Como Cavendish conseguiu se blindar na CPI

Simples: bastou plantar ameaças na revista Veja; nesta semana, uma reportagem da revista informa que várias empreiteiras usavam a mesma rede de laranjas da Delta; entre elas, há até uma que venceu um dos leilões recentes de aeroportos

Como Cavendish conseguiu se blindar na CPI
Como Cavendish conseguiu se blindar na CPI (Foto: Divulgação)


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247 – Uma questão intriga o País: por que os membros da CPI do caso Cachoeira ainda não aprovaram a convocação do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta? Mais: por que o relator Odair Cunha (PT/MG) e os deputados Paulo Teixeira (PT/SP) e Cândido Vaccarezza (PT/SP) agiram de forma tão contundente para evitar que o depoimento ocorresse, duas semanas atrás?

A resposta está nas ameaças que Cavendish vem conseguindo plantar na imprensa. Mais especificamente na revista Veja. Nesta semana, isso aconteceu mais uma vez. E de forma escancarada na reportagem “A tesouraria-fantasma”, assinada por Rodrigo Rangel e Daniel Pereira.

O texto aponta o nome de sete empresas, registradas em nomes de laranjas, que receberam R$ 93 milhões da Delta, entre 2008 e 2010. São elas: Power To Tem Engenharia, SP Terraplenagem, Soterra Terraplenagem, SB Serviços de Terraplenagem, JSM Engenharia, WS Serviços de Terraplenagem e BW Serviços de Terraplenagem.

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A reportagem tem um trecho que deixa claras as digitais de Cavendish. É o seguinte:

“Todas as empreiteiras contrataram as mesmas empresas-laranja. Éramos os menores clientes dessa rede”, disse a Veja um ex-executivo da Delta. Já Cavendish se recusou a falar no assunto.

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Evidentemente, foi Cavendish quem passou a mensagem e fingiu negar ao “ser procurado” para comentar o assunto. Um recurso clássico, usado pelo chamado jornalismo investigativo, quando uma fonte pretende plantar uma mensagem qualquer, sem identificar a autoria.

De acordo com a reportagem, as sete empresas usadas pela Delta e outras empreiteiras emitiam notas frias, que permitiam gerar recursos para o caixa dois de campanhas eleitorais – o que, muito provavelmente, seja verdade.

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Cavendish aponta suas baterias contra as empresas EIT, Triunfo e UTC. Elas são ligadas ao empresário Ricardo Pessoa, ex-diretor da OAS, e têm apresentado forte crescimento nos últimos anos. A Triunfo, por exemplo, venceu o leilão para administrar a concessão do Aeroporto de Viracopos, em Campinas.

De acordo com Veja, Cavendish permanecerá calado se for à CPI.

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