DEM quer tirar do cargo o vice-governador de Goiás

Partido do deputado federal Ronaldo Caiado vai aos tribunais contra José Eliton, indicado pelo próprio líder do DEM para compor a chapa de Marconi Perillo em 2010 e que anunciou sua transferência para o PP; Democratas alega não haver motivos para que o vice deixe a sigla, já que ele pertence à Executiva e teve até espaço na TV; base do problema é que Caiado quer ser candidato ao governo de Goiás e Eliton advoga pela manutenção da aliança com o governador tucano; caso a Justiça Eleitoral acate o pedido, Estado vai ficar sem vice

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Goiás247_ O vice-governador de Goiás, José Eliton, que anuncia para esta quinta-feira (6) sua filiação ao PP, já começou a sofrer retaliações do DEM, seu atual partido. O Diretório Estadual da legenda, comandado pelo deputado federal e líder na Câmara Ronaldo Caiado, recorreu à Justiça Eleitoral pedindo a cassação do mandato de vice-governador por infidelidade partidária. A petição é assinada pelo advogado Fabrício Medeiros, que atende ao Diretório Nacional, já que Eliton também é membro da Executiva.

A alegação do DEM é que não há motivo para Eliton deixar a legenda (tem assento na direção e espaços nos programas de TV) e por isso ele deve perder o cargo de vice-governador. O vice, de sua parte, alega que não encontrou espaço no partido para difundir suas ideias e que o pensamento da maioria dos filiados ao partido em Goiás são oprimidos pela cúpula. Eliton também se diz humilhado por Caiado.

No confronto de argumentos, a discussão judicial pode se arrastar até o fim do mandato, em 2014. Se a Justiça decidir pelo afastamento de José Eliton, o Estado de Goiás vai ficar sem vice-governador.

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O tema da cassação de mandato por infidelidade partidária para cargos majoritários é controverso -- esse será o primeiro caso envolvendo um vice-governador --, embora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tenha declarado que a fidelidade partidária também vale para cargos majoritários.

A resolução do TSE é de outubro de 2007 e respondeu à Consulta (CTA 1407), formulada pelo deputado federal Nilson Mourão (PT-AC), questionando se a perda de mandatos por troca de partido se aplicaria, além de a parlamentares, a senadores, prefeitos, governadores e ao presidente da República.

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Eliton deixou o DEM após rusgas com Caiado, que o acusa de não ter liderança ou voto. O grande problema é que, como seria natural, o vice-governador se aproximou do titular, o tucano Marconi Perillo, desafeto declarado de Caiado -- particularidades contraditórias da política, foi o próprio Caiado quem indicou Eliton para a vice de Perillo e a maioria do DEM apoia o tucano.

A relação entre Eliton e Caiado, porém, degringolou de vez quando o deputado federal passou a propagandear sua candidatura ao governo do Estado, que entra em conflito com Perillo, pois o DEM atualmente pertence à base governista e José Eliton defende a manutenção dessa aliança e de sua atual posição.

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José Eliton vai para o PP do deputado Roberto Balestra, que também integra a base de Perillo, e vê no vice a chance de ganhar ainda mais espaço e prestígio no governo estadual.

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