Nion: "PSDB terá candidato para vencer em 2016"

Com 85 anos recém completados, o ex-prefeito Nion Albernaz ainda é liderança de peso dentro do PSDB e conselheiro do governador Marconi Perillo; último prefeito do partido na Capital, Nion garante que os tucanos vão ter candidato em 2016 e estão prontos para enfrentar Iris Rezende; para Nion, o tempo de Iris já passou, mas o cacique peemedebista precisa ser respeitado; tucano também critica o prefeito Paulo Garcia, considera por ele um gestor despreparado e ineficiente

Com 85 anos recém completados, o ex-prefeito Nion Albernaz ainda é liderança de peso dentro do PSDB e conselheiro do governador Marconi Perillo; último prefeito do partido na Capital, Nion garante que os tucanos vão ter candidato em 2016 e estão prontos para enfrentar Iris Rezende; para Nion, o tempo de Iris já passou, mas o cacique peemedebista precisa ser respeitado; tucano também critica o prefeito Paulo Garcia, considera por ele um gestor despreparado e ineficiente
Com 85 anos recém completados, o ex-prefeito Nion Albernaz ainda é liderança de peso dentro do PSDB e conselheiro do governador Marconi Perillo; último prefeito do partido na Capital, Nion garante que os tucanos vão ter candidato em 2016 e estão prontos para enfrentar Iris Rezende; para Nion, o tempo de Iris já passou, mas o cacique peemedebista precisa ser respeitado; tucano também critica o prefeito Paulo Garcia, considera por ele um gestor despreparado e ineficiente (Foto: José Barbacena)


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Diário da Manhã (Helton Lenine) - Nion Albernaz, professor de Matemática e com os cursos de Economia e Engenharia Civil, chega aos 85 anos de idade, completados no último dia 15, feliz e convicto de que, na vida pública, fez o melhor e honrou os mandatos que conquistou nas urnas, principalmente os dois de prefeito de Goiânia – o primeiro cargo foi ocupado por nomeação do então governador Iris Rezende. Foi também deputado federal-constituinte, eleito em 1986. Começou a carreira política como vereador em Goiânia, eleito em 1956. “Tenho orgulho da minha vida pública, onde nunca tive meu nome envolvido com acusações de improbidade administrativa, hoje tão comum pelo País afora.”

Com as cachorras Sissi e Xuxa – mãe e filha, da raça poodle no colo, Nion Albernaz recebeu a reportagem do Diário da Manhã em seu apartamento (decorado pela fiel escudeira Geralda Albernaz), no Setor Oeste, nesta Capital, para analisar as administrações de Dilma Rousseff (PT), Marconi Perillo (PSDB) e Paulo Garcia (PT), relembrar as ações de seu trabalho frente à Prefeitura de Goiânia e ainda fazer previsões sobre as eleições municipais de 2016.

Nion Albernaz elogia os pré-candidatos Giuseppe Vecci, Waldir Soares, Fábio Sousa e Jayme Rincón, mas ressalta que, somente em junho, depois de ouvir a militância, os partidos aliados, a sociedade civil, o PSDB irá definir o nome que vai disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016. “São companheiros qualificados e seguramente fariam uma administração eficiente na Capital, mas não é hora de definição de nome.”

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O experiente político do PSDB reconhece que Iris Rezende é um adversário “forte”, caso o ex-prefeito venha disputar a sucessão na Capital. Nion acha que Iris já deveria ter encerrado sua carreira política, porque “não tem mais nada a provar, já que seu nome está inserido na história de Goiás.”

Nion Albernaz afirma que, apesar das dificuldades econômicas, cujas origens são do governo federal, o governador Marconi Perillo (PSDB) vai resgatar todos os compromissos firmados com a população na campanha de 2014. Ele sustenta que o País ganharia “muito” caso Marconi Perillo venha a disputar a presidência da República. “Seria um orgulho para todos os goianos.”

