Noblat reprova “violência que atenta contra a liberdade de expressão”
Ao comentar o episódio em que seu filho, Guga Noblat, foi hostilizado com a filha de sete meses no colo por paneleiros que protestavam contra Dilma na Avenida Paulista, o colunista do Globo, Ricardo Noblat, escreve que "a violência que atenta contra a liberdade de expressão e de pensamento, direito que deve ser assegurado a todo ser humano, merece ser reprovada com veemência venha de onde vier. Esteja a serviço do que estiver"
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247 – O colunista Ricardo Noblat publicou no Facebook um comentário sobre o episódio em que seu filho, Guga Noblat, foi hostilizado com a filha de sete meses no colo por paneleiros que protestavam contra a presidente Dilma Rousseff e o PT na Avenida Paulista no último domingo 17. Leia aqui matéria sobre o episódio.
Para Noblat, "a violência que atenta contra a liberdade de expressão e de pensamento, direito que deve ser assegurado a todo ser humano, merece ser reprovada com veemência venha de onde vier. Esteja a serviço do que estiver". O colunista do Globo disse que "Guga, infelizmente, está provando na pele o quanto dura e arriscada pode ser a vida de um jornalista".
Em artigo publicado nesta segunda-feira 18, o blogueiro Eduardo Guimarães escreveu que Ricardo Noblat "deu uma contribuição sem par para o ódio contra o PT" e que se "tiver algum resquício de consciência irá refletir que [a agressão a seu filho] derivou da militância política escancarada que faz nos espaços em que escreve".
Leia seu post:
A violência que atenta contra a liberdade de expressão e de pensamento, direito que deve ser assegurado a todo ser humano, merece ser reprovada com veemência venha de onde vier. Esteja a serviço do que estiver.
É uma pena que muitos enxerguem a liberdade de expressão como algo que só aos jornalistas interessa ou deve interessar. Se como jornalista sou proibido de divulgar o que pareça relevante, a sociedade perde tanto ou mais do que eu.
Deixei passar o dia para tentar me manifestar com menos emoção sobre a hostilidade sofrida por meu filho Guga Noblat, sua mulher e minha neta de sete meses quando, ontem, em São Paulo, voltavam para casa.
Eles moram atrás do MASP. No meio do caminho deles havia uma manifestação contra o PT e o governo Dilma. Alguns manifestantes reconheceram Guga da época em que ele foi repórter do CQC. Partiram para insultá-lo.
Guga, infelizmente, está provando na pele o quanto dura e arriscada pode ser a vida de um jornalista. Ele mesmo, quando adolescente em Brasília, foi vítima de uma agressão que quase o deixou com parte do rosto paralisado.
O Ministério da Justiça abriu inquérito e concluiu que a agressão tivera motivação política. Brasília era governada por Joaquim Roriz, e o jornal que eu dirigia, o Correio Braziliense, denunciava sem restrições os erros do governo.
André, meu filho mais velho, havia sido agredido dois anos antes da agressão a Guga por estudantes ligados a Roriz e a outros líderes políticos da cidade. Fui obrigado a mandá-los viver no exterior enquanto o ódio continuasse aceso por aqui.
Eu e Rebeca não criamos filhos para nós – mas para o mundo. Temos muito orgulho quando os vemos reagir com coragem e sensatez diante de dificuldades.
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