Frias: internet abalou 'pilares de sustentação do jornalismo'

Diretor de Redação da Folha de São Paulo, Otavio Frias Filho, disse que o jornalismo atual vivencia um "profundo paradoxo"; segundo ele, "os pilares de sustentação do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica" que permitiu um jornalismo independente; "um jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento", observou; "Mas são parciais. Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional", criticou em seguida; Frias também lamentou a crise enfrentada pela mídia tradicional e disse que ela "ainda está por ser solucionada"

Diretor de Redação da Folha de São Paulo, Otavio Frias Filho, disse que o jornalismo atual vivencia um "profundo paradoxo"; segundo ele, "os pilares de sustentação do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica" que permitiu um jornalismo independente; "um jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento", observou; "Mas são parciais. Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional", criticou em seguida; Frias também lamentou a crise enfrentada pela mídia tradicional e disse que ela "ainda está por ser solucionada"
Diretor de Redação da Folha de São Paulo, Otavio Frias Filho, disse que o jornalismo atual vivencia um "profundo paradoxo"; segundo ele, "os pilares de sustentação do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica" que permitiu um jornalismo independente; "um jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento", observou; "Mas são parciais. Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional", criticou em seguida; Frias também lamentou a crise enfrentada pela mídia tradicional e disse que ela "ainda está por ser solucionada" (Foto: Paulo Emílio)


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247 - O diretor de Redação da Folha de São Paulo, Otávio Frias Filho, disse que o jornalismo atual vivencia um "profundo paradoxo". Segundo ele, "nunca se divulgou nem se leu tanta notícia", mas "os pilares de sustentação do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica", destacou ao participar da abertura de um evento de comemoração dos 95 anos do jornal.

Para Frias, a tecnologia possibilitou o surgimento de novos veículos de comunicação em novas plataformas e estimulou um "jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento". "Mas são parciais. Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional", disse.

Segundo o diretor de Redaçāo da Folha, "fazer bom jornalismo" custa caro, por ser uma "atividade dispendiosa" e a perspectiva publicitária nesse campo tem se mostrado mais problemática", disse referindo-se à crise enfrentada pela mídia tradicional.

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"A equação econômica que permita sustentar o jornalismo como serviço independente e criterioso, movido pelo espírito público, ainda está por ser solucionada", lamentou.

Leia íntegra do discurso:

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"Senhoras e Senhores, Prezados Expositores e Convidados, Caros Colegas:

O jornalismo vive um profundo paradoxo. Nunca se divulgou nem se leu tanta notícia como hoje. Uma série de veículos surgiu ou se espraiou pelas novas plataformas de comunicação. Uma imensidade de novos leitores se acrescentou ao leitorado tradicional. As redes sociais se tornaram uma ampla câmara de ressonância e debate sobre o que é publicado nos próprios meios jornalísticos.

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Essa diversidade tem sido benéfica para o público. Variantes de jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento contribuem para a pluralidade de ângulos. Mas são parciais.

Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional, que procura fazer um resumo periódico do mundo, resumo sempre precário, mas tão abrangente, isento e confiável quanto possível –e tendo boas razões de mercado para se empenhar em perseguir esse ideal.

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Por outro lado, e daí o paradoxo, os pilares de sustentação econômica do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica. Bom jornalismo é atividade dispendiosa. Embora exista um público muito promissor disposto a remunerar o trabalho jornalístico na forma de assinatura digital, a perspectiva publicitária nesse campo tem se mostrado mais problemática.

A equação econômica que permita sustentar o jornalismo como serviço independente e criterioso, movido pelo espírito público, ainda está por ser solucionada. Este será, com certeza, um dos temas neste encontro.

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Mas os avanços na escolaridade e o próprio aumento da classe média em escala mundial são motivo para confiança. Preparam, por assim dizer, a demanda, um leitorado cada vez mais numeroso e com mais discernimento.

Dada a qualificação dos participantes, é certo que as discussões de hoje e amanhã vão propiciar uma troca de experiências preciosa sobre os caminhos da profissão. Vão iluminar também a tempestade de crises –econômica, política e por assim dizer judicial– que se desatou sobre o Brasil.

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Em nome da Folha de S.Paulo, agradeço a presença de cada um de vocês e em especial dos debatedores que em breve estarão expondo os seus pontos de vista aqui. Não é todo dia que um jornal faz 95 anos, e será o caso de estender –a data é amanhã, 19 de fevereiro– de estender esse agradecimento aos que fizeram da Folha o núcleo de um grupo de comunicações que tanto cresceu e se multiplicou.

Aos que fizeram desse jornal um serviço público, um estilo de imprensa e até um ícone. Aos profissionais que trabalharam e trabalham nesse empenho coletivo. Aos anunciantes, fornecedores, parceiros, clientes, colunistas, aos leitores.

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Nossa celebração é austera, esta introdução deve ser breve. A melhor resposta a este período de dificuldades e desafios me parece estar naquele provérbio inglês que Octavio Frias de Oliveira, que conduziu e inspirou este empreendimento durante décadas (e que gostava de provérbios), costumava citar.

"Where there is a will, there is a way" –onde houver uma vontade, há um caminho. Parabéns. Muito obrigado."

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