Datafolha usa hoje método que condenava em 2010

Formato de pesquisa que inicia com perguntas sobre outros temas antes da questão central - a preferência eleitoral - é usado pelo instituto neste momento, em mostra que será concluída amanhã; método é feito sob medida contra a presidente Dilma Rousseff, e favorece seus adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos; agora, a questão mais intrigante, trazida à tona por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania: em 2010, a mesma Folha condenou o instituto Sensus por fazer a mesma coisa; o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, disse à época que a introdução de outros assuntos antes da pergunta central pode influenciar a resposta dos entrevistados; Guimarães diz que pretende acionar a Justiça Eleitoral

Formato de pesquisa que inicia com perguntas sobre outros temas antes da questão central - a preferência eleitoral - é usado pelo instituto neste momento, em mostra que será concluída amanhã; método é feito sob medida contra a presidente Dilma Rousseff, e favorece seus adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos; agora, a questão mais intrigante, trazida à tona por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania: em 2010, a mesma Folha condenou o instituto Sensus por fazer a mesma coisa; o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, disse à época que a introdução de outros assuntos antes da pergunta central pode influenciar a resposta dos entrevistados; Guimarães diz que pretende acionar a Justiça Eleitoral
Formato de pesquisa que inicia com perguntas sobre outros temas antes da questão central - a preferência eleitoral - é usado pelo instituto neste momento, em mostra que será concluída amanhã; método é feito sob medida contra a presidente Dilma Rousseff, e favorece seus adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos; agora, a questão mais intrigante, trazida à tona por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania: em 2010, a mesma Folha condenou o instituto Sensus por fazer a mesma coisa; o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, disse à época que a introdução de outros assuntos antes da pergunta central pode influenciar a resposta dos entrevistados; Guimarães diz que pretende acionar a Justiça Eleitoral (Foto: Gisele Federicce)


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247 – O instituto Datafolha praticamente acaba de admitir que sua intenção é realmente influenciar o eleitorado por meio de seus levantamentos. Em uma matéria de 2010, resgatada por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, a Folha de S. Paulo condenou o instituto Sensus por usar um formato de pesquisa que o Datafolha coloca em prática hoje: introduzir perguntas sobre outros temas antes da questão central, ou seja, a sucessão eleitoral.

Como noticiou anteriormente o 247, o levantamento que é feito neste momento pelo Datafolha, que será concluído amanhã e divulgado no sábado, é feito sob medido contra a presidente Dilma Rousseff, com questões sobre violência, Pasadena, protestos e risco de apagão antes da pergunta central: o candidato de sua preferência. A pesquisa favorece os adversários da petista, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos.

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Leia abaixo post de Eduardo Guimarães, com declarações do diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, condenando esse formato.

Datafolha faz pesquisa eleitoral com método que condenava em 2010

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Ao longo da semana que finda, surgiu boato relativo a pesquisa Datafolha que, no momento em que este texto está sendo escrito, ainda está em campo apurando as preferências do eleitorado por este ou aquele pré-candidato à sucessão de Dilma Rousseff.

O boato partiu de postagem do site Infomoney publicada na última terça-feira, antes de o Datafolha ir a campo. Trata-se do mesmo site que divulgou, há quase duas semanas, que pesquisa Ibope apontaria queda das intenções de voto em Dilma.

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Detalhe: a queda das intenções de voto de Dilma não ocorreu, mas a presidente e seu governo, segundo o Ibope, perderam aprovação.

A matéria do Infomoney, porém, na terça-feira fazia uma previsão bastante inusitada: "Datafolha divulgará pesquisa eleitoral no próximo sábado e promete agitar mercado".

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O site não disse, nessa postagem cifrada, por que a pesquisa em tela "agitaria" o mercado, mas "agitação" só ocorreria se houvesse uma queda das intenções de voto em Dilma, pois ela subir ou manter os números anteriores seria o esperável.

Mas como seria possível o tal Infomoney prever o resultado de uma pesquisa que nem começara a ser feita? O site vidente deu essa notícia no dia 1º de abril e a pesquisa Datafolha foi a campo no dia 2 e só terminará o trabalho nesta sexta-feira, dia 4.

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Matéria do site Muda Mais matou a charada. O Datafolha formulou um extenso questionário para apresentar às suas vítimas, digo, aos seus entrevistados. São 47 perguntas, mas as perguntas sobre intenção de voto são as últimas do questionário.

Ao reproduzir a matéria do Muda Mais, o site Brasil 247 colocou de forma mais clara o que está acontecendo. O título da sua matéria é: "Datafolha foi feito sob medida contra Dilma". A chamada do site para a matéria deixa bem claro o que fez o Datafolha:

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"Questionário do instituto do grupo Folha, de Otávio Frias Filho, traz uma série de perguntas sobre insegurança, Pasadena e risco de apagão, antes de entrar no que realmente interessa, que é a sucessão presidencial; estrutura das perguntas tende a criar um certo mal-estar no entrevistado e, por isso, deve apontar índices menores da presidente Dilma Rousseff e maiores dos oposicionistas Aécio Neves e Eduardo Campos; resultado sai apenas no sábado, mas a especulação já corre solta na Bovespa, onde as estatais registraram ontem fortes altas"

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Agora vem a cereja do bolo: em maio de 2010, a Folha de São Paulo acusou o instituto Sensus de fazer o que o Datafolha está fazendo agora, ou seja, "esquentar o entrevistado" antes de fazer a pergunta objetiva sobre em quem ele pretende votar.

Abaixo, reprodução da matéria do Datafolha de 14 de maio de 2010. Preste atenção, leitor, no trecho sublinhado em vermelho.

 

Em 2010, a troca de acusações entre institutos de pesquisa levou este blog e seu signatário, que preside a ONG Movimento dos Sem Mídia, a apresentar representação à Procuradoria Geral Eleitoral contra todos os grandes institutos de pesquisa devido ao fato de que é crime forjar ou manipular pesquisas eleitorais.

A Procuradoria acolheu a representação do Movimento dos Sem Mídia. A então sob procuradora-geral-eleitoral, Sandra Cureau, determinou abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar quem falava a verdade, se o Datafolha ou Sensus e Vox Populi, pois o primeiro instituto dava 10 pontos percentuais de vantagem para Serra e os outros dois diziam que o tucano e a petista estavam empatados.

Abaixo, matéria do portal IG sobre o caso:

 

O fato é que exatos 10 dias após a aceitação da representação pela Procuradoria e da abertura de inquérito pela PF, o Datafolha convergiu para os números de Sensus e Vox Populi. Em 22 de maio de 2010, manchete de primeira página da Folha de São Paulo reconhecia que Dilma e Serra estavam empatados – dez dias antes, o mesmo Datafolha dava 10 pontos de vantagem para o tucano.

Abaixo, fac-símile da capa do jornal naquele dia.

 

A pergunta que não quer calar é: será que em 2014, praticamente na mesma época do ano de 2010, o Movimento dos Sem Mídia terá que apelar de novo à Justiça Eleitoral?

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