'Economist' conseguiu fortalecer Mantega

O desempenho da economia não foi dos melhores no último trimestre e a presidente Dilma ficou irritada quando soube dos números. Mas agora é que o ministro da Fazenda não cai mesmo. Nesta sexta-feira, a própria presidente, o ministro forte do governo, Fernando Pimentel, o homem forte do PT, José Dirceu, e o colunista da Folha de S.Paulo Clóvis Rossi saíram em sua defesa  

'Economist' conseguiu fortalecer Mantega
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247 - Guido Mantega já deve ter se acostumado com os rumores e as pressões pela sua saída do Ministério da Fazenda, que se intensificaram neste ano (relembre). Desta vez, contudo, a pressão veio de fora, por reportagem da revista britânica 'The Economist', que condicionou a reeleição da presidente Dilma Rousseff à troca de sua equipe econômica. Mas as críticas da prestigiosa publicação não parecem ter abalado o ministro dentro do governo. Pelo contrário: a opinião da revista estrangeira aparentemente fortaleceu o ministro.

O primeiro a sair em defesa de Mantega foi o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. “No dia em que a Economist nomear ministro no Brasil, deixaremos de ser uma república federativa”, disse Pimentel, talvez o ministro mais próximo da presidente Dilma Rousseff -- os dois militaram juntos no movimento estudantil. Pimentel disse ainda que, em 2013, o crescimento do PIB brasileiro estará “certamente acima da média mundial” (leia mais aqui).

Mas foram da presidente Dilma as palavras mais contundentes. "Nós todos aqui somos a favor da liberdade de imprensa. Então não tem nenhum senão a dizer sobre o direito de qualquer revista ou jornal falar o que quiser. Só quero me manifestar que em hipótese alguma o governo brasileiro eleito pelo voto direto vai ser influenciado pela opinião de uma revista que não seja brasileira", disse Dilma. "Vocês não sabem que a situação deles [Grã-Bretanha] é pior do que a nossa? Pelo amor de Deus, desde 2008", completou a presidente.

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Os comentários da revista também fortaleceram Mantega no PT. Condenado na Ação Penal 470, o ex-ministro José Dirceu interpretou a sugestão da 'Economist' como uma manifestação britânica contra o governo Dilma. "Desrespeito à parte, isso tudo é conversa fiada da Economist. Eles que demitam seu ministro de Finanças já que a Grã-Bretanha não cresce e o governo interveio com tudo na economia para salvar os bancos e a libra esterlina. Aqui o Governo quem exerce somos nós", escreveu em seu blog (leia aqui).

Para completar, o colunista Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo, se uniu ao coro dos defensores de Mantega, em artigo intitulado "Fica, Mantega, fica". "Os argumentos para justificar o pedido [de substituição] são de uma pobreza espantosa em se tratando de uma publicação de altíssima qualidade, goste-se ou não de suas opiniões", escreveu Rossi, que questiona: "O que a Economist quer? Que Mantega baixe uma Medida Provisória proibindo os consumidores de se desendividar? Beira o ridículo".

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Com potencial para aumentar a pressão sobre o ministro, o material publicado pela 'Economist' acabou revelando defensores e pode até contribuir para facilitar a vida do tão criticado Mantega.

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