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Nion Albernaz prefere não fazer uma avaliação pessoal da administração do prefeito Paulo Garcia, mas concorda com a análise feita pela população, registrada pelas pesquisas, em que o petista tem seu trabalho reprovado. “O povo se manifesta pelas pesquisas e as avaliações não são favoráveis ao prefeito Paulo Garcia. Há muita reclamação em relação à coleta de lixo, os serviços de saúde, de iluminação pública, falta de pavimentação asfáltica. O prefeito atual não tem vocação para a gestão pública, falta competência.”

O líder do PSDB fala, com orgulho, de seus três mandatos como prefeito de Goiânia. “Ajardinamos, com muitas flores, as ruas, avenidas e praças da cidade. Goiânia disputava com Curitiba qual a melhor cidade para se viver no País. O goianiense tinha orgulho de sua cidade. E cuidamos também da infraestrutura de Goiânia e a Marginal Botafogo e a Avenida T-63 estão aí para provar.”

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Leia a entrevista:

Diário da Manhã – Há três eleições, o PSDB não concorre à Prefeitura de Goiânia. Em 2016, os tucanos vão lançar candidato?

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Nion Albernaz – Percebo que o PSDB está interessado em lançar candidatura própria à sucessão em Goiânia. Os nomes já são esboçados internamente no partido. Não tenho dúvidas de que, nas próximas eleições, o nosso partido vai lançar candidato e disputar para vencer. Nas eleições passadas, tivemos a oportunidade de apoiar partidos aliados. Agora, é a nossa vez de ter um nome na disputa pela Prefeitura de Goiânia.

DM – Já surgem os nomes de Giuseppe Vecci, Waldir Soares, Fábio Sousa e Jayme Rincón. Qual a melhor opção para a Prefeitura da Capital?

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– Os nomes serão analisados, discutidos e avaliados pelos integrantes do PSDB, pelos partidos aliados e pelos diversos segmentos organizados da sociedade e até junho do ano que vem esse candidato vai surgir naturalmente. O melhor e mais competitivo nome surgirá de forma consensual. É prematuro apontar nome agora para a disputa, já que a fase é de avaliação e não de definição. Reconheço qualidades em Vecci, Waldir Soares, Fábio Sousa e Rincón e, se escolhidos candidatos a prefeito, terão todas as condições de vencer as eleições e realizar a administração que a cidade precisa.

DM – Desde a vitória do senhor em 1996, a base do governador Marconi Perillo não consegue retomar a Prefeitura de Goiânia. Por quê?

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– É um fenômeno político que não sou capaz de explicar. O que percebo é que, nas próximas eleições, o PSDB e seus aliados têm amplas condições eleitorais de retomar a Prefeitura de Goiânia. O que se vê é que Goiânia está muito judiada, malcuidada, maltratada, abandonada até. Quando deixamos a prefeitura, Goiânia disputava com Curitiba como uma das melhores cidades para se viver. Muitos diziam é Goiânia, outros é Curitiba. Hoje, Goiânia não disputa com ninguém. O PSDB e aliados querem apresentar um candidato que faça com que Goiania seja uma cidade-referência e que ofereça qualidade de vida às pessoas, uma cidade boa de se viver.

DM – O ex-prefeito Iris Rezende é incentivado a disputar, pela quarta vez, a Prefeitura de Goiânia. Ele é favorito ou imbatível para as eleições de 2016?

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– Eu não diria que Iris Rezende é imbatível, mas é preciso reconhecer que ele é um candidato forte. Iris não precisa mostrar mais nada para ninguém, pois já está na história de Goiás. Iris já tem idade para não mais participar de processos eleitorais como candidato. Ele pode atuar na política, mas sem ser candidato.

DM – Ao contrário do senhor, que não quis mais ser candidato, Iris Rezende insiste em disputar eleições, apesar de seus 81 anos de idade. Como o senhor vê isso?

– Iris Rezende, como qualquer pessoa, tem o direito de decidir sobre o que fazer na política, candidatando-se ou não. Entendo que a fase de Iris já passou, ele já está na história de Goiás e não precisa provar mais nada na vida pública.

DM – Iris Rezende, sendo candidato do PMDB à Prefeitura de Goiânia, atemoriza o PSDB marconista?

