Cruvinel: pesquisas mostram eleição do ceticismo

Jornalista Tereza Cruvinel avalia as últimas pesquisas, que revelam queda da presidente Dilma Rousseff (PT) e piora na imagem do governo federal; para ela, chama a atenção o índice de votos brancos e nulos, que, segundo o Ibope, são hoje 24% do eleitorado; Cruvinel entende que esta parcela dos eleitores "pode estar querendo mudanças, mas não credenciando os candidatos de oposição como agentes ideais para implementá-las, dividem-se entre o apoio a Dilma e o voto nulo ou em branco"

Jornalista Tereza Cruvinel avalia as últimas pesquisas, que revelam queda da presidente Dilma Rousseff (PT) e piora na imagem do governo federal; para ela, chama a atenção o índice de votos brancos e nulos, que, segundo o Ibope, são hoje 24% do eleitorado; Cruvinel entende que esta parcela dos eleitores "pode estar querendo mudanças, mas não credenciando os candidatos de oposição como agentes ideais para implementá-las, dividem-se entre o apoio a Dilma e o voto nulo ou em branco"
Jornalista Tereza Cruvinel avalia as últimas pesquisas, que revelam queda da presidente Dilma Rousseff (PT) e piora na imagem do governo federal; para ela, chama a atenção o índice de votos brancos e nulos, que, segundo o Ibope, são hoje 24% do eleitorado; Cruvinel entende que esta parcela dos eleitores "pode estar querendo mudanças, mas não credenciando os candidatos de oposição como agentes ideais para implementá-las, dividem-se entre o apoio a Dilma e o voto nulo ou em branco" (Foto: Valter Lima)


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247 - A jornalista Tereza Cruvinel avalia as últimas pesquisas, que revelam queda da presidente Dilma Rousseff (PT) e piora na imagem do governo federal. Para ela, chama a atenção o índice de votos brancos e nulos, que, segundo o Ibope, são hoje 24% do eleitorado. Cruvinel entende que esta parcela dos eleitores "pode estar querendo mudanças, mas não credenciando os candidatos de oposição como agentes ideais para implementá-las, dividem-se entre o apoio a Dilma e o voto nulo ou em branco".

"A preocupação dos governistas, entretanto, deveria ser menos com os indicadores eleitorais de Dilma e mais com as quedas na avaliação do governo, que vêm se repetindo e se ampliando a cada pesquisa, por força de uma incessante agenda negativa, em cuja construção a oposição vem tendo êxito, embora esteja perdendo para brancos e nulos. A disputa por estes votos do ceticismo se dará na campanha propriamente dita, com grande participação das armas do marketing", afirma.

Abaixo o texto na íntegra:

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Chamam a atenção, nas pesquisas eleitorais divulgadas no últimos dias, dois aspectos possivelmente interdependentes. O primeiro diz respeito às quedas da presidente Dilma Rousseff: o caso Petrobras e a Operação Lava-Jato conseguiram desgastá-la, mas não tanto quanto esperavam e desejavam os adversários. O outro dado, que não é novo, mas já deveria ter se alterado nesta altura da campanha, é o índice de votos brancos e nulos. Na pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira, eles aparecem em segundo lugar, com 24%, logo depois de Dilma, com 37%.

Na pesquisa Datafolha divulgada no dia 5, a candidata Dilma perdeu seis pontos, caindo de 44% em fevereiro para 38%, embora ainda vencendo no primeiro turno. Na do Ibope, divulgada na última quinta-feira, a queda foi de três pontos. De 40% em março para 37% agora. São notícias ruins para ela, mas piores ainda para os adversários, que não escondem a frustração com o nível reduzido do desgaste produzido pela agenda negativa que o governo enfrenta desde o início do ano. Os problemas na economia se aprofundaram, com a renitência da inflação e a desconfiança dos mercados, e os da política foram se transfigurando.

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Debelada a crise na coalizão governista, por conta de uma mal conduzida reforma ministerial, veio o escândalo na Petrobras, com enorme potencial de dano à própria Dilma. Ela já estava no centro da questionada compra da refinaria de Pasadena por ter autorizado a operação como presidente do Conselho de Administração da empresa. Puxou o assunto mais para si ao dizer que ela e os demais conselheiros não foram informados de todas as cláusulas do contrato, jogando a responsabilidade para gestões anteriores. O ex-diretor Nestor Cerveró, falando à Câmara na semana passada, confirmou ter omitido tais informações do chamado "resumo executivo" . Nem precisava, disse ele, pois tais cláusulas são de uso corrente, e por isso não foram informadas ao conselho. Mas alguém como ela, conhecida como exigente e espancadora de projetos, teria cobrado mais detalhes sobre uma operação de tão grande vulto, dizem os adversários, apostando na corrosão de sua imagem de boa gestora.

Passaram-se 30 dias desde a polêmica nota em que Dilma fez restrições à compra da refinaria, criticando como "falho e incompleto" o parecer da diretoria que embasou a autorização do conselho que presidia. Ao mesmo tempo vieram as revelações da Operação Lava-Jato sobre as conexões do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa com o doleiro Albert Youssef, e as deste com grandes fornecedores da estatal.

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Deflagrou-se no Congresso a guerra entre oposição e base aliada em torno de uma CPI. Tanto chumbo deveria ter causado estrago maior, alegram-se os governistas e frustram-se os adversários, que já estariam formulando novas estratégias de combate. De todo modo, é cedo ainda: ninguém sabe o que pode surgir numa CPI, seja ela restrita à Petrobras ou destinada a investigar também a atuação do cartel dos trens e metrô nos governos tucanos de São Paulo e irregularidades no Porto de Suape, durante o governo Eduardo Campos. E, muito menos, que comportamento terá a inflação e outros indicadores econômicos em período tão afetado pelas expectativas eleitorais. Sem falar na Copa que vem aí. Dependendo do que acontecer, Dilma ganhará ou perderá mais pontos.

Esta resiliência eleitoral da presidente pode ter relação com o mesmo ceticismo dos eleitores que alimenta as intenções de voto nulo ou em branco nas pesquisas. O eleitor pode estar querendo mudanças, mas não credenciando os candidatos de oposição como agentes ideais para implementá-las, dividem-se entre o apoio a Dilma e o voto nulo ou em branco. Na pesquisa do Ibope, a presidente vem com 37%, seguida dos eleitores do ceticismo com 24% (soma de brancos e nulos), de Aécio Neves (PSDB), com 14%, e Eduardo Campos (PSB), com 6%. Como os chamados nanicos somam 5%, brancos e nulos praticamente empatam com a soma de todos os outros candidatos juntos (25%).

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A preocupação dos governistas, entretanto, deveria ser menos com os indicadores eleitorais de Dilma e mais com as quedas na avaliação do governo, que vêm se repetindo e se ampliando a cada pesquisa, por força de uma incessante agenda negativa, em cuja construção a oposição vem tendo êxito, embora esteja perdendo para brancos e nulos. A disputa por estes votos do ceticismo se dará na campanha propriamente dita, com grande participação das armas do marketing.

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