Tijolaço sobre derrota de Cunha: “achou-se um imperador”

Para o jornalista Fernando Brito, edito do Tijolaço, a derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), sobre o distritão mostrou que o poder lhe subiu à cabeça e Cunha achou-se “imperador” dos deputados; "Poucos são os deputados com ascendência sobre muitos outros e, quando são, o são por “viabilizarem” aquilo que hoje é mais decisivo para eles: “apoio” (assim, entre aspas) para suas reeleições e negócios  de interesse pessoal, com frutos políticos ou de outras cepas", diz Brito; "Só neste sentido Cunha é líder"  

Para o jornalista Fernando Brito, edito do Tijolaço, a derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), sobre o distritão mostrou que o poder lhe subiu à cabeça e Cunha achou-se “imperador” dos deputados; "Poucos são os deputados com ascendência sobre muitos outros e, quando são, o são por “viabilizarem” aquilo que hoje é mais decisivo para eles: “apoio” (assim, entre aspas) para suas reeleições e negócios  de interesse pessoal, com frutos políticos ou de outras cepas", diz Brito; "Só neste sentido Cunha é líder"
 
Para o jornalista Fernando Brito, edito do Tijolaço, a derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), sobre o distritão mostrou que o poder lhe subiu à cabeça e Cunha achou-se “imperador” dos deputados; "Poucos são os deputados com ascendência sobre muitos outros e, quando são, o são por “viabilizarem” aquilo que hoje é mais decisivo para eles: “apoio” (assim, entre aspas) para suas reeleições e negócios  de interesse pessoal, com frutos políticos ou de outras cepas", diz Brito; "Só neste sentido Cunha é líder"   (Foto: Aquiles Lins)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço

Por todos os jornais e sites, embora as manchetes tenham sido – perdoem o trocadilho – roubadas pela prisão de José Maria Marin, há um ponto em comum na análise da derrota de Eduardo Cunha, ontem, na Câmara.

O poder lhe subiu à cabeça e achou-se “imperador” dos deputados.

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Como se tinha escrito aqui, anteontem, “dono da Câmara”.

Não existem palavras mais impróprias, hoje, no Congresso, que “líder” e “liderados”.

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Não tem Dr. Ulysses, não tem Tancredo Neves, não tem Thales Ramalho, para ficarmos nos mais antigos, nem mesmo um José Genoónp, na década passada, ou Miro Teixeira, que hoje ainda é ouvido, embora tenha virado um deputado quase sem partido, num Pros em que, além de Ciro Gomes,  ninguém sabe o que é.

A mixórdia de quase 30 anos de destruição dos partidos, a obra de demolição da identidade ideológica executada pela década e meia de neoliberalismo e o massacre midiático sobre as formas de representação social através da política.

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Eduardo Cunha é o que os antigos – lembro-me de meu admirado amigo Doutel de Andrade, este sim líder do PTB varguista –  dizendo destes tipos que “vivem de expedientes”.

Poucos são os deputados com ascendência sobre muitos outros e, quando são, o são por “viabilizarem” aquilo que hoje é mais decisivo para eles: “apoio” (assim, entre aspas) para suas reeleições e negócios  de interesse pessoal, com frutos políticos ou de outras cepas.

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Só neste sentido Cunha é líder.

De PC Farias a Garotinho, dos corredores dos ministérios do governo Lula à cadeira de Presidente da Câmara, é o mesmo Eduardo Cunha.

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Gasto o vocabulário: cavador, espertalhão, safo.

É um personagem, não se lhe pode negar, capaz de escaladas inimagináveis, como a que fez.

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Mas, como ocorre com pessoas assim, começa a a creditar que tem luz própria, quando sua valia é apenas de ser instrumento de interesses.

A história é velha, desde que Rudyard Kipling escreveu o seu “O Homem que queria ser rei” ele e Renan Calheiros se assemelham muito a  Daniel Dravot e Peachey Carnegham, dois aventureiros ingleses que sonham em tomar o Kafiristão – um trecho do Afeganistão que se isolou do islamismo –  como seu reino e chegam “quase lá”, depois de impressionarem os nativos com suas armas de fogo e a coincidência entre o compasso de maçom que Dravot tinha em seu cordão e um símbolo sagrado local.

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A pretensão delirante  toma conta de Dravot:

“Eu não vou fazer uma nação,vou construir um Império! Estes homens não são negros, são ingleses! Veja os seus olhos, veja as bocas. Veja o seu jeito de ficar em pé. Sentam em cadeiras dentro das próprias casas. São as Tribos Perdidas, ou qualquer coisa parecida, e nasceram para ser ingleses(…) Vamos ser imperadores, Imperadores da Terra! O Rajá Brooke vai parecer criança perto de nós. Vou falar com o Vice-Rei de igual para igual (…) Quando tudo estiver no ponto eu entrego a coroa, esta coroa que estou usando agora, de joelhos para a Rainha Vitória e ela vai dizer: levantai-vos Sir Daniel Dravot! Ah, é máximo! É o máximo, estou lhe dizendo!”

Quuem leu o livro ou assitiu ao ótimo filme de John Houston sabe o destino que esperava os dois aventureiros no instante seguinte ao que acharam poder tudo.

O pior é que, no Brasil, o filme quase não passa na TV ou nos cinemas, mas tem reprise várias vezes na política, a última com Ferando Collor desempenhando o papel principal.

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