Inflação e juros baixam, mas especulação segue

Dados do Banco Central mostram que sete das nove categorias acompanhadas pelo IPCA-15, entre elas alimentos e bebidas, apresentaram desaceleração em abril, o que pode levar a inflação de volta para dentro da meta neste mês; além disso, analistas consultados pela pesquisa Focus reduziram a expectativa para a Selic; na BM&F, juros futuros caem de 8,50% para 8,25%; previsão é de inflação em queda também em maio, junho e julho; apesar da boa perspectiva, especuladores insistem em atacar política monetária, de olho no Copom de maio

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247 - O aumento da inflação, que extrapolou o teto da meta de 6,5% em março, levou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a elevar a taxa básica de juros pela primeira vez desde julho de 2011, para 7,5% ao ano, na semana passada. A elevação da taxa atendeu em parte às pressões do mercado financeiro, que vinha pintando, com o auxílio de algumas publicações, um quadro de crise. Quadro que os últimos números divulgados pelo Banco Central desmentem.

Dados do BC mostram que sete das nove categorias acompanhadas pelo IPCA-15, entre elas alimentos e bebidas, apresentaram desaceleração em abril, o que pode levar a inflação de volta para dentro da meta neste mês. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou 6,51%, ultrapassando o teto da meta, de 6,5% -- em março, o IPCA já havia batido em 6,59%. Se o IPCA apurado no mês fechar entre 0,45% e 0,5%, contudo, o índice volta para dentro da meta, e vai continuar por lá pelo menos durante mais um mês.

Além disso, a pesquisa Focus publicada nesta segunda-feira mostra que economistas de instituições financeiras passaram a ver um ciclo menor de aperto monetário neste ano, como reflexo da atuação dividida e aquém do esperado do Banco Central, assim como do destaque dado pelo próprio BC à cautela ao falar na semana passada da condução da política monetária. Ainda assim, os especuladores insistem em atacar política monetária, de olho na reunião do Copom de maio.

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Juros

Na pesquisa, os analistas reduziram a expectativa para a taxa básica de juros no final deste ano a 8,25%, contra 8,50% na semana anterior. Apesar do nível elevado da inflação e a dispersão do aumento dos preços, o Copom ressaltou que incertezas internas e externas "recomendam que a política monetária seja administrada com cautela".

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O Focus mostra que a expectativa é de continuidade do ciclo de ajuste, porém de maneira comedida, com mais três altas de 0,25 ponto percentual, em maio, julho e agosto. Novo aumento só está projetado para janeiro de 2014, com a Selic indo então a 8,5%.

"(Os analistas) estão meio que abandonando a percepção do que acham que deveria ser feito para o que acham que o BC vai fazer. As expectativas estão agora mais baseadas na leitura das palavras, no que foi dado a entender", avaliou a economista da Rosenberg & Associados Priscila Godoy.

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Entre o Top 5, instituições que mais acertam as projeções no Focus, as que têm maior acerto no médio prazo mantiveram a projeção para a Selic em 8,50 por cento no final de 2013 na mediana das projeções. Mas as que têm maior acerto no curto prazo, reduziram a previsão para o final do ano para 8,25 por cento, ante 8,50 por cento.

As atenções agora se voltam para a divulgação, na quinta-feira, da ata da reunião do Copom, com os analistas em busca de mais detalhes que possam dar indícios sobre as atuações futuras.

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"Sua divulgação (da ata) é amplamente aguardada também porque houve dissenso na decisão tomada. O tom da ata deverá influenciar as percepções quanto ao ritmo e magnitude do novo ciclo monetário", destacou o Bradesco em nota assinada por Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos.

A Rosenberg & Associados aguarda a ata para decidir se reduz sua perspectiva para a Selic este ano de 8,5% para 8,25%, segundo Priscila.

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Com Reuters

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