Tijolaço: milagres do mal de Cunha condenam Câmara

Fernando Brito diz que "foi patético ver partidos inteiros da base votando com Eduardo Cunha e a maneira silenciosa ou gaguejante com que muitos, a começar do líder governista, José Guimarães, tomava a defesa das posições que deveria sustentar com altivez" no projeto pela redução da maioridade penal 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, decidiu colocar em votação uma nova proposta para redução da maioridade penal em sessão extraordinária, após acordo com líderes (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, decidiu colocar em votação uma nova proposta para redução da maioridade penal em sessão extraordinária, após acordo com líderes (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) (Foto: Roberta Namour)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço

Embora ainda falte muito para que se consume a redução da maioridade penal (nova votação na Câmara, duas no Senado e o Supremo) já existe uma sentença definitiva sobre a Câmara dos Deputados, com o resultado da votação desta madrugada.

Foi revogada, definitivamente, qualquer esperança de que haja ali qualquer resquício de retidão moral que ali se pudesse esperar.

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Não apenas por parte de seu conhecido presidente, de quem não se espera nada, senão o pior, mas de sua maioria.

Dos que aceitaram – pela segunda vez, pois a primeira foi no financiamento empresarial das campanhas eleitorais – o golpismo contra a Constituição representado por uma segunda votação de proposta idêntica de Emenda Constitucional (proibida pelo 5º parágrafo do Artigo 60 da Carta), apenas maquiada para parecer ser nova decisão.

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E do grupo de deputados que, em 24 horas, “viraram” seus votos por oportunismo, para não falar em chantagem ou vantagens.

Embora há muitas legislaturas estejamos acostumados a ver decair o nível – não apenas político, mas moral – do parlamento, remanescia um mínimo de decência corporativa.

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Há, também, outro aspecto que não se pode ocultar: o de que o Governo não exercita minimamente seu poder de influenciar politicamente as decisões legislativas. Foi patético ver partidos inteiros da base votando com Eduardo Cunha e a maneira silenciosa ou gaguejante com que muitos, a começar do líder governista, José Guimarães, tomava a defesa das posições que deveria sustentar com altivez.

É certo que é preciso fazer alianças e concessões, mas isso é bem diferente de perder a personalidade e, pior, a identidade que nos faz sermos reconhecidos com o significado de nossas ideias e nossos compromissos.

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Está aberto o caminho para todo tipo de oportunismo e retrocesso legislativo, pela inação e fraqueza do Governo, que está à espera que reações de longo prazo lhe devolvam a força política da qual abdicou.

Longo prazo, como se sabe, é aquela época em que estaremos todos mortos.

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