Reoneração abrupta da folha pode gerar onda de desemprego

"Não é preciso ser economista para saber o que estas indústrias farão, com suas margens já apertadas, para fazer frente a essa despesa extra", diz o jornalista Fernando Brito sobre a intenção do governo de acabar com a desoneração da folha de pagamento para todos os setores; "Como já estão “enxutas”, depois de dois anos 'podando' seu quadro de pessoal, não é provável que promovam dispensas em massa, mas é quase certo que serão generalizadas por todos os setores que gozam de desoneração. E a soma de pequenas partes podem gerar um grande todo"

Produção industrial no Paraná. Foto: Gilson Abreu/FIEP
Produção industrial no Paraná. Foto: Gilson Abreu/FIEP (Foto: Aquiles Lins)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço - A aparentemente já decidida atitude do Governo de eliminar, de uma só vez, a desoneração da folha de pagamentos das empresas pode gerar um aumento no já imenso desemprego, sobretudo no setor industrial e, ao contrário, não representar a elevação na arrecadação  esperada pela área econômica.

Explico.

Não há pressão de demanda que force o setor industrial a operar com mais intensidade do que opera hoje, usando apenas 77% de de sua capacidade. Muito pelo contrário.

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Contratar, portanto, é coisa fora de seu radar.

Mas demitir, no setor industrial, é algo mais penoso que em outras áreas da economia, uma vez que o trabalhador industrial tem um grau de especialização maior do que em setores como o de comércio e serviços.

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A desoneração, embora frustrada como política de manutenção do emprego diante da retração brutal do consumo e, portanto, da queda da produção, ainda representava um “colchão” para manter parte dos empregados, porque aliviava a empresa de pagar diretamente seus encargos trabalhistas.

Eles se diluíam no valor fixo da contribuição previdenciária, calculada sobre o faturamento. Se isso não era vantajoso, a empresa, simplesmente, podia optar pelo regime de contribuição sobre o salário individual. Portanto, a desoneração só interessava quando, por um motivo ou outro, ela representasse economia para o empresário.

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De um momento para outro, não representará mais.

Não é preciso ser economista para saber o que estas indústrias farão, com suas margens já apertadas, para fazer frente a essa despesa extra.

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Como já estão “enxutas”, depois de dois anos “podando” seu quadro de pessoal, não é provável que promovam dispensas em massa, mas é quase certo que serão generalizadas por todos os setores que gozam de desoneração.

E a soma de pequenas partes podem gerar um grande todo.

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