Noblat: 'apagão de Dilma expõe Levy'

Segundo o colunista Ricardo Noblat, ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ‘que tem feito o que planejou e até com rapidez’, virou saco de pancada dos supostos aliados do governo enquanto presidente Dilma Rousseff ‘emudeceu e retornou à clandestinidade’

Segundo o colunista Ricardo Noblat, ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ‘que tem feito o que planejou e até com rapidez’, virou saco de pancada dos supostos aliados do governo enquanto presidente Dilma Rousseff ‘emudeceu e retornou à clandestinidade’
Segundo o colunista Ricardo Noblat, ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ‘que tem feito o que planejou e até com rapidez’, virou saco de pancada dos supostos aliados do governo enquanto presidente Dilma Rousseff ‘emudeceu e retornou à clandestinidade’ (Foto: Roberta Namour)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – Para o colunista Ricardo Noblat, enquanto a presidente Dilma Rousseff emudeceu, ministro da Fazenda, Joaquim Levy, virou saco de pancada de aliados do governo por executar a política do econômica planejada. Leia: 

O apagão de Dilma

Alto lá! Não culpem Levy por pensar como pensa e agir com coerência. Ele não mercadejou o próprio passe. Estava em sossego como executivo bem pago do Bradesco.

continua após o anúncio

Fez à presidente Dilma Rousseff o favor de aceitar o convite para ser ministro da Fazenda, ganhando menos do que ganhava. E para quê? Para virar saco de pancada dos supostos aliados de Dilma?

E sem que ela o defenda? Por que não batem nela?

continua após o anúncio

Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, foi o primeiro a apanhar. Disse lá qualquer coisa que desagradou a Dilma. Acabou obrigado a se corrigir.

Depois foi Eduardo Braga, ministro das Minas e Energia. Caiu na armadilha de responder a perguntas na base do “se”.

continua após o anúncio

Uma vez que dissera que não há racionamento de energia à vista, foi confrontado pela pergunta óbvia: “E se não chover o suficiente?”

Se não chover o suficiente o racionamento será inevitável, respondeu Eduardo. Alguém mais esperto escaparia com a resposta clássica: “Não posso raciocinar sobre hipóteses”.

continua após o anúncio

O racionamento ganhou manchete de jornal. Eduardo levou um carão do seu colega Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil. Abandonou Brasília em silêncio.

Então chegou a vez de Levy. Como Dilma preferiu ir à posse do xamã Evo Morales, presidente da Bolívia, Levy voou a Davos, na Suíça.

continua após o anúncio

À vontade no Fórum Econômico Mundial, admitiu que o Brasil possa atravessar uma leve e breve recessão. Tamanho cuidado com as palavras de pouco adiantou.

A poderosa senhora, que se julga uma economista de primeira, mandou Levy substituir “recessão” por “retração”.

continua após o anúncio

Mas não ficou só nisso. Em entrevista ao jornal britânico “Financial Times”, Levy afirmou que “está ultrapassado” o modelo de seguro-desemprego no Brasil. Ah, para quê...

Foi logo mexer com o social, área que Dilma garantira durante a campanha ser intocável. Não mudaria nem que a diabo tossisse.

continua após o anúncio

Diabo, não. Vaca. O diabo foi citado em outro contexto. Por ela ou por Lula, não lembro agora. Nem quero me socorrer do Google.

Dilma (ou Lula) faria o diabo para vencer a eleição presidencial. E assim foi. Pintou, bordou e mentiu sem dó. Ganhou por pouco.

De volta ao “ultrapassado” modelo de seguro-desemprego. O Ministério da Fazenda emitiu nota dizendo que a declaração de Levy tivera como objetivo “ampliar o debate pela modernização das regras desse benefício”. Dilma não considerou suficiente. 

Mandou que o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria Geral da presidência da República soltasse nota chamando o seguro-desemprego de “conquista civilizatória”. Algo que, certamente, tem a ver com “pátria educadora”, novo slogan do governo.

Levy engoliu a nota a seco. Está dando para fazer o que planejou. E até com rapidez. Quanto a Dilma... Emudeceu. Retornou à clandestinidade. Parece envergonhada.

Afinal, entregou o comando da economia a um banqueiro que assessorou a campanha de Aécio Neves (PSDB-MG).

Seguiu a receita de Lula, que ao se eleger pela primeira vez, escalou um banqueiro do PSDB para o comando do Banco Central. No Ministério da Fazenda pôs Antonio Palocci, que não entendia de economia, mas que era do PT.

Ocorre que Dilma não é Lula.

Não tem o carisma dele, nem a habilidade, nem a liderança, nem o cinismo para culpar seus adversários por qualquer erro.

Lula faz política com prazer. Dilma detesta. Lula afaga os aliados até quando os contraria. Dilma espanca. Lula governou com o gogó. Dilma usa o gogó para repreender auxiliares.

Pode dar certo? Não sei. Divertido está.

Não tem preço ver petistas da gema estupefatos. Sem voz. Como Dilma.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247