Ricardo Amaral: Folha varre o lixo de Veja e serve as sobras ao público

"No tempo em que havia jornais, era comum correr atrás de furos da concorrência e tentar assumir a liderança de uma cobertura. Não é esse o caso nessa véspera de eleição. Hoje a Folha recolhe o lixo da Veja. E serve as sobras ao público, a serviço de seu candidato", diz o jornalista Ricardo Amaral, em artigo publicado sobre a manchete do jornal da família Frias neste sábado

"No tempo em que havia jornais, era comum correr atrás de furos da concorrência e tentar assumir a liderança de uma cobertura. Não é esse o caso nessa véspera de eleição. Hoje a Folha recolhe o lixo da Veja. E serve as sobras ao público, a serviço de seu candidato", diz o jornalista Ricardo Amaral, em artigo publicado sobre a manchete do jornal da família Frias neste sábado
"No tempo em que havia jornais, era comum correr atrás de furos da concorrência e tentar assumir a liderança de uma cobertura. Não é esse o caso nessa véspera de eleição. Hoje a Folha recolhe o lixo da Veja. E serve as sobras ao público, a serviço de seu candidato", diz o jornalista Ricardo Amaral, em artigo publicado sobre a manchete do jornal da família Frias neste sábado (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Ricardo Amaral

A Folha passou a tarde de sexta azucrinando assessorias de imprensa do governo e do PT. Anunciava ter a confirmação da capa da Veja e novos detalhes sobre a suposta denúncia do doleiro Yousseff divulgada pela revista. Era blefe. Mais um.

A manchete de hoje limita-se a reproduzir o enunciado da revista: Lula e Dilma sabiam, disse o doleiro. Sem apuração própria, a Folha repete o erro jornalístico fundamental de Veja: não informa quem teria ouvido a suposta denúncia de Yousseff.

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Qual é o nome do delegado que teria tomado o depoimento do doleiro na terça-feira?

Qual é o nome do representante do Ministério Público?

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Qual é o nome do advogado que acompanhava o depoente?

Sem esses nomes – ao menos um deles – é impossível fazer uma checagem independente do que afirma a revista.

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A revista que inventou o grampo sem áudio inova outra vez e nos apresenta o delegado fantasma, o promotor invisível e o advogado anônimo.

A Folha acrescenta a esse roteiro uma conversa que teria ocorrido entre Lula e o deputado José Janene. Que está morto. Mais uma vez, o recurso a uma acusação impossível de checar.

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Na edição deste sábado a Folha retomou o triste papel de secundar matérias da Veja contra o governo e o PT.

Foi assim em 2008, quando sustentou por semanas a história rocambolesca do “dossiê dos cartões corporativos”, nascida na revista.

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Foi assim no primeiro turno de 2010, quando tentou preencher, com histórias requentadas, o suposto dossiê da “equipe de inteligência” da campanha de Dilma, outra criação original de Veja.

Foi assim no segundo turno, quando publicou entrevista com um vigarista condenado, para manter acesa denúncia da revista contra a ex-ministra Erenice Guerra. Era uma fonte tão desqualificada que seu depoimento foi terceirizado, da revista para o jornal.

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No tempo em que havia jornais, era comum correr atrás de furos da concorrência e tentar assumir a liderança de uma cobertura. Não é esse o caso nessa véspera de eleição.

Hoje a Folha recolhe o lixo da Veja. E serve as sobras ao público, a serviço de seu candidato.

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PS: A propósito de apuração própria, sem fazer escândalo, o site do Estadão oferece outra versão sobre as supostas referências de Yousseff a Lula:

“Todas as pessoas com quem eu trabalhava diziam o seguinte: ‘todo mundo sabia lá em cima, que tinha aval para operar. Não tinha como operar um tamanho esquema desse se não houvesse o aval do Executivo. Não era possível que funcionasse se alguém de cima não soubesse, as peças não se moviam”.

O doleiro, na versão do Estadão, não afirma que “Lula sabia”. E sequer menciona Dilma. Ele apenas supõe. Se é que supôs.

 
 

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