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Goiás 247 – A CPI instalada na Assembleia Legislativa de Goiás para investigar as ligações de políticos goianos com a contravenção já realizou três reuniões, mas até agora o principal efeito que produziu foi a desconfiança. Nesta terça, 22, foram aprovados dois requerimentos: um, solicitando ao Tribunal de Justiça do Estado cópias de processos contra a empresa Gerplan; o segundo, tratando do agendamento de uma visita de parlamentares à CPMI do Cachoeira, instalada pelo Congresso Nacional.

O principal item de desconfiança está localizado no seu direcionamento. Até agora, ela joga para governos anteriores quase todo o questionamento sobre o debate gerado pelo efeito Carlinhos Cachoeira. E também tem como foco a análise de contratos com prefeituras, algo bastante questionado do ponto de vista constitucional.

Coincidentemente – ou não –, as prefeituras na mira são as ocupadas por adversários do governador Marconi Perillo e do presidente da Assembleia, Jardel Sebba (ambos do PSDB), que é pré-candidato a prefeito de Catalão. Na sessão desta terça, foram, por exemplo, recebidos os contratos celebrados entre a Delta Construtora e as prefeituras.

Mas, por enquanto, o alvo mais atingido é o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, governador na época da parceria Gerplan-Governo de Goiás. E justo em um momento de fragilidade para ele: vai mal nas pesquisas para a reeleição.

Coincidência? Não: ironia. Porque, nos últimos meses, o grande aliado de Marconi Perillo dentro do PMDB, partido de oposição, tem sido justamente Maguito, que fez e faz fartos elogios ao tucano, e que chegou ao ponto de constranger seu filho, o deputado estadual Daniel Vilela, que é oposição ao governo na Assembleia.

O governo Alcides Rodrigues também é questionado a partir, por exemplo, do contrato com a Delta para fornecimento de veículos para a Secretaria de Segurança, embora o contrato tenha sido prorrogado e aumentado, no seu valor, na atual administração. E também aqui uma ironia: deputados que criticam a administração de Alcides foram integrantes dela, no primeiro escalão.

O ponto forte a gerar mais questionamento sobre o propósito e o futuro da CPI, porém, está em um fato largamente divulgado porém pouco analisado sob o ponto de vista da sua representatividade. Para tentar contornar desgaste com o governador Marconi Perillo e mostrar apoio, o líder do governo, Helder Valin, e o presidente da Assembleia, Jardel Sebba, organizaram um ato no Palácio das Esmeraldas para entrega de documento com assinaturas de deputados.

Entre os deputados que assinaram, estavam integrantes da comissão que tem por objetivo investigar possíveis ligações de “políticos goianos” envolvidos com Cachoeira. Como deixar de fora, então, Marconi Perillo, um dos principais alvos, por exemplo, da CPMI em Brasília? E se Marconi será alvo, o que dizer de um documento que já antecipa a “inocência”? Como dar confiança em que assina, de antemão, uma "Nota de Apoio e Confiança" para quem será investigado?

“Acreditamos que não prosperarão as acusações maldosas e infundadas, fruto da irresponsabilidade, do juízo precipitado e da perseguição política”, diz o documento, textualmente. Se os investigadores creem nisso, o que esperar da investigação?

Assim caminha a CPI da Assembleia. Na definição do deputado Luis César Bueno (PT), a “CPI do deboche”.

 

Integram a CPI da Assembleia:

Presidente: Helio de Sousa (DEM)

Relator: Talles Barreto (PTB)

Vice-presidente: Mauro Rubem (PT)

Membro: Daniel Vilela (PMDB)

 

Assinaram o documento de apoio ao governador:

Tulio Isac (PSDB)

Sônia Chaves (PSDB)

Iso Moreira (PSDB)

Jardel Sebba (PSDB)

Jânio Darrot (PSDB)

Fábio Sousa (PSDB)

Daniel Messac (PSDB)

Helder Valin (PSDB)

Frederico Nascimento (PSD)

Joaquim de Castro (PSD)

Francisco Jr. (PSD)

Ademir Menezes (PSD)

Cristóvão Tormin (PSD)

Lincoln Tejota (PSD)

Nilo Rezende (DEM)

Helio de Sousa (DEM)

José Vitti (DEM)

Valcenor Braz (PTB)

Hildo do Candango PTB)

Talles Barreto (PTB)

Misael Oliveira (PDT)

José de Lima (PDT)

Cláudio Meirelles (PR)

Álvaro Guimarães (PR)

Major Araújo (PRB)

Evandro Magal (PP)

Carlos Antônio (PSC)

Elias Júnior (PMN)

 

Integra do documento entregue ao governador: 

NOTA DE APOIO E CONFIANÇA

Os deputados estaduais que subscrevem o presente documento vêm a público reafirmar confiança e manifestar irrestrito apoio ao Excelentíssimo Governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo.

A nossa solidariedade expressa-se na convicção profunda de que o Governador Marconi Perillo possui elevado espírito republicano e ilibada conduta na vida pública, não havendo nada que desabone sua biografia como cidadão e agente político com longa folha de serviços prestados a Goiás e ao Brasil.

Acreditamos que não prosperarão as acusações maldosas e infundadas, fruto da irresponsabilidade, do juízo precipitado e da perseguição política.

De forma exemplar, o Governador Marconi Perillo já se colocou respeitosamente à inteira disposição da Justiça, do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa para esclarecer o que for necessário e demonstrar a licitude de todos os seus atos.

Ao final das investigações, ficará provada a lisura do comportamento do Governador Marconi Perillo, cuja trajetória política foi construída com muita honra e trabalho sério como deputado estadual, deputado federal, senador e governador por três vezes.

Goiás vive um período de normalidade política e administrativa, usufruindo de governabilidade e pleno funcionamento das instituições, que convivem de forma harmônica e independente.

Acreditamos que um novo salto de desenvolvimento elevará a nossa economia a uma das principais do País e, tão longo sejam superadas as dificuldades administrativas herdadas a gestão passada, Goiás experimentará sob o comendo do Governador Marconi o melhor governo da vida dos goianos.

 

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