Tijolaço: o rombão de Meirelles prova que só cortar não resolve

"Saltamos de um déficit de R$ 22,3 bi – valores deflacionados – para um de R$ 97,3 bilhões, quatro vezes e meia maior", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço, sobre os resultados da gestão de Henrique Meirelles, na Fazenda; "Não há saída para a crise brasileira sem a reativação da economia e, a esta altura, sem a criação de fontes permanentes de receita"

Tijolaço: o rombão de Meirelles prova que só cortar não resolve
Tijolaço: o rombão de Meirelles prova que só cortar não resolve (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)


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Como se antecipou de manhã – e era óbvio –  o déficit público bateu todos os recordes imagináveis.

A queda total na receita foi bem superior à baixa real registada na arrecadação da receita, de 8,27%, e chegou a 9,6% se comparada, descontada a inflação, à de setembro de 2015, que já fora um desastre.

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Uma primeira e rápida análise mostra que  cortar as despesas que se pode cortar – as chamadas despesas discricionárias, não obrigatórias por leis e pela Constituição – mostra que é de pouca valia.

De janeiro a setembro, os cortes neste tipo de despesa foram elevados ( -3,7% em valores reais, retirada a inflação) e focados justamente onde é (ou deveria ser) o mais importante: Saúde, – 1,5%; Desenvolvimento Social, – 8,3% e  Educação, pasmem, menos 10,5!  Mais, se considerarmos os cortes em Ciência e Tecnologia, redução de 16,5%.

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E sabem em quanto isso resolveu os nossos problemas de déficit?

Nada.

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cortes

Saltamos de um déficit de R$ 22,3 bi – valores deflacionados – para um de R$ 97,3 bilhões, quatro vezes e meia maior.

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Comecei a fazer, também, com a ajuda de amigos, uma análise do espantoso salto do déficit da  Previdência, que não há desemprego ou queda da massa salarial que explique.

Claro, é interessante para quem quer arrancar direitos previdenciários da população dizer que o déficit dobrou (em valores reais) em apenas um ano,  mas não há um elemento que justifique isso com um crescimento de 3% no número de beneficiários e reajustes que em pouco ou nada superaram a inflação.

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Não há saída para a crise brasileira sem a reativação da economia e, a esta altura, sem a criação de fontes permanentes de receita – essa balela da repatriação que não repatria é na base do “é hoje só, amanhã não tem mais –  com a tributação de lucros e dividendos, feita de maneira escalonada e progressiva, porque não se pode taxar o lucro de uma microempresa como o dos bancos.

Mas não se esqueçam que, como tudo, para a mídia até os relatórios de receita e despesa são peças de propaganda.

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E o economês e suas planilhas um idioma que o povo não entende, ainda mais quando não tem uma imprensa que o defenda.

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