DCM: chamar regulação da mídia de censura é má fé

Colunista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, resgata frase de Eça de Queirós, ao abordar como o tema da regulação da mídia vem sendo tratado pela mídia tradicional, que vê censura na iniciativa; "há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea", diz Nogueira, que vê a medida como essencial para a democratização do País

Colunista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, resgata frase de Eça de Queirós, ao abordar como o tema da regulação da mídia vem sendo tratado pela mídia tradicional, que vê censura na iniciativa; "há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea", diz Nogueira, que vê a medida como essencial para a democratização do País
Colunista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, resgata frase de Eça de Queirós, ao abordar como o tema da regulação da mídia vem sendo tratado pela mídia tradicional, que vê censura na iniciativa; "há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea", diz Nogueira, que vê a medida como essencial para a democratização do País (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo - O argumento mais imbecil contra a regulamentação da mídia é a que a associa com “censura”.

Na grande definição de Eça, há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea.

Todas as sociedades desenvolvidas regulam sua mídia. Estabelecem regras para diversas questões que são simplesmente ignoradas no vale tudo nacional.

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Por exemplo: direito de resposta. Na Dinamarca, se você comete uma injustiça cabal, é obrigado a se retratar rapidamente e em espaço nobre.

Por exemplo: a Veja atribuiu a Gushiken um gasto exorbitante com dinheiro público numa refeição. Isto se provou calúnia, mentira, e não fato.

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Gushiken, atacado na honra, jamais teve uma reparação na revista.

É certo isso? É bom isso? É certo e é bom apenas para as empresas de mídia, que recebem licença para matar moralmente seus inimigos.

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Fiscal tem que ser fiscalizado. A mídia se coloca como fiscal, sem ter aliás recebido delegação popular para isso, mas se recusa a ser fiscalizada. É um paradoxo, e é um horror para a sociedade.

Nos Estados Unidos, para evitar o monopólio de opinião (e de negócio) e estimular a pluralidade, nenhum grupo pode ser dono de múltiplas mídias, como a Globo.

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A Globo usa seus diversos braços, ou garras, de forma selvagem, para asfixiar a concorrência.

Um executivo da Unilever me contou que, nas negociações sobre publicidade, a Globo enfia o G1 goela abaixo do anunciante.

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Para a livre concorrência, é um pesadelo. Para o monopólio da Globo – que hoje detém 60% da publicidade do Brasil com apenas 20% da audiência – é um sonho. Para a sociedade, uma tragédia.

Veja na prática: uma única voz que represente o conservadorismo e os interesses da Globo se multiplica por todas as mídias, e isso manieta a opinião pública.

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Merval Pereira, digamos. Ele está no Globo, na Globonews, na CBN, no G1 etc etc. Ou Míriam Leitão. Ou Jabor.

Mais uma vez, é bom para a Globo, e para os colunistas que são sua voz. Estes, graças à superexposição, acabam tendo enormes facilidades para ganhar dinheiro em palestras nas quais vão repetir o que a Globo quer que eles digam.

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Você vai encontrar feroz resistência à ideia da regulação nas grandes empresas de mídia – e em seus colunistas. Estes extraem vantagens consideráveis do status quo. Seus mensalões são duradouros e protegidos com imenso cuidado por quem abastece seus bolsos.

(continue lendo no Diário do Centro do Mundo)

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