Iris e Caiado tentam censurar jornal de Goiás

Coligação Amor por Goiás entra com ação no TRE exigindo "tratamento igualitário" do Diário da Manhã; fato intrigante é que no momento em que comitê jurídico protocolava tentativa de interferência na linha editorial e questionava a isenção e a credibilidade do veículo, Iris e Caiado estavam em visita ao editor-geral da publicação, Batista Custódio; após o encontro, Caiado discursou: "Se eleito, não vou permitir o avanço de qualquer tipo de projeto que trate da restrição da opinião dos meios de comunicação"; ação ressuscita tema delicado para Iris; em 1984, no seu primeiro mandato de governador, peemedebista teria articulado asfixia financeira que culminou com o fechamento do DM, crítico de sua gestão

censura caiado
censura caiado (Foto: José Barbacena)


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Goiás247 – A coligação Amor por Goiás, encabeçada por Iris Rezende (PMDB) e que tem o deputado Ronaldo Caiado (DEM) na vaga destinada ao Senado, está no centro de mais uma polêmica na campanha pelo governo de Goiás. A coligação, que inclui o Solidariedade, ingressou com uma representação junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) contra o jornal Diário da Manhã, de Goiânia, acusando o veículo de não oferecer tratamento igualitário aos candidatos que disputam o governo.

Fato curioso é que na terça-feira (22), no momento que a coligação peticionava pela interferência na linha editorial do jornal junto à Justiça Eleitoral, tanto Iris como Caiado estavam em visita à Redação do Diário da Manhã, onde se encontraram com o editor-geral, Batista Custódio. Os dois candidatos divulgaram nas redes sociais que pediram voto a Batista.

Caiado foi além. Em texto distribuído por sua assessoria de imprensa, o democrata ressaltava o compromisso de trabalhar em defesa de uma imprensa livre de interferências de qualquer tipo: "No Senado Federal, se eleito, não vou permitir o avanço de qualquer tipo de projeto que trate da restrição da opinião dos meios de comunicação".

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A ação contra o DM, além de questionar a isenção, a credibilidade e a história de resistência de de Batista Custódio durante o período de exceção, ressuscita um tema delicado para Iris. Em 1984, o Diário da Manhã encerrou suas atividades após a decretação da falência da empresa que controlava a publicação. Crítico do então governador de Goiás, o próprio Iris, à época em seu primeiro mandato, o Diário da Manhã não apenas foi excluído da mídia governamental como viu seus anunciantes privados irem embora devido a pressões explícitas do Palácio das Esmeraldas.

O jornal foi reaberto dois anos depois e, em novembro de 2012, a falência foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Goiás. À época, o próprio DM publicou: “A falência da empresa Diário da Manhã Ltda., ocorrida no dia 10 de setembro de 1984, foi rodeada de situações políticas que culminaram na bancarrota da empresa. À época houve uma asfixia econômica da empresa determinada pelo governo, para que outras empresas não anunciassem no jornal.”

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Em outra reportagem, datada de 11 de novembro de 2012, o jornal expõe o drama vivido pelo jornalista ao longo de quase três décadas: “Batista Custódio enfrentou, durante quase 30 anos, uma norma restritiva que difamava sua reputação, além de impor penalidades financeiras, como vencimento antecipado de dívidas.” Editorialista de mão cheia e um dos maiores nomes do jornalismo em Goiás, Batista enfrentou a ditadura e chegou a ser preso pelos militares.

Na campanha de 2010, a candidata do PCB, Marta Jane (que novamente disputa o cargo este ano), entrou no TRE com o mesmo objetivo de Iris e Caiado: censura travestida de tratamento igualitário. O tribunal indeferiu o pedido e o processo foi arquivado.

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A campanha da coligação de Iris e Caiado é marcada por polêmicas e ataques ao governo do Estado. Caiado acusou, sem provas, o Detran-GO de montar um esquema para fazer caixa 2 na campanha. E Iris já insinuou que segurança pública está entregue à bandidagem.

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