Reinaldo sugere que Boulos foi molestado na infância

"Virou pornochanchada" a discussão entre Reinaldo Azevedo e Guilherme Boulos, por meio de artigo, diz o jornalista e escritor Celso Lungaretti; para ele, Reinaldo "precisaria de uma professora que o botasse de castigo, obrigando-o a copiar cem vezes a frase: ironia se responde com ironia, sarcasmo com sarcasmo, quem parte logo para a agressão não passa de um desordeiro de botequim"

"Virou pornochanchada" a discussão entre Reinaldo Azevedo e Guilherme Boulos, por meio de artigo, diz o jornalista e escritor Celso Lungaretti; para ele, Reinaldo "precisaria de uma professora que o botasse de castigo, obrigando-o a copiar cem vezes a frase: ironia se responde com ironia, sarcasmo com sarcasmo, quem parte logo para a agressão não passa de um desordeiro de botequim"
"Virou pornochanchada" a discussão entre Reinaldo Azevedo e Guilherme Boulos, por meio de artigo, diz o jornalista e escritor Celso Lungaretti; para ele, Reinaldo "precisaria de uma professora que o botasse de castigo, obrigando-o a copiar cem vezes a frase: ironia se responde com ironia, sarcasmo com sarcasmo, quem parte logo para a agressão não passa de um desordeiro de botequim" (Foto: Gisele Federicce)


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Por Celso Lungaretti

A fina ironia de Guilherme Boulos no artigo Sugestões para o Ministério de Dilma (vide aqui) foi respondida por Reinaldo Azevedo com uma avalanche de ad hominem e baixarias, tanto na Folha de S. Paulo (aqui) quanto no blogue da nunca veja (aqui).

Sem querer ele provou que uma sugestão do Boulos era equivocada: um sujeito tão limitado intelectualmente não serviria de jeito nenhum para ministro da Cultura, nem mesmo para suceder à nada brilhante Marta Suplicy.

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RA precisaria de uma professora que o botasse de castigo, obrigando-o a copiar cem vezes a frase: ironia se responde com ironia, sarcasmo com sarcasmo, quem parte logo para a agressão não passa de um desordeiro de botequim.

Pessoalmente desaprovo a utilização da orientação sexual (real ou suposta) de algum desafeto como trunfo para sua desqualificação. Mas, não consigo deixar de rir quando a coisa é feita de forma tão espirituosa como num artigo que o Fernando Collor lançou para detonar o Itamar Franco, por quem se considerava traído.

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Não afirmou uma única vez que o dito cujo era gay, mas cada frase continha uma sugestão velada nesta direção. O ghost writer dele caprichou, conseguindo condensar, num espaço reduzido, uma verdadeira coleção de duplos sentidos homofóbicos. Meu lado de escritor foi conquistado pela verve do sujeito...

Da mesma forma, Boulos bateu no RA com luvas de pelica, ao justificar, dirigindo-se a Dilma, sua indicação para a Pasta da Cultura:

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"Ele vive falando mal da senhora, mas acho que no fundo é tudo ressentimento. Uma ligação e ele se abre que nem uma flor. Vai por mim, até um rottweiler precisa de carinho. É isso que ele deve estar esperando há anos".

A reação do RA foi a mais banal possível, igualzinha a uma que eu tive aos 18 anos, quando era líder secundarista e, numa reunião com estudantes que tentávamos recrutar, uma participante disse que os defensores da luta armada eram homossexuais enrustidos querendo aparentar virilidade. Inexperiente, sem jogo de cintura, só me ocorreu retrucar com uma grosseria:

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"Se você quiser, podemos tirar a prova agora mesmo, na frente de todo mundo!".

Aos 53 anos, o RA só foi capaz de sair por idêntica tangente:

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"Não sei se notam a sugestão, nada sutil, de que sou um veadinho, 'que se abre que nem uma flor'. (...) Ele poderia tentar me ganhar, sem o apoio de seus bate-paus e incendiários, para sentir o perfume, hehe".

Sendo Boulos professor de psicanálise, talvez treplique com um lugar-comum freudiano: negações muito enfáticas costumam equivaler a afirmações às avessas. Mas, com certeza, ele deve ter conquistas melhores das quais se ocupar. Nem como veadinho (uso a terminologia dele) o RA seria atraente.

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Já esta suposição do colunista mais reacionário da revista mais reaça do Brasil está mais para chute na virilha, daqueles que brigões de rua desferem quando estão levando uma surra:

"Esse rapaz foi molestado na infância e acabou ficando assim?"

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Parece um pugilista que está nocauteado em pé e continua lançando os braços mecanicamente para a frente. Por caridade, o Boulos deveria mandá-lo logo para a lona.

Abaixo, post anterior de Celso Lungaretti em seu blog.

O BOLSONARO E O REINALDO AZEVEDO NÃO PODEM FALTAR NESSE DESPAUTÉRIO!

Faz muito tempo que eu não leio um artigo político tão pertinente e bem humorado como este que reproduzo abaixo, merecidamente na íntegra.

