Corte maior nos juros básicos ajuda atividade econômica, diz BC

Banco Central informou que a opção pela redução mais intensa nos juros básicos ajudaria a atividade econômica, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 17, em meio ao cenário de desinflação mais disseminada; "Essa decisão contribuiria desde já para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica, sem que isso exigisse desvio em relação ao objetivo de levar a inflação para a meta de 4,5 por cento em 2017 e 2018", trouxe o documento

BRASÍLIA, DF, 01.07.2011: BANCO CENTRAL DO BRASIL - Vista do Banco Central do Brasil (BC ou BACEN), em Brasília. (Foto: Bia Fanelli/Folhapress)
BRASÍLIA, DF, 01.07.2011: BANCO CENTRAL DO BRASIL - Vista do Banco Central do Brasil (BC ou BACEN), em Brasília. (Foto: Bia Fanelli/Folhapress) (Foto: Aquiles Lins)


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BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central informou que a opção pela redução mais intensa nos juros básicos ajudaria a atividade econômica, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, em meio ao cenário de desinflação mais disseminada.

"Essa decisão contribuiria desde já para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica, sem que isso exigisse desvio em relação ao objetivo de levar a inflação para a meta de 4,5 por cento em 2017 e 2018", trouxe o documento.

Na semana passada, o BC surpreendeu ao cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, a 13 por cento ao ano, após duas reduções seguidas de 0,25 ponto cada.

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A queda da Selic é vista por economistas como uma das únicas ferramentas à disposição do governo para dar impulso à economia em meio ao persistente quadro de desarranjo fiscal.

Ainda assim, a avaliação é que a política monetária perdeu força e vai levar mais tempo para se refletir integralmente na atividade diante do cenário de forte recessão e baixa confiança tanto das famílias quanto das empresas.

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Na ata, o BC também defendeu que o corte de 0,75 ponto era compatível com sua comunicação, "que favorece explicitar condicionalidades econômicas sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia as suas decisões".

Após a investida mais agressiva do BC, muitos agentes ajustaram suas previsões para contemplar queda da taxa básica de juros a um único dígito ainda neste ano.

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No boletim Focus mais recente, feito semanalmente pelo BC com previsões de uma centena de instituições, a expectativa passou a ser de Selic fechando 2017 a 9,75 por cento, contra 10,25 por cento antes.

Na ata do Copom, o BC repetiu que a extensão do ciclo e possíveis revisões no ritmo de flexibilização continuarão dependendo das projeções e expectativas de inflação e da evolução dos fatores de risco.

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"Nada na minha visão mudou frente às conclusões que davam para ser tiradas no comunicado (do Copom) da semana passada", afirmou o economista-chefe do banco J.Safra, Carlos Kawall.

"(O BC) reconhece o progresso da desinflação, que está mais disseminada com economia mais fraca", acrescentou ele, para quem o BC cortará os juros em 0,75 ponto nas próximas três reuniões do Copom, diminuindo a intensidade para encerrar o ano com a Selic em 9,25 por cento ao ano.

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Do lado favorável para a inflação, a ata do Copom destacou que a economia tem operado em ritmo mais fraco do que se esperava há alguns meses e que os passos no processo de encaminhamento de reformas e ajustes fiscais continuam sendo positivos.

Em sua última previsão sobre o Produto Interno Bruto (PIB), feita no fim de dezembro, o BC projetou expansão de 0,8 por cento para 2017. Economistas, por sua vez, esperam crescimento de 0,5 por cento segundo o Focus, enquanto o FMI vê alta de apenas 0,2 por cento.

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Após assinalar na semana passada que os efeitos do fim do interregno benigno têm sido limitados no âmbito do ainda incerto cenário externo, o BC reforçou essa mensagem nesta terça.

Se de um lado as perspectivas são de impacto para o custo do financiamento nos países emergentes, disse o BC, países exportadores de commodities --como é o caso do Brasil-- vêm experimentando melhorias em seus termos de trocas.

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"Esse contexto reforça a avaliação dos membros do Comitê, de que não há relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária", disse o BC.

(Por Marcela Ayres)

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