Contra o PT, Noblat retoma discurso do "mar de lama"

Mais de 60 anos da crise política que culminou no suicídio de Getúlio Vargas, o jornalista Ricardo Noblat, colunista do Globo, recorre ao mesmo mote do incendiário Carlos Lacerda, da antiga UDN, para atacar o PT; segundo Noblat, a Petrobras está coberta por um "mar de lama"; criada por Vargas na campanha "o petróleo é nosso", a Petrobras foi um dos símbolos do governo Lula e da campanha da presidente Dilma, em 2010, com as descobertas do pré-sal; agora, está de novo no centro do debate político nacional

Mais de 60 anos da crise política que culminou no suicídio de Getúlio Vargas, o jornalista Ricardo Noblat, colunista do Globo, recorre ao mesmo mote do incendiário Carlos Lacerda, da antiga UDN, para atacar o PT; segundo Noblat, a Petrobras está coberta por um "mar de lama"; criada por Vargas na campanha "o petróleo é nosso", a Petrobras foi um dos símbolos do governo Lula e da campanha da presidente Dilma, em 2010, com as descobertas do pré-sal; agora, está de novo no centro do debate político nacional
Mais de 60 anos da crise política que culminou no suicídio de Getúlio Vargas, o jornalista Ricardo Noblat, colunista do Globo, recorre ao mesmo mote do incendiário Carlos Lacerda, da antiga UDN, para atacar o PT; segundo Noblat, a Petrobras está coberta por um "mar de lama"; criada por Vargas na campanha "o petróleo é nosso", a Petrobras foi um dos símbolos do governo Lula e da campanha da presidente Dilma, em 2010, com as descobertas do pré-sal; agora, está de novo no centro do debate político nacional (Foto: Roberta Namour)


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247 - O colunista Ricardo Noblat, do jornal O Globo, retomou o mote do jornalista e político Carlos Lacerda, da antiga UDN, para traçar sua análise sobre a delação premiada de Paulo Roberto Costa. De acordo com Noblat, a Petrobras está coberta por um "mar de lama". Usada à exaustão por Lacerda nos idos de 1954, para retratar supostos escândalos de corrupção no governo de Getúlio Vargas, a expressão "mar de lama" ficou marcada como símbolo do radicalismo político de uma era que terminou com o suicídio do político trabalhista.

Na coluna "Um mar de lama ameaça a Petrobras", Noblat ironiza a presidente Dilma Rousseff e pergunta quando ela pedirá desculpas e dirá que foi traída por subordinados, a exemplo do que fez o ex-presidente Lula fez em 2005, quando eclodiu o escândalo do chamado "mensalão". "No mínimo é o que se espera dela, ex-ministra de Minas e Energia, ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras e presidente da República em final de mandato", afirma Noblat.

Ao usar a expressão "mar de lama", Noblat fez uma escolha política arriscada, ciente do seu significado histórico. Na prática, ele deu o tiro de largada para uma nova onda de ataques ao PT, que serão cada vez mais intensos até 5 de outubro, dia do primeiro turno.
Criada no governo Vargas, após a campanha "o petróleo é nosso", a Petrobras se tornou também um dos símbolos do governo Lula, graças às descobertas do pré-sal. Não por acaso, o ex-presidente Lula repetiu um dos gestos mais conhecidos de Vargas ao sujar as mãos de óleo. E foi com essas mesmas mãos que ele ungiu a então ministra Dilma Rousseff como candidata à presidência da República, numa foto que se tornou emblemática da campanha de 2010.

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Já como presidente, Dilma implantou regras mais nacionalistas no setor de petróleo, com o modelo de partilha, que dá maior espaço à Petrobras na exploração do pré-sal, de onde a companhia já extrai mais de 500 mil barris/dia. Seus adversários têm abordagens distintas. O tucano Aécio Neves fala em retomar o modelo de concessões, enquanto Marina Silva, do PSB, coloca o pré-sal em segundo plano, priorizando energias alternativas.

Com a delação premiada de Paulo Roberto Costa, sobre um suposto esquema de corrupção na empresa, a estatal volta ao centro do debate político. Os tucanos, que já foram acusados de querem privatizar a Petrobras, depois da tentativa de mudança de nome para Petrobrax, agora falam na necessidade de reestatizá-la. Aécio já prometeu até tirá-la "das garras do PT". O mote dado por Noblat sobre o "mar de lama" irá radicalizar esse discurso.

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