Grupo Abril chama Falconi para ser ‘mãos de tesoura’

Nova onda de demissões no Grupo Abril já chega à até então intocável revista Veja; depois de fechar quatro publicações e demitir cerca de 150 profissionais no ano passado, gestão dos presidentes Gianca Civita e Fábio Barbosa desembainha nome de Vicente Falconi, conhecido como consultor "mãos de tesoura" para acelerar cortes entre os 9 mil funcionários da empresa; nome oficial é 'reestruturação'; prejuízos comerciais, perda de influência e novo foco no setor de compra e administração de colégios de renome, Abril avança na transição para emagrecer como editora; terceira geração da família Civita corta laços com histórico da companhia; Abril Educação continua à venda

Nova onda de demissões no Grupo Abril já chega à até então intocável revista Veja; depois de fechar quatro publicações e demitir cerca de 150 profissionais no ano passado, gestão dos presidentes Gianca Civita e Fábio Barbosa desembainha nome de Vicente Falconi, conhecido como consultor "mãos de tesoura" para acelerar cortes entre os 9 mil funcionários da empresa; nome oficial é 'reestruturação'; prejuízos comerciais, perda de influência e novo foco no setor de compra e administração de colégios de renome, Abril avança na transição para emagrecer como editora; terceira geração da família Civita corta laços com histórico da companhia; Abril Educação continua à venda
Nova onda de demissões no Grupo Abril já chega à até então intocável revista Veja; depois de fechar quatro publicações e demitir cerca de 150 profissionais no ano passado, gestão dos presidentes Gianca Civita e Fábio Barbosa desembainha nome de Vicente Falconi, conhecido como consultor "mãos de tesoura" para acelerar cortes entre os 9 mil funcionários da empresa; nome oficial é 'reestruturação'; prejuízos comerciais, perda de influência e novo foco no setor de compra e administração de colégios de renome, Abril avança na transição para emagrecer como editora; terceira geração da família Civita corta laços com histórico da companhia; Abril Educação continua à venda (Foto: Felipe L. Goncalves)


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247 – O Grupo Abril acaba de tomar a decisão, ensaiada desde o ano passado, de emagrecer, em definitivo, como editora de revistas. Por decisão direta da dupla de comando Gianca Civita, presidente do Conselho de Administração, e Fábio Barbosa, presidente da Editora Abril, acaba de ser contratada a consultoria Instituto de Desenvolvimento Gerencial, fundada e dirigida pelo engenheiro Vicente Falconi.

Autor de livros sobre gestão e assessor de recursos humanos contratado por diferentes empresas, ele é conhecido no ramo como Falconi Mãos de Tesoura, em razão das sugestões de reestruturação que incluem profundos cortes de pessoal para darem certo.

Por coincidência, ainda, a chegada de Falconi como consultor da presidência acontece no mesmo momento em que novas demissões ocorrem na até aqui intocável revista Veja. No ano passado, dentre o fechamento de quatro títulos, fusão e reestruturação de outros dez e cerca de 150 demissões, a Veja havia sido poupada. Ali, dez cortes ocorreram em agosto do ano passado, mas algumas dispensas tiveram caráter político. Foi o caso do correspondente da revista em Nova York, André Petry, que era visto pelo atual diretor de redação, Eurípedes Alcântara, como um sombra em sua zona de poder.

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Desde que assumiu o Grupo Abril, em razão da morte de Roberto Civita, seu pai, em maio do ano passado, Giancarlo Civita, o Gianca, rapidamente definiu o rumo a seguir. Ele chegou a declarar ao jornal Valor Econômico que o mundo dos fundadores – seu avô, Victor (1907-1990), e os dois filhos – era outro, e o momento presente exigia uma companhia voltada para novos mercados além do das revistas.

Em agosto, Gianca mostrou ao que veio, promovendo cortes nas redações e acentuando a política de investir na compra de colégios de renome. Neste setor, a Abril já exibe um portfolio de dez instituições de ensino, com investimentos anuais de cerca de R$ 100 milhões no setor.

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Com Falconi junto do Grupo Abril, a sinalização é a de que a área de revistas perderá ainda mais prestígio interno, passando cada vez mais a um tipo de gerenciamento em que a antiga 'mãe', como a empresa já foi chamada por muitos de seus funcionária, vira 'madrasta'.

Abaixo, notícia de 247 sobre a colocação à venda da Abril Educação:

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247 – No que tem de melhor e mais rentável, o Grupo Abril está à venda. Notícia não desconfirmada pelos responsáveis da organização ao longo de toda esta terça-feira 11 apontou que a Abril Educação, braço da empresa que gastou cerca de R$ 1 bilhão nos últimos três anos para adquirir colégios em todo o País, pode ser comprada por quem se apresentar. O negócio de venda está a cargo dos bancos Itaú e BTG Pactual.

Diretor-presidente do Grupo Abril, cargo herdado de seu pai Roberto, Giancarlo Civita afirmou, dois meses atrás, em entrevista, que o braço educacional tornou-se o principal membro do esqueleto do grupo. Não desconfirmada, repita-se, a notícia de que a Abril Educação está à venda rebateu no mercado como a venda do próprio Grupo Abril, com suas mais de 50 publicações, entre elas a revista Veja.

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Essa interpretação não é para menos. Ao jornal Valor Econômico, Gianca, como o herdeiro é conhecido, e o presidente no dia-a-dia Fábio Barbosa, ex-Santander, sublinharam que o foco do grupo estava mudando. O filho de Roberto chegou a dizer que o que seu avô, o sr. Victor, e seu pai, Roberto, tinham uma estratégia que ficou no passado, com suas manias por livros didáticos e revistas influentes. Para o herdeiro, o mundo dos negócios da Abril tem, hoje, novas cores.

Braço direito dele (ou cérebro?), o ex-banqueiro Barbosa admitiu, na mesma entrevista, que "a curva" de declínio nas vendas e publicidade das revistas era acentuada, o que demandava mais atenção para a áreas que resultavam em lucro. Esta área é a Abril Educação.

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Num movimento frenético, o Grupo Abril passou, nos últimos três anos, a comprar cursinhos vestibulares, como o Anglo, e colégios, como o Pueri Domus, como quem busca bons tomates numa feira livre. A escola de ensino de idiomas Wise Up foi adquirida por cerca de R$ 100 milhões, nessa busca. Já são mais de 100 mil estudantes, neste momento, sob as asas da Abril. Todos pagam? Há inadimplência? Há lucro?

A estas interrogações, só quem se dispuser a negociar com os bancos credenciados poderá saber – e, ainda assim, usando de muito rigor.

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O negócio do Grupo Abril, afinal, sempre foi o verniz. Criou-se uma áura não contestada, até o surgimento da internet com suas verdades, de que ali estavam os melhores, mais inteligentes e preparados profissionais do País. Bastou um sopro de vida real, no entanto, para que esse angu revelasse outros ingredientes.

Com a morte de Roberto Civita e a chegada à direção de seu filho Gianca, o destino do Grupo Abril ganhou ares de dramalhão mexicano.

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Abril Educação, quem vai querer?

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