Ibovespa salta nos minutos finais, mas fecha em forte queda de 2,61%

Apesar de disparar 400 pontos nos 30 minutos finais do pregão nesta quinta-feira 11 com a notícia de corte de produção da Opep, o índice fechou com forte queda de 2,61%, aos 39.321 pontos, após atingir perdas de mais de 3% durante a tarde

Bovespa bateu recorde de movimentação financeira em 2011
Bovespa bateu recorde de movimentação financeira em 2011 (Foto: Gisele Federicce)


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Por Rodrigo Tolotti Umpieres • Ricardo Bomfim - O Ibovespa ganhou força nos minutos finais do pregão desta quinta-feira (11), acompanhando o desempenho dos mercados norte-americanos após a notícia de que países membros da Opep estão prontos para cortarem suas produções. Apesar da recuperação, o índice fechou com forte queda de 2,61%, aos 39.321 pontos, após atingir perdas de mais de 3% durante a tarde.

O petróleo se recuperou com notícia do Wall Street Journal de que membros da Opep estariam prontos para cooperar e cortar produção de petróleo, citando o ministro da Energia, Suhail Al Mazroui, e acabou puxando os mercados no exterior, que também não evitaram perdas. A informação também ajudou em uma recuperação dos papéis da Petrobras nos últimos minutos, levandos as ações para perdas entre 2% e 3,5%, após caírem mais de 5% mais cedo.

O dia também foi marcado pelos bancos centrais da Europa, do Japão e dos Estados Unidos, com a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmando que não descarta juros negativos no país, não conseguiram segurar as fortes baixas do mercado hoje. O benchmark da Bolsa brasileira registrou sua terceira queda seguida, algo que não ocorria desde a segunda semana de janiero, quando o índice recuou por 5 sessões.

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Entre os principais sintomas do pessimismo está a alta de 5% do ouro e de mais de 20% de bonds alemães e japoneses. Por aqui, o mercado avalia como muito fraco o contingenciamento aventado pelo governo. A decisão do corte ficou para março, de acordo com as agências de notícias, e segundo o senador Romero Jucá, o governo não votará aCPMF sem decidir sobre os ajustes de gastos.

Lá fora, nem mesmo a sinalização de Yellen conseguiu melhorar o ânimo dos investidores. O índice Dow Jones cai 2,3%, enquanto o S&P 500 tem queda de 1,88%. Os índices vão completamente na contramão dos preços dos títulos de dívida dos Estados Unidos, da Alemanha, do Reino Unido e do Japão.

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Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da Mirae Asset, a alta dos ativos mais seguros do mundo mostra que o pânico tomou conta dos mercados globais. Para ele, todo esse pessimismo tem diversas razões, mas uma das mais fortes é a perda de credibilidade dos bancos centrais. "Os BCs não estão conseguindo colocar o planeta no eixo", afirma.

Ao mesmo tempo em que o Federal Reserve tenta elevar os juros para retomar o dinheiro que emprestou ao mercado a juro zero depois da crise, as bolsas caem porque os bancos alocaram grande parte do dinheiro que tomaram durante este período em bolsa. Além disso, fica difícil para o Fed entrar na contramão do que a maioria dos bancos centrais fazem, já que todo mundo está colocando juro zero ou negativo. A Suécia, por exemplo, cortou sua taxa de recompra para -0,5% hoje.

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Yellen agora fala que não tira da mesa um corte de juros em vista da política monetária de alguns países europeus. O problema é que isso gera preocupações sérias sobre como a economia norte-americana irá crescer daqui para frente.

O dólar comercial teve forte alta de 1,23% a R$ 3,99837 na venda, enquanto o dólar futuro para março subiu 1,07% a R$ 3,996. Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subiu 2 pontos-base a 14,44%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 avançou 11 pontos-base a 16,02%.

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Sobre os contratos de DI, segundo o jornal Folha de São Paulo, o Planalto pediu atenção ao Banco Central para a trajetória do dólar. Caso a desvalorização prossiga, abrindo espaço para a queda da inflação, o governo entende que é o momento para se cortar juros ainda neste semestre.

Ainda no radar, notícia do Valor Econômico diz que o governo quer a idade mínima de aposentadoria em 65 anos em 2026. O Planalto deve anunciar na próxima semana a proposta de reforma da Previdência, a banda de flutuação para meta fiscal e o alongamento das dívidas de estados e municípios.

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