Le Figaro: Brasil tem banho de sangue e “autoridades nem se comovem”

Jornal francês relata que "a mídia brasileira tem exibido imagens de uma violência indescritível: um banho de sangue, com corpos carbonizados, decapitados, esquartejados e corações arrancados"; para o veículo, o governo brasileiro foi alertado e não fez nada para impedir novos massacres

(Esteio - RS, 09/01/2017) Cerimônia de anuncio de renovação da frota de ambulâncias do SAMU: 340 veículos para o País, 61 para o Rio Grande do Sul. Foto: Beto Barata/PR
(Esteio - RS, 09/01/2017) Cerimônia de anuncio de renovação da frota de ambulâncias do SAMU: 340 veículos para o País, 61 para o Rio Grande do Sul. Foto: Beto Barata/PR (Foto: Gisele Federicce)


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Da Rádio França Internacional

As rebeliões violentas nos presídios brasileiros continuam em destaque na imprensa francesa nesta segunda-feira (9). O jornal Le Figaro informou hoje, em título, que quase cem presos foram mortos no Brasil "e as autoridades nem se comovem".

O jornal relata que "a mídia brasileira tem exibido imagens de uma violência indescritível: um banho de sangue, com corpos carbonizados, decapitados, esquartejados e corações arrancados". Para o jornal, o governo foi alertado e não fez nada para impedir novos massacres.

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As mortes nas prisões do norte do país são fruto da guerra de gangues pelo controle nacional do narcotráfico, protagonizada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, e aliados locais do CV (Comando Vermelho), criado no Rio de Janeiro, explica o Le Figaro. O jornal lembra que a carnificina acontece na Amazônia, uma região de fronteira com o Peru, a Colômbia, a Venezuela e a Guiana. O Brasil é apontado como "uma etapa na rota dos países produtores de cocaína para a Europa".

O jornal chama de "desastrosa" a gestão da crise pelas autoridades. "Os presídios brasileiros se tornaram uma fonte de recrutamento fácil para os narcotraficantes, que oferecem proteção e serviços aos detentos expostos às carências do Estado", cita o jornal. "Desde outubro, os governadores locais pediram ajuda federal com urgência e alertaram a respeito dos riscos de implosão. Mas a resposta negativa do ministro da Justiça, com um mês de atraso, foi o primeiro erro do governo na gestão desastrosa dessa crise", observa o Le Figaro.

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Temer demorou a reagir

O diário critica abertamente o presidente Michel Temer, dizendo que ele "só rompeu o silêncio para falar dos massacres depois que o papa Francisco fez orações para os presos. E acrescenta: "no sábado (9), Temer foi até a casa da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, para se redimir". O texto elogia a rapidez com que Cármen Lúcia reagiu à crise, visitando juízes da região logo após a rebelião de Manaus, mas nota com ironia que ela precisou recordar que eles também são responsáveis pela superlotação nas prisões.

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Para encerrar, Le Figaro cita a série de declarações absurdas de autoridades, inclusive as que levaram à demissão do secretário da Juventude, Bruno Júlio, filiado do PMDB, que afirmou que 'tinha era que matar mais' e 'fazer uma chacina por semana' nas penitenciárias.

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