O Guilherme Boulos, formado em filosofia pela USP e membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, está de parabéns! Deu o tratamento adequado à piada de mau gosto que a Dilma está tentando fazer passar por um Ministério.

E que esta bem mais para um despautério...

SUGESTÕES PARA O MINISTÉRIO DE DILMA

Guilherme Boulos

Nós dos movimentos sociais nos sentimos amplamente contemplados com os primeiros nomes para seu ministério. Governo novo, ideias novas. Os gestos não poderiam ter sido melhores.

Joaquim Levy na Fazenda foi uma sacada de gênio, com grande sensibilidade social. Pena que o Trabuco não quis, mas confio que seu subordinado no Bradesco dará conta do recado. A Marina queria indicar gente do Itaú. O Aécio tinha obsessão pelo Dr. Armínio.

Mas esses, como a senhora disse na campanha, tomariam medidas impopulares. A solução certamente está com o Bradesco. Itaú de fato não pode, mas Bradesco... vá lá!

Kátia Abreu na Agricultura achei um pouco ousado demais. Cuidado pra não ser chamada de bolivariana! Os índios e os sem-terra estão em festa pelo país. Não temos dúvidas de que o ministério terá um compromisso profundo com a demarcação das terras indígenas, o combate ao latifúndio e com a Reforma Agrária.

Armando Monteiro no Desenvolvimento deixa seus detratores sem argumentos, muito bem! Dizem que a senhora não dialoga com a sociedade civil. Ora, como não? A Confederação Nacional da Agricultura em um ministério e a Confederação Nacional da Indústria em outro. Aí está a gema da sociedade civil, as entidades patronais.

Tem gente sendo injusta com a senhora, dizendo que essas indicações sinalizam que seu governo irá aplicar o projeto derrotado nas urnas. Não se deixe levar por isso. Estão fazendo o jogo da direita, no fundo querem mesmo é desestabilizá-la.

A senhora está no caminho certo. Para onde? Bom, esta é outra questão. Mas o que eu gostaria mesmo é de humildemente lhe apresentar algumas sugestões para a composição dos ministérios.

Para a pasta das Cidades o nome é o Kassab. Homem experiente, foi prefeito de São Paulo e terá a oportunidade de aplicar nacionalmente o que fez por aqui. Imagine incêndios em favelas no Brasil todo! Vamos acabar de vez com esta herança arcaica que são as favelas, Kassab já mostrou que sabe fazer.

Tem também a política de despejo expresso, sem necessidade daquela burocracia toda de uma ordem judicial. E é claro, leva com ele uma equipe íntegra e competente. Talvez o Aref como secretário-executivo, que tal?

Nos direitos humanos não há muito o que discutir. É Bolsonaro na certa. Um homem que pauta com coragem grandes temas tabus como a tortura, o direito ao aborto, a maioridade penal e o papel dos militares na sociedade. Cabeça arejada e capacidade de dialogar com todos os setores sociais. Ele e a Kátia poderiam ser os novos interlocutores do movimento popular no governo.

Nas Comunicações sugiro o Fabio Barbosa, da Veja. Já mostrou ser um tipo criativo. Sua capacidade de criar fatos e transformá-los em manchetes está mais do que demonstrada.

Imagine isso tudo a serviço de seu governo! Os blogueiros radicais, que defendem democratização da mídia, podem não gostar. Mas paciência, nem Jesus agradou a todos. Afinal, a senhora poderá argumentar que a alternância no poder é necessária. A Globo já teve três ministros, agora é a vez da Veja.

Para a Cultura eu tenho dúvidas. A Marta saiu com aquela cartinha mal-educada, querendo fazer média com o mercado. Convenhamos, a senhora foi muito mais esperta. Ao invés de fazer média com o mercado, trouxe ele para dentro do governo. Deixou a Marta falando sozinha. É preciso resgatar a credibilidade do ministério.

Pensei primeiro no Lobão, porque ele pararia com essa história de impeachment e ainda traria o apoio da turminha dos Jardins. Se bem que esta turminha tem cada vez menos razões para lhe fazer oposição. Mas acho que ele prefere construir a carreira junto com o Aécio, não toparia.

Talvez então o Reinaldo, homem culto e com ampla visão. Reinaldo Azevedo, sabe? Ele vive falando mal da senhora, mas acho que no fundo é tudo ressentimento. Uma ligação e ele se abre que nem uma flor. Vai por mim, até um rottweiler precisa de carinho. É isso que ele deve estar esperando há anos.

Há quem possa achar minhas sugestões muito conservadoras. Mas estou preocupado com a governabilidade. Governabilidade é tudo, presidenta! É um fim em si, como demonstram suas escolhas e as decisões de governo nos últimos 12 anos.

Se seguir minhas sugestões ao menos não poderão acusá-la de incoerente. Quem já convidou Levy, Kátia e Armando pode, pela mesma lógica irrefutável, convidar Bolsonaro, Fábio Barbosa e Reinaldo. Quanto ao Kassab, admito que a senhora teve a ideia antes e já anda sondando com ele.

Cordialmente, despeço-me certo de que teremos a opinião considerada.

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