queda de quase 1%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 24,81,+0,16%) operava em leve alta e Bradesco (BBDC4, R$ 17,99, -0,28%) próximo da estabilidade.

No radar, o banco era pressionado por notícia de que o governo federal pode usar os bancos públicos e o FGTS para aumentar linhas de crédito para construção civil e pequenas e médias empresas, segundo informações da Folha de S. Paulo.

Telebras (TELB4, R$ 1,32, +135,7%)
As ações da estatal Telebras operam entre leilões nesta segunda-feira, em meio à euforia do mercado diante de especulações sobre fusão. Com negociação novamente interrompida, o preço teórico do leilão de R$ 1,40 indicava que as ações devem retomar os negócios com disparada de 150% na Bolsa.

Chamava atenção também o volume financeiro movimentado com a ação preferencial hoje, que batia neste momento R$ 1,170 milhões, contra média diária de R$ 10,6 mil nos últimos 21 pregões - isto é, 100 vezes superior à média.

O movimento ocorre em meio à notícia da Folha de S. Paulo de que o governo federal estuda fusão entre Telebras, Serpro e Dataprev para criar uma única empresa para cuidar da área de TI federal. Na terça-feira, os presidentes das três empresas vão se reunir na sede da Dataprev, em Brasília, para discutir novas parcerias e integração de serviços.

Sabesp (SBSP3, R$ 17,39, +3,39%)
As ações da Sabesp disparam nesta segunda-feira, figurando como a terceira maior alta do Ibovespa, após a empresa assinar protocolo com Guarulhos para equacionar dívidas.

Na sexta-feira, a companhia celebrou um protocolo de intenções com o município de Guarulhos para elaborar estudos e avaliações com o objetivo de equacionar dívidasexistentes e as relações comerciais entre as duas partes.

No início de 2015, advogados da empresa afirmaram que estudavam cobrar na Justiça da cidade uma dívida de aproximadamente R$ 140 milhões. Eles apontavam, na época, que a prefeitura não pagava as mensalidades previstas em contrato desde março de 2014.

Cielo (CIEL3, R$ 33,71, -3,69%)
O Banco do Brasil e o Bradesco estão negociando a compra da fatia detida pelo Citi na Elavon no Brasil, disse à Reuters neste sábado uma fonte com conhecimento do assunto. "A negociação pode ser fechada em fevereiro", disse a pessoa, que pediu anonimato porque as negociações são sigilosas.

Na sexta-feira, as ações da Cielo subiram 1,74%, por conta dessa informação, pois reduziria, apesar de pequeno, a competição no setor, barrando a "entrada" de um novo competidor no setor, comentou a XP Investimentos. "Seguimos otimistas com o case de Cielo, devido ao valuation atual e excelente gestão da companhia", disseram os analistas da corretora.

 

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