Lavagem nos EUA afeta HSBC no Brasil

Plano de recuar no setor do varejo, com o fechamento de agências no Brasil, já havia sido anunciado pela direção do banco; estrago feito por investigação do senado americano deve acelerar cortes; HSBC pode ter licença cassada nos EUA; bilhões em dinheiro sujo de traficantes mexicanos e até terroristas da Al-Qaeda ficavam limpos em seus cofres

Lavagem nos EUA afeta HSBC no Brasil
Lavagem nos EUA afeta HSBC no Brasil (Foto: Edição/247)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – O bilionário escândalo de lavagem de dinheiro envolvendo o banco HSBC nos Estados Unidos pode acelerar, no Brasil, a redução da presença dessa bandeira no setor de varejo, com o fechamento de agências. A direção do banco no País já havia anunciado a decisão de concrentrar negócios entre clientes de alta renda, mas o tamanho do estrago que pode levar até mesmo à cassação da licença para o HSBC funcionar nos EUA terá reflexos na operação global da instituição. Com sede nacional no Paraná, o britânico HSBC se estabeleceu aqui pela incorporação do quebrado Bamerindus, em 1997, numa operação obscura que envolveu milhões em dinheiro público. O caso foi descrito pela revista Veja, à época, como uma doação:

“ O Bamerindus foi doado da seguinte maneira: os ingleses darão os 381,6 milhões ao BC, em troca de 1 241 agências, ativos de mais de 10 bilhões de reais e uma das seguradoras mais rentáveis do país. Pagarão em sete anos, o que já é uma facilidade. Na surdina, o HSBC recebeu 431,8 milhões de reais do BC para reestruturar o Bamerindus e saldar reclamações trabalhistas. O dinheiro serve para comprar computadores novos, contratar consultores, fechar ou abrir agências. O HSBC já sacou esse dinheiro, em três parcelas. Não foi um empréstimo, já que o dinheiro não retornará ao BC. O cálculo aritmético fica bem simples. Além de agências, prédios, depósitos e perspectiva futura de lucro, o HSBC ainda recebeu um troco de 50,2 milhões”, registrou reportagem da revista.  

Neste momento, as acusações formais do Senado americano apontam para o crime de lavagem de dinheiro de cartéis de traficantes mexicanos, empresas russas e remessas pesadas para o Irã. Há suspeita de lavagem em torno de recursos de empresas fantasmas ligadas à rede terrosta Al-Qaeda. O Bamerindus foi doado da seguinte maneira: os ingleses darão os 381,6 milhões ao BC, em troca de 1 241 agências, ativos de mais de 10 bilhões de reais e uma das seguradoras mais rentáveis do país. Pagarão em sete anos, o que já é uma facilidade. Na surdina, o HSBC recebeu 431,8 milhões de reais do BC para reestruturar o Bamerindus e saldar reclamações trabalhistas. O dinheiro serve para comprar computadores novos, contratar consultores, fechar ou abrir agências. O HSBC já sacou esse dinheiro, em três parcelas. Não foi um empréstimo, já que o dinheiro não retornará ao BC. O cálculo aritmético fica bem simples. Além de agências, prédios, depósitos e perspectiva futura de lucro, o HSBC ainda recebeu um troco de 50,2 milhões. aíses como o Irã.

continua após o anúncio

Segundo o relatório de uma comissão de senadores, os cartéis mexicanos utilizaram as filiais do banco para realizar operações que os permitiu lavar milhões de dólares procedentes da droga no sistema americano.

O relatório legislativo também aponta que o HSBC e sua filial nos EUA ocultaram suas operações com o Irã por seis anos, totalizando um valor de US$ 16 bilhões.

continua após o anúncio

As movimentações violaram as regras americanas que proíbem relações comerciais e financeiras com países como Irã, Sudão e Coreia do Norte.

O chefe da auditoria interna do HSBC, David Bagley, anunciou que vai deixar o seu cargo. O responsável foi um dos executivos chamado pelo Senado americano para responder a acusação de que o banco permitiu que houvesse lavagem de dinheiro na unidade do banco nos EUA.

continua após o anúncio

Segundo informações da agência de notícias pública, Lusa, o HSBC reconheceu as ”falhas” e apresentou publicamente desculpas, por ter falhado na fiscalização de possíveis operações.

RENÚNCIA

continua após o anúncio

Durante depoimento no Senado, o chefe do departamento de controle do banco britânico HSBC, David Bagley, anunciou sua renúncia (17) perante uma subcomissão do Senado americano, após a divulgação de que a entidade contribuiu nos Estados Unidos em operações de lavagem de dinheiro procedente do tráfico de drogas e o financiamento do terrorismo.

"Recomendei ao grupo que agora é o momento adequado, para mim e para o banco, que alguém novo sirva como chefe de controle do grupo", afirmou o executivo, que concordou em trabalhar com o banco para que haja uma "transição ordenada".

continua após o anúncio

Bagley, que ocupou este cargo desde 2002 e trabalhou em diversos postos do departamento durante 13 anos, explicou que estava cogitando a transformação estrutural do departamento de controle e passou essa recomendação à executiva da instituição financeira.

O diretor reconheceu que "apesar dos esforços e da dedicação de muitos profissionais, o HSBC não esteve à altura" de suas "próprias expectativas e das expectativas de nossos reguladores".

continua após o anúncio

Segundo relatório do Senado americano, o banco expôs o sistema financeiro americano a possíveis operações de lavagem de dinheiro da droga dos cartéis mexicanos. A filial mexicana transferiu cerca de 7 bilhões de dólares à filial americana do HSBC, o HBUS, entre 2007 e 2008.

O relatório apontou, após uma investigação de um ano, que o banco, através de suas filiais, operava no mercado americano com fundos procedentes dos cartéis do narcotráfico do México e de países como Irã e Síria, sancionados pelo governo americano. O HSBC teria mantido relações financeiras com estabelecimentos bancários suspeitos de ter vínculos com supostas organizações terroristas.

continua após o anúncio

"Na era do terrorismo internacional, da violência vinculada à droga em nossas ruas e em nossas fronteiras, do crime organizado, deter o fluxo de dinheiro que apoia estes horrores é uma prioridade para a segurança nacional", escreveu em um comunicado o senador democrata Carl Levin, que preside a comissão.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247