Guerra elétrica é primeiro 'round' Dilma-Aécio

Planalto coloca na conta do senador tucano o não atingimento da meta de 16,2% na redução da tarifa de energia elétrica em 2013; opção de São Paulo (Cesp), Paraná (Copel) e Minas Gerais (Cemig) de não aderir integralmente às consessões foi articulada pela cúpula do PSDB; pré-candidato à Presidência, Aécio Neves critica o que chama de profunda intervenção no setor "sem diálogo ou planejamento"

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247 – Mal foi anunciado pelo PSDB como pré-candidato à Presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves já contabiliza seu primeiro embate com a presidente Dilma Rousseff. A posição dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná em não aderir integralmente às regras da Medida Provisória 579, que prevê a diminuição da tarifa de energia elétrica em 16,2%, foi articulada pela cúpula do PSDB.

Governadas pelos tucanos Antônio Anastasia, Geraldo Alckmin e Beto Richa, as unidades federativas aceitaram aderir integralmente apenas na área de transmissão de energia pelas estatais Cemig, Cesp e Copel, mas não na área de geração. A linha de frente do posicionamento foi tomada por Aécio, que já assume um discurso presidencial.

Da tribuna do Senado, o tucano voltou a criticar o que chamou de profunda  intervenção no setor elétrico "sem nenhum diálogo ou planejamento". O senador afirmou que a MP foi mera "propaganda política", às vésperas das eleições municipais, e alertou o Congresso para a necessidade de debater o tema. "Não é racional que uma medida que interessa ao país seja decidida pelo rolo compressor do governo sem que alternativas possam ser aqui discutidas".

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O senador sugeriu que o governo torne extintos ou reduza tributos e encargos para diminuir a tarifa sem prejudicar a solidez das empresas e os investimentos do setor. Aécio lembrou que em Minas, o governo baixou a conta de luz para os mais pobres, o que não aconteceu no Rio Grande do Sul, por exemplo, estado governado pelo PT.

Impacto eleitoral

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Agora, os tucanos têm como missão convencer a população que a decisão de não aderir às regras da medida são técnicas, e não políticas. O governador mineiro decidiu só se manifestar sobre o assunto nesta quarta-feira, a fim de não vincular o posicionamento do estado ao lançamento de Aécio como candidato à presidência, ocorrido na segunda-feira durante evento do partido.

O secretário estadual de Energia de São Paulo, José Aníbal, reafirmou nesta terça-feira a opção de São Paulo de não renovar as concessões da Cesp, dando prioridade a justificativas técnicas. "A Cesp não vai participar desse processo. Não podemos aceitar essa defasagem de 5 bilhões de reais", disse, referindo-se à diferença entre a indenização proposta pelo governo para os ativos não depreciados das usinas de Ilha Solteira, Jupiá e Três Irmãos, de 1,8 bilhão de reais, e a contabilidade da Cesp, de 7,2 bilhões a receber.

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Efeito São Paulo

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, já houve reação de lideranças sindicais e entidades sociais diante da decisão do governador Geraldo Alckmin nesta terça-feira. De acordo com as lideranças, ao deixar a Cesp de fora do pacto pela redução da tarifa, o governo paulista se recusa a contribuir com o desenvolvimento do País e com a redução dos custos de produção.

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Sindicalistas veem a atitude como um boicote do governo tucano, que reflete em prejuízo para a sociedade brasileira. Para Wilson Marques Almeida, diretor da Sinergia e integrante da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia no Estado de São Paulo, os trabalhadores aguardam que, além da redução das tarifas, o governo busque meios de assegurar também a continuidade de investimentos, a garantia da manutenção de empregos e dos benefícios dos trabalhadores.

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