Tijolaço: Cunha é zumbi à espera da estaca no coração

"É generalizada a percepção na imprensa de que Eduardo Cunha está politicamente morto, o que não quer dizer que seja uma figura inofensiva e incapaz de fazer mal", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço; "Por óbvia, a condição de morto-vivo do presidente da Câmara saltou aos olhos de todos"

"É generalizada a percepção na imprensa de que Eduardo Cunha está politicamente morto, o que não quer dizer que seja uma figura inofensiva e incapaz de fazer mal", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço; "Por óbvia, a condição de morto-vivo do presidente da Câmara saltou aos olhos de todos"
"É generalizada a percepção na imprensa de que Eduardo Cunha está politicamente morto, o que não quer dizer que seja uma figura inofensiva e incapaz de fazer mal", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço; "Por óbvia, a condição de morto-vivo do presidente da Câmara saltou aos olhos de todos" (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Fernando Brito, editor do Tijolaço

É generalizada a percepção na imprensa de que Eduardo Cunha está politicamente morto, o que não quer dizer que seja uma figura inofensiva e incapaz de fazer mal.

Por obvia, a condição de morto-vivo do presidente da Câmara saltou aos olhos de todos.

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Como saltou sua fúria, com golpes desconjuntados.

Até Josias de Souza, cujas inclinações são mais que conhecidas, registra que sobrou a Cunha “ressuscitar” pedidos de impeachment assinados por Jair Bolsonaro.

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Natural que a imagem do zumbi se acople à sua situação, e ela foi usada aqui e em muitos textos para descrever seu estado de putrefação política.

Poucos, porém, fizeram-no com a competência de Rodolfo Borges, do El País.

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Diz ele que Cunha, agora, no “rol dos mortos-vivos da política brasileira”, ataca por instinto porque não tem um “vida (pública) a perder”.

O que ele diz sobre exterminar um zumbi depende, claro, da rapidez e da profundidade com que o Dr. Rodrigo vá. nos próximos dias, irá enfiar-lhe uma estaca de madeira no coração.

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O ataque zumbi de Eduardo Cunha

Rodolfo Borges, no El Pais

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A cultura pop ensina que a única forma de exterminar um zumbi é acertá­-lo de forma contundente na cabeça. Pode ser com um tiro, um machado ou as rodas de uma pick­up – vale tudo, pelo menos até a aprovação de um ‘Estatuto do Zumbi’. Guardadas as devidas proporções (sem armas, por favor), a informação serve para aqueles do Governo Dilma Rousseff que terão de confrontar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que passa a figurar nesta semana no nem tão seleto rol dos mortos-­vivos da política brasileira, que conta com nomes de imortais como Paulo Maluf, Jader Barbalho, Renan Calheiros e Fernando Collor.

Enfrentar um político do quilate de Cunha quando vivo já é muito difícil. Em todas as sessões da Câmara que presidiu neste ano, o peemedebista deixou bem claro que era o único a conhecer de fato o regimento da Casa, o que lhe permitiu infligir derrotas humilhantes aos indefesos governistas. Pior ainda, como ensinam seriados e filmes sem fim, é enfrentar um político zumbi, que não tem nem mais a vida (pública) ou a reputação a perder, mas segue agindo, moribundo, apenas pelo instinto de atacar.

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É o que Cunha fez nesta sexta­feira ao anunciar o rompimento com o Governo Dilma. Acuado pela acusação de ter cobrado 5 milhões de dólares de um dos delatores da Operação Lava jato, o presidente da Câmara surpreendeu Brasília com uma atitude drástica. Os zumbis do cinema costumavam ir atrás de miolos – o que não é exatamente o forte no Palácio do Planalto –, mas Cunha parece apenas interessado em seguir cambaleando pelo Congresso Nacional, nem que para isso tenha de dar um fim a todos aqueles que, ao contrário dele, ainda seguem muito vivos pela Esplanada dos Ministérios.

Para seguir na metáfora, a origem do ataque zumbi geralmente ocorre por acaso. Na versão clássica, um produto químico vaza acidentalmente e contamina um cemitério. Nas narrativas mais recentes, cientistas inescrupulosos desenvolvem, com motivações bélicas, um vírus que acaba fora de controle.

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Na versão brasileira, um grupo político em busca de hegemonia imagina poder suplantar todos os outros e, bem, também acaba perdendo o controle. Se os filmes de zumbi podem nos ensinar alguma coisa numa situação de crise como esta, é que, a não ser que apareça um Brad Pitt (ou pelo menos um Wagner Moura) para salvar o Governo, os mortos-­vivos ganham no final. Infelizmente para os petistas, que são o alvo preferencial do presidente da Câmara, a história da política brasileira confirma a ficção: os candidatos a herói podem até conseguir exterminar politicamente um ou outro morto-vivo, mas eles, que mantêm uma curiosa proximidade com o PMDB, sempre dão um jeito de sobreviver.

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