Noblat adere ao time que quer a cabeça de Dilma

"Golpe? Jamais! Impeachment? Depende", afirma o jornalista Ricardo Noblat, em sua nova coluna; falta lembrar a ele o que disse, recentemente, o apresentador Jô Soares: "impeachment de uma presidente que acaba de ser reeleita é golpe"

"Golpe? Jamais! Impeachment? Depende", afirma o jornalista Ricardo Noblat, em sua nova coluna; falta lembrar a ele o que disse, recentemente, o apresentador Jô Soares: "impeachment de uma presidente que acaba de ser reeleita é golpe"
"Golpe? Jamais! Impeachment? Depende", afirma o jornalista Ricardo Noblat, em sua nova coluna; falta lembrar a ele o que disse, recentemente, o apresentador Jô Soares: "impeachment de uma presidente que acaba de ser reeleita é golpe" (Foto: Leonardo Attuch)


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247 - O jornalista Ricardo Noblat, do Globo, se alistou nas fileiras do exército que prega a derrubada da presidente Dilma Rousseff. No seu artigo desta segunda, ele sustenta a tese de que um eventual impeachment, no momento atual, não seria um golpe. "Suspeita-se que dinheiro igualmente sujo financiou as duas campanhas de Dilma", diz ele. Leia, abaixo, sua análise:

Golpe? Jamais! Impeachment? Depende

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Dinheiro sujo financiou parte da campanha de Lula para presidente em 2002. Suspeita-se que dinheiro igualmente sujo financiou as duas campanhas de Dilma.

Ouvi do prefeito de uma das capitais brasileiras mais importantes: “Foi a ação dos Black blocs que nos salvou, os governantes, quando o povo saiu às ruas em junho de 2013 cobrando melhores condições de vida”.

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A ação dos baderneiros mascarados esvaziou as manifestações por passagens de ônibus mais baratas, saúde e educação eficientes, reforma agrária, lazer, contra a corrupção e contra a impunidade.

Por enquanto, os Black blocs saíram de cena. No seu lugar entraram pessoas agenciadas não se sabe por quem ou simplesmente pessoas que acreditam que a volta dos militares ao poder fará bem ao país.

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Muitas entre essas pessoas pedem o fim do comunismo como se ele ainda existisse. A propósito, não vale citar a China e a Rússia. São imitações grotescas, macaqueadas de regimes comunistas.

De repente, a presidente Dilma e a sua turma ganharam aliados onde menos esperavam. Os que pedem um golpe militar, quer queiram quer não, podem contribuir para esvaziar passeatas e comícios dos insatisfeitos “com tudo isso que está aí”.

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Por “tudo isso” entenda-se o grosso das mesmas reivindicações de junho de 2013, com ênfase crescente no combate à corrupção e à impunidade.

Há 15 dias, 2.500 pessoas ocuparam a avenida Paulista em protesto contra o governo Dilma. Foram cinco mil no último sábado em ato apoiado pelo PSDB e partidos da oposição.

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Minoritária, a porção dos golpistas tenta se misturar com a porção dos insatisfeitos. Essa, por sua vez, tenta se distinguir da outra. Mais políticos compareceram à primeira manifestação do que à segunda.

Os principais líderes da oposição, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), correm o risco de se meter numa saia justa.

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Por mais que digam o contrário, são acusados pelos partidários do governo de defender o golpe militar. Se não defendem o golpe, se batem pelo impeachment da presidente da República, o que militantes espertos do PT apregoam como sendo outro tipo de golpe. Não é.

Aécio está ficando rouco de tanto repetir: "Olha, eu não sou golpista, sou filho da democracia. (…) Não acho que exista nenhum fato específico que leve a impeachment. Essas manifestações [golpistas] que se misturam com as manifestações democráticas têm meu repúdio veemente".

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Talvez devesse ir à próxima passeata reafirmar de público seu compromisso com a legalidade.

Impeachment não é golpe. Fernando Collor, o primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto direto depois de 21 anos de ditadura, foi derrubado pelo Congresso via um processo de impeachment.

Fora os comparsas deles, órfãos do poder, ninguém disse que Collor foi vítima de um golpe. O impeachment está previsto na Constituição.  E nada se fez contra ela. Nada se fará contra ela.

No início do segundo governo de Fernando Henrique, deputados do PT assinaram um manifesto em defesa do impeachment dele. Tarso Genro, na época ex-prefeito de Porto Alegre, publicou artigo na Folha de S. Paulo onde pediu que Fernando Henrique renunciasse.

Aliados do presidente saíram em sua defesa, acusando Tarso e os deputados de “golpistas”. Não eram golpistas.

Por ora, carece de razão o impeachment de Dilma. Mas ela e o PT têm motivos de sobra para se preocupar com isso, sim. Afinal, Dilma soube a tempo que a roubalheira existia na Petrobras. E nada fez para abortá-la.

Dinheiro sujo financiou parte da campanha de Lula para presidente em 2002. Suspeita-se que dinheiro igualmente sujo financiou as duas campanhas de Dilma. A ver.

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