Globo trata como heróis os homens Lava Jato

Primeiro, foi o jornal O Globo, que conferiu ao juiz Sergio Moro o título de "personalidade do ano"; agora, a revista Época, que também pertence a João Roberto Marinho, exalta "os homens que estão mudando o Brasil"; são eles o próprio Moro e os procuradores Carlos Fernando e Deltan Dallagnol, que conduzem a Operação Lava Jato; Globo os aplaude pelo combate à corrupção, mas não revela aos leitores que também tem uma agenda própria no setor de petróleo: a abertura do pré-sal a petrolíferas estrangeiras e a também do mercado de engenharia a empreiteiras internacionais; isso, sem falar na possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff

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247 - Antes do julgamento da Ação Penal 470, uma capa de Veja ficou famosa. Era a do "menino pobre que mudou o Brasil", numa referência ao juiz Joaquim Barbosa, que conduziu o caso e, depois dele, trocou a toga pela política. Ao que tudo indica, em 2018, Barbosa será candidato a algum cargo eletivo – talvez até à presidência da República.

Agora, a revista Época, das Organizações Globo, repete a estratégia. A capa desta semana trata dos "homens que estão mudando o Brasil". São eles o juiz Sergio Moro e dois procuradores que compõem a força-tarefa da Operação Lava Jato: Carlos Fernando e Deltan Dellagnol.

Moro e Barbosa têm algo em comum. Ambos foram eleitos pelo Globo como a personalidade do ano do prêmio "Faz Diferença" – Barbosa o recebeu dois anos atrás e Moro será premiado em 2015.

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As razões para a eleição dos dois juízes, segundo as Organizações Globo, são o combate implacável à corrupção.

A revista Época, no entanto, não revela aos leitores que os irmãos Marinho têm uma agenda própria no setor de petróleo e de engenharia.

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Em editoriais publicados no Globo, a família mais rica do Brasil e também a mais próspera do mundo no setor de mídia (graças ao quase monopólio exercido no País), já defendeu a abertura do pré-sal a empresas estrangeiras, como Shell e Exxon, e a quebra de empreiteiras brasileiras, que, segundo O Globo, deveriam ser declaradas inidôneas, para que o mercado passe a ser ocupado por construtoras internacionais.

Além dos interesses econômicos, há também a questão política. "Existe apenas uma coisa pior do que não combater a corrupção. É você fingir que está combatendo-a, como em 1954 e 1964 – com finalidades inconfessáveis", diz o jornalista Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do Mundo, que já foi diretor de revistas da própria Globo.

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Segundo Nogueira, os Marinho querem o impeachment do Dilma e a revisão de toda a política de exploração do petróleo e de conteúdo nacional nas encomendas da Petrobras.

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