– O ex-prefeito Iris Rezende não atemoriza o PSDB, mas temos consciência de que ele é um candidato forte e, por isso, deve ser respeitado.

DM – Qual a avaliação que o senhor faz desempenho do prefeito Paulo Garcia?

– Eu não gosto de fazer avaliação de prefeito, de governador e de presidente da República no exercício do mandato. Eu prefiro analisar as pesquisas de desempenho do governante, da administração. É preciso refletir sobre o que a população pensa. O melhor não é a avaliação isolada de cada um e sim a reflexão sobre o que acha o cidadão comum, o que acha a comunidade, que, em última análise, recebe a atenção e os benefícios da administração. Pelo que percebo nas pesquisas de avaliação de seu governo, o Paulo Garcia não é um gestor preparado, eficiente, competente. É grosseiro quando agride a população que sai às ruas para se manifestar contra o governo do PT chamando as pessoas de “coxinhas”, uma raça em extinção, segundo ele.

DM – A última pesquisa feita pelo Instituto Serpes aponta apenas 3% de aprovação popular à gestão de Paulo Garcia…

– Se o prefeito de Goiânia tem apenas três por cento de ótimo e bom, é evidente que a sua gestão não agrada a população. O que se vê é que ele não está dando a atenção que a cidade merece.

DM – Qual o parâmetro que o senhor traça entre o período que administrou Goiânia com os tempos de hoje?

– O nosso trabalho à frente da Prefeitura de Goiânia foi avaliado pela população como bom, com resultados expressivos em todas as áreas da administração. As pesquisas mostraram que a população aprovava a nossa gestão em Goiânia. Fomos o prefeito que mais pavimentou ruas e avenidas da cidade, começando pelo Jardim América, Novo Mundo, Norte Ferroviário, Leste Universitário e por aí afora. Aumentamos de forma considerável a mancha de asfalto que cobria Goiânia. A nossa meta era trabalhar e fazer muito para que o goianiense tivesse orgulho de sua cidade. Ajardinamos e com muitas flores as nossas ruas, avenidas e praças, que projetou a cidade nacional e internacionalmente, despertando o orgulho do cidadão que morava na cidade. Paralelo a isso, construímos obras de infraestrutura, pensando no futuro da cidade, como a Marginal Botafogo, Avenida T-63, Maternidade Nascer Cidadão, início da sede do Paço Municipal e tantas outras. Na área social, criamos o Programa Trabalhando com as Mãos, tão bem administrado pela primeira-dama Geralda Albernaz.

DM – Quais são as áreas da atual gestão que não estão sendo bem cuidadas?

– Tenho acompanhado pela imprensa muita reclamação, por parte da prefeitura, em relação ao atendimento na áreas de coleta de lixo, saúde, iluminação de ruas, avenidas, praças, o trânsito caótico, pavimentação asfáltica. Falta ao prefeito um pouco de atenção com a cidade.

DM – Paulo Garcia diz que o senhor administrou Goiânia na época que a cidade era do tamanho de um ovo e que só se refere ao passado, sem visão de futuro…

– Goiânia era do tamanho de um ovo e, mesmo pequena, atendemos aos anseios da comunidade, com visão de presente e futuro. O início da Marginal Botafogo é um exemplo disso. A ampliação da Avenida T-63 é outro exemplo. A duplicação da Perimetral Norte é outra referência. São obras estruturantes e que projetaram a cidade para as pespectivas futuras. Só não enxerga isso quem não quer ver. Cada gestão é realizada dentro do contexto que o prefeito vive. Era muito menor a nossa receita, mesmo assim conseguimos fazer muito com poucos recursos.

DM – O senhor acha que o PSDB perde com a saída da senadora Lúcia Vânia?

– A saída de uma liderança como Lúcia Vânia sempre é ruim para um partido. Lúcia Vânia é uma guerreira, uma aroeira. É uma senadora que trabalha muito pelo Estado de Goiás. Gostaria que ela permanecesse no PSDB.

DM – Como o senhor acompanha os primeiros meses da gestão de Marconi Perillo em seu quarto mandato, quando promove reforma administrativa, cortes de secretarias e de cargos comissionados e encontra dificuldades para realizar obras nos municípios?

– Eu começo a analisar o governo do Estado olhando para a administração federal. Há treze anos o PT administra o País e o País não vai bem sob o comando do PT. A economia do País vai mal. O reflexo desta má administração federal petista gera dificuldades também na área municipal e estadual. As dificuldades administrativas que o governo Marconi está tendo é em decorrência da má gestão do PT em nível nacional. Mesmo diante das dificuldades, o governador Marconi Perillo está equilibrando as contas do Estado e em breve vai deslanchar ainda mais a sua administração. Marconi é transparente em suas ações. O governador anuncia medidas de contenção de despesas, cortes, mas explica à população as razões que o levaram a agir.

DM – O senhor é defensor intransigente das Organizações Sociais, as OSs, na área de saúde, por exemplo. O governo Marconi vai levar agora as OSs para a área da educação. Como o senhor vê isso?

– O governador Marconi Perillo me pediu um estudo sobre a atuação das Organizações Sociais também na área da educação. Dentro de um mês terei consciência das dificuldades e das vantagens de levar as OSs para o setor educacional.

DM – Na área de saúde, o senhor acha que o governo estadual acertou em levar as OSs?

– Acredito que o governo estadual acertou em trabalhar com as organizações sociais no setor de saúde, tanto é que os hospitais estaduais de Goiás têm o reconhecimento da Organização Nacional de Acreditação (ONA) com grau de excelência.

DM – O senhor acha que o governador Marconi Perillo tem chances de ter voos mais altos no cenário político nacional e até disputando a presidência da República?

– Eu acredito muito nas possibilidades de o governador Marconi Perillo alcançar maior espaço na política brasileira. Seria uma honra para Goiás ter um seu filho presidente da República. Marconi Perillo tem gabarito, competência e inteligência para ocupar a presidência da República.

DM – Elogios do governador Marconi Perillo à presidente Dilma Rousseff provocaram alvoroço no PSDB nacional. Como o senhor acompanhou esse fato?

– A presidente Dilma Rousseff tem oferecido a Goiás oportunidades para a realização de importantes obras, principalmente nas áreas de saneamento e pavimentação de rodovias, com a transferência de recursos financeiros ao Estado. São quatro bilhões de reais investidos pela União em Goiás. Portanto, nada como natural o governador receber, de forma condigna, a presidente da República durante visitas ao Estado.

DM – O PSDB nacional está dividido quanto à abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff; de um lado, Aécio Neves é favorável; de outro, Fernando Henrique e Marconi Perillo são contrários. De que lado o senhor está?

– Impeachment já não é mais ato político e sim ato jurídico. Se não se tiver os elementos jurídicos necessários, não há como abrir processo de impeachment, se falar em “Fora, Dilma”.

DM – Como o senhor acompanha as manifestações de rua, em que o povo pede, principalmente, o fim da corrupção na administração pública federal?

– O povo brasileiro demorou muito para ir às ruas protestar contra esse ambiente de corrupção. O que se vê é que o PT não tem um plano de governo e sim um plano para se perpetuar no poder. O PT não tem escrúpulo em usar dinheiro da Petrobras, uma empresa orgulho de todos os brasileiros, e usar bilhões de reais para campanhas eleitorais e para benefícios de alguns. É falta de respeito ao eleitor, um insulto ao povo brasileiro.

DM – De zero a dez, qual a nota para o governo Dilma?

– O governo Dilma, pelos protestos de rua e pelos casos de corrupção, não merece nota maior do que três.

DM – Nota para o governo Marconi?

– O governo Marconi tem sido realizador, eficiente, transparente, mesmo em momentos de dificuldades econômicas. O que pode ser feito, o governo faz, o que não pode ser feito, procura encontrar medidas, às vezes duras, mas realistas. Por isso, dou nota oito.

DM – Nota para o governo Paulo Garcia?

– Vou apontar a mesma avaliação da população de Goiânia, que se manifestou em pesquisa, ou seja, não pode passar de três.

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