DCM: tragédia de Dirceu é realismo fantástico

No artigo "Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?", Paulo Nogueira escreve sobre a sina de José Dirceu, preso sem provas e encarcerado num regime diferente daquele ao qual foi condenado, sem contar com a solidariedade dos que levou ao poder; "Parece o realismo fantástico de Garcia Marquez numa versão de pesadelo, mas para Dirceu é a realidade como ela é", diz ele

No artigo "Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?", Paulo Nogueira escreve sobre a sina de José Dirceu, preso sem provas e encarcerado num regime diferente daquele ao qual foi condenado, sem contar com a solidariedade dos que levou ao poder; "Parece o realismo fantástico de Garcia Marquez numa versão de pesadelo, mas para Dirceu é a realidade como ela é", diz ele
No artigo "Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?", Paulo Nogueira escreve sobre a sina de José Dirceu, preso sem provas e encarcerado num regime diferente daquele ao qual foi condenado, sem contar com a solidariedade dos que levou ao poder; "Parece o realismo fantástico de Garcia Marquez numa versão de pesadelo, mas para Dirceu é a realidade como ela é", diz ele (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo -  Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?

A pergunta me ocorre quando penso em Zé Dirceu, preso exatamente há cinco meses na Papuda.

Alguém já fez essa conta para si mesmo?

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Em dinheiro, é difícil calcular. Digamos que dessem a você, diante de uma sentença de cinco meses na cadeia, a opção de pagar para não ir.

Quanto você daria para ficar em casa? Para conviver com seus amigos, seus irmãos, seus pais, seus filhos? Para poder ir à padaria pela manhã tomar uma média com pão e manteiga? Para comer uma pizza domingo?

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Eis um caso de complicada precificação.

Do ponto de vista de tempo em si, nada paga, evidentemente, a temporada na cadeia. Nossos dias são limitados e escassos. Os cinco meses na cadeia – ou o que for – não são acrescentados em sua vida a título de compensação.

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E se a sentença é injusta, ou absolutamente controversa? E se você acha que de um lado enfrenta algozes para os quais só importa punir e de outro amigos cuja solidariedade e apoio não se manifestam numa hora tão complicada?

Aí entram outras coisas humanas: raiva, sentimento de impotência, revolta.

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A conta cresce expressivamente.

Onde, nisso, fica o caso de Dirceu?

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Numa recomposição rápida, temos um julgamento que o tempo mostrou ser um circo abjeto, animado e manipulado por uma mídia que repetiu o comportamento de 1954 e 1964.

Depois, temos uma juíza que diz que, embora não existam provas contra Dirceu, se julga no direito de condená-lo.

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Juízes de nível baixo, como se veria depois ao conhecê-los em sua pompa vazia, sacramentariam a punição sem provas com uma figura chamada Teoria do Domínio dos Fatos. (Nem o autor alemão da teoria achou que a adaptação dela para o Mensalão fazia sentido.)

(continue lendo no DCM)

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