Guedes diz que Bolsonaro pode privatizar Petrobrás

Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o residente Jair Bolsonaro sinalizou de forma positiva que pode privatizar a  Petrobrás; segundo ele, durante uma reunião, Bolsonaro teria "levantado a sobrancelha" sobre o tema num indicativo de menor resistência a essa ideia; indagado se o presidente Bolsonaro está mais próximo de concordar com a privatização da Petrobras, Guedes respondeu "isso seria um salto muito grande", mas admitiu que ele considera essa possibilidade para uma "estatal em particular"; no início do mês, Guedes disse a investidores que "gostaria de vender tudo" o que fosse possível, incluindo a Petrobrás

Guedes diz que Bolsonaro pode privatizar Petrobrás
Guedes diz que Bolsonaro pode privatizar Petrobrás (Foto: Fotos: Reuters)


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247 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o residente Jair Bolsonaro sinalizou de forma positiva que pode privatizar a  Petrobrás. Segundo ele, durante uma reunião, Bolsonaro teria "levantado a sobrancelha" sobre o tema num indicativo de menor resistência a essa ideia. Questionado se o presidente Bolsonaro está mais próximo de concordar com a privatização da Petrobras, Guedes respondeu "isso seria um salto muito grande", mas admitiu que ele considera essa possibilidade para uma "estatal em particular". A afirmação foi feita em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira (17). 

Na entrevista, Guedes também disse que não teve sua autonomia "atingida" no episódio em que Bolsonaro agiu para evitar alta do preço do diesel pela Petrobras, o que resultou na perda de R$ 32,4 bilhões no valor de mercado da estatal. 

Leia mais sobre o assunto na reportagem da agência Reuters.

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José de Castro, Reuters - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não foi "atingido" em sua autonomia no episódio em que o presidente Jair Bolsonaro agiu para evitar alta do preço do diesel pela Petrobras, acrescentando que Bolsonaro "levantou a sobrancelha" sobre o tema de privatizar a petrolífera, num indicativo de menor resistência a essa ideia.

Segundo o ministro, em entrevista à GloboNews na noite de quarta-feira, caminhoneiros dos Estados Unidos e da Europa não pressionam os respectivos governos por causa de aumentos de preços de combustíveis na esteira da valorização do barril do petróleo.

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Guedes afirmou ainda que, no meio desse debate, Bolsonaro lhe enviou mensagem destacando maior concorrência no mercado de combustíveis nessas regiões, enquanto no Brasil aparece apenas "uma bandeirinha, a da Petrobras".

"Acho que ele (Bolsonaro) quis dizer alguma coisa com aquilo ali (a mensagem)", disse o ministro, citando que há "cinco bancos, seis empreiteiras, uma produtora de petróleo e refinaria, três distribuidoras de gás. E tem 200 milhões de patos".

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Perguntado se o presidente Bolsonaro está mais próximo de concordar com a privatização da Petrobras, Guedes respondeu que não. "Isso seria um salto muito grande." Porém, o ministro admitiu que o presidente considerou essa possibilidade para uma "estatal em particular", sem dar detalhes.

"ESTAMOS PREPARADOS PARA CEDER"

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O ministro da Economia reconheceu que o texto da reforma da Previdência "realmente" não deveria tratar de idade de aposentadoria compulsória de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que o governo "está preparado para ceder em algumas coisas e em outras, não".

Ao mesmo tempo, Guedes admitiu ser "evidente" que recuar em vários pontos —como BPC, regime de capitalização e idade de aposentadoria das mulheres— "enfraquece" a estratégia da equipe econômica em relação à reforma previdenciária.

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Guedes disse que o mercado está "errado" em calcular que a reforma a ser aprovada implicará economia entre 600 bilhões e 700 bilhões de reais, bem abaixo do valor de cerca de 1 trilhão de reais defendido por ele. "Acho que vai ser substancialmente maior que 600 bilhões, 700 bilhões de reais."

O ministro se disse "absolutamente tranquilo" em relação a riscos de desidratação da matéria.

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Para Guedes, o presidente Jair Bolsonaro vai entrar "com mais peso" na articulação pela reforma à medida que "a coisa ganhar velocidade". "Acho que a coordenação política está melhorando."

O ministro foi questionado sobre o que seria dependência excessiva da reforma da Previdência como catalisador de crescimento para o país e disse que há uma série de medidas "extraordinariamente fortes e positivas", como choque de energia barata e pacto federativo, que estão prontas.

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Guedes foi questionado sobre a autonomia do governo para antecipar a Estados e municípios a distribuição de recursos que entrarão no caixa da União após leilão do excedente do pré-sal, já que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito que a decisão passa pelo Congresso. Na resposta, o ministro foi enfático: "O presidente Rodrigo Maia pode fazer o que ele quiser, porque ele é o presidente da Câmara. Estou dizendo que juridicamente não tem Congresso no contrato."

O ministro disse ainda que acabaria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) se a entidade deixasse o Itamaraty e passasse para o guarda-chuva da Economia. "A Apex é redundante", afirmou.

Por fim, Guedes disse o governo vai criar uma superintendência de controle para rever a governança de fundos de pensão, alguns dos quais afetados por perda de recursos devido à má gestão. Guedes afirmou que a candidata para chefiar a agência é a economista Solange Paiva Vieira, atual superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao ministério.

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