Folha: renúncia de Cunha será inescapável
Segundo o jornal de Otavio Frias, “descoberta de contas de Eduardo Cunha no exterior torna mais problemática sua permanência no comando da Câmara dos Deputados”; diz ainda que a ‘ausência de esclarecimentos satisfatórios contamina a imagem da própria Casa legislativa’
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247 – Para a ‘Folha de S. Paulo’, as novas denúncias contra Eduardo Cunha (PMDB) e ausência de esclarecimentos satisfatórios contaminam a imagem da Câmara dos Deputados. Se for denunciado pelo STF, diz a publicação de Otavio Frias, sua renúncia será inescapável. Leia abaixo:
Descoberta de contas de Eduardo Cunha no exterior torna mais problemática sua permanência no comando da Câmara dos Deputados
Complica-se, com o noticiário destes últimos dias, a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Alvo de denúncia, apresentada em agosto pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal, na qual era implicado no esquema de propinas na Petrobras, o peemedebista se enreda agora na revelação de que possui contas secretas na Suíça –onde foi alvo de investigação sobre corrupção e lavagem de dinheiro.
Acentua-se a diferença entre ter seu nome citado por delatores na Operação Lava Jato e perceber-se, mais e mais, às voltas com sinais concretos de que os depoimentos colhidos ao longo das investigações são corroborados por outras vias.
Até então, o caso contra Cunha amparava-se basicamente em declaração do lobista Julio Camargo, em acordo de delação premiada. Depois de uma negativa inicial, o delator narrou ter recebido do deputado a exigência de US$ 5 milhões para facilitar negócios da empresa sul-coreana Samsung Heavy Industries com a Petrobras.
Em outra peça do quebra-cabeça, a Folha revelou em abril deste ano que partira do computador de Cunha na Câmara um requerimento solicitando investigações sobre a Mitsui, empresa associada à transação intermediada por Camargo.
O sentido de tal documento seria pressionar a fornecedora da Petrobras para que pagasse o benefício indevido e esperado. Eduardo Cunha sustentou que nada a tinha a ver com o episódio, sendo comum a prática de franquear a colegas a senha do computador oficial.
Embora comprometedoras, tais revelações correspondiam a uma fase ainda incipiente na investigação. Com veloz desassombro, Cunha foi refutando cada detalhe das acusações.
Em março, na CPI da Petrobras, negou possuir contas fora do país. Pela documentação disponibilizada pelas autoridades suíças, no entanto, seriam quatro, em seu nome e no de familiares. Os valores nelas depositados sofreram bloqueio, pela suspeita de terem origem em pagamento de suborno.
Cunha recusa-se a falar sobre o assunto, enquanto renascem as pressões para afastá-lo da presidência da Câmara. Na visão desta Folha, a renúncia ao posto será inescapável em caso de abertura de processo penal pelo STF.
Já neste momento, de todo modo, a ausência de esclarecimentos satisfatórios contamina a imagem da própria Casa legislativa.
Há que se admitir, à falta de elucidação cabal, a possibilidade de sua inocência, de má-fé dos delatores, de incompetência por parte do Ministério Público da Suíça; presumir tudo isso se torna, contudo, mais difícil a cada dia